terça-feira, 16 de abril de 2013

MONTADAS, UMA DAS CIDADES MAIS AFETADAS PELA SECA NO AGRESTE DA PARAÍBA, ESPERA PELA CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE CAMARÁ.


Diariamente sete carros-pipa fazem o abastecimento d’água no município de Montadas.
Três caminhões do exército, três do governo do estado e um da prefeitura se revezam numa tarefa constante levando  água para a maioria da população (Montadas tem cerca de cinco mil moradores).
São quatorze viagens diariamente transportando água do reservatório da CAGEPA do bairro Santa Rosa em Campina Grande, para as famílias de Montadas.

O Açude Emídio está muito abaixo de sua capacidade e as pequenas barragens, barreiros e pequenos açudes estão secos e o pouco de água que resta em alguns, já não supre as necessidades, por menor que seja ela.
Até água do Riacho Amarelo em Esperança é transportada para o município. Essa água é para o uso doméstico e “matar” a sede dos animais.


(Montadas: maioria da população sofre com uma das piores secas dos últimos tempos)


De acordo com Aldilânio Simplício (Pinto), coordenador da Operação Pipa em Montadas, as solicitações por água no município aumentaram bastante nos últimos dois meses. Para ser ter uma ideia, cerca de 70 novos pedidos foram feitos recentemente.

(Emídio: água pelo sangradouro anos atrás)
(Emídio hoje: situação caótica sem chuvas)

BARRAGEM DE CAMARÁ: OBRA IMPORTANTE PARA MONTADAS E REGIÃO

As discussões em busca de soluções para o problema de água em Montadas não são de agora. Durante anos tem sido motivos de debates, encontros, cobranças e promessas.
Já se falou em "levar" água de Boqueirão “via” São José da Mata ou Lagoa Seca. Apenas especulações!
Finalmente uma luz no túnel se acende: o governador Ricardo Coutinho assumiu  compromisso com a população do brejo e agreste do estado: reconstruir Camará. A partir dessa promessa ele pôs um fim em muitas especulações de que “não moveria uma palha pela barragem”.  Hoje, de acordo com a assessoria do governo do estado, as obras foram reiniciadas.         

(Ricardo em visita ao que restou da barragem)
(Camará: PAC 2 garante reconstrução)
                                    

O rompimento da barragem de Camará, na região do brejo, ocorreu em 17 de junho de 2004. Casas e estradas nas cidades de Alagoa Grande, Alagoa Nova, Areia e Mulungu, foram atingidas pelas águas de Camará.
A Justiça Federal da Paraíba, em sentença dada em 2011, culpou a administração estadual.
No julgamento em janeiro de 2013, o TRF impôs uma condenação por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão ao Estado.
A barragem foi construída na gestão do governador José Maranhão e rompeu durante a administração do hoje senador Cássio Cunha Lima. O atual procurador-geral do governo, Gilberto Carneiro, disse que o governador Ricardo Coutinho já havia decidido reconstruir Camará independente de decisão judicial.                                                                                   
A barragem sendo concluída deverá abastecer Montadas e outras cidades do compartimento da Borborema.

(Camará estourada: acidente em junho/2004)
 (Camará: estouro foi uma tragédia)


BOQUEIRÃO SOZINHO NÃO AGUENTA

O Açude de Boqueirão, já não suporta tanta “responsabilidade”. Ele sozinho abastece  aproximadamente 550 mil habitantes. O Epitácio Pessoa impulsionou o progresso de Campina Grande, Boqueirão, Queimadas e outros municípios. Ao longo de décadas, vem matando a sede na região e “alimentando” seu futuro, mas o açude sozinho não vai suportar a carga do desenvolvimento e crescimento desenfreado de Campina Grande e as cidades do entorno. Hoje, com menos da metade da capacidade, preocupa as autoridades que já falam em mais um racionamento.  
O progresso tem seu preço e necessita de uma contrapartida. Indústrias e fábricas se instalam, na maioria das vezes, onde a “água não é problema”. Sem chuva, o colapso de abastecimento é iminente e emperra  novos investimentos.

(Boqueirão: a água já não é tão abundante) 
(Boqueirão: trechos com pouca água)
       











TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO: GASTAR BILHÕES COM ESTÁDIOS DE FUTEBOL É MAIS IMPORTANTE

A seca, que no semiárido, já deveria ser é apenas um ingrediente para pontuar um período sem chuvas, é na verdade a maior injeção de desânimo para o agricultor, sinônimo de desgraça, prejuízos, descaso e corrupção!
Alguém fatura (e muito) com esse fenômeno da natureza cada vez mais avassalador.
Para muitos, não é interessante, investir em soluções para a seca no nordeste.
Um exemplo disso é falta de compromisso com a transposição. Bilhões de reais foram gastos num investimento encalhado ou que se arrasta para lugar algum. Nos canais, ao invés de água, só mato, rachaduras e animas (veja foto). É o retrato da irresponsabilidade, impunidade e insensatez.
Entra ano e sai ano e nada de concreto se faz.
Bilhões de reais também  foram torrados  nas construções superfaturadas de estádios para a Copa das Confederações e consequentemente a Copa do Mundo, mas neste caso o futebol é mais importante que a situação de milhões de nordestinos instalados nas áreas mais castigadas pela estiagem  da região.
Uma pena! Pois nem todo brasileiro gosta de circo e nem todos nós somos parte dessa palhaçada.

(Transposição: cabras no lugar de água) 
                                                    
(Estádio de Brasília: obra colossal e bilionária)
              




















Um comentário:

  1. Diante disso, Governadores, Deputados, Senadores, Presidente estão visando mais copa do mundo do que a seca do Nordeste, Particularmente estes não terão mais meu lindo voto, pra que? irei sim as urnas para deixar meu Titulo eleitoral em dia com a Justiça Eleitoral, mas colocar pessoas no poder e não fazer nada pela minha cidade jamais. sei que sozinho não faço a diferença, porém não me arrependerei depois. Abraços meu amigo Renato.

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