“TEM HORAS QUE EU ME SINTO UM INÚTIL”, DIZ DELEGADO DE POLÍCIA EM CAMPINA GRANDE

(Henry Fábio: "criminosos entram e saem rápido das prisões")

Primeiro, foi o comandante do CPR-1 em Campina Grande, coronel Marcos Sobreira. Durante entrevista à imprensa sobre a morte o sargento Noaldemir Alves, ele disse que a sociedade precisa analisar melhor as leis deste país.

Depois vieram o superintendente de Polícia Civil em Campina, delegado Marcos Paulo Vilela, e o comandante do 2º BPM, tenente-coronel Souza Neto. Cada um a seu modo externou toda a insatisfação de quem “enxuga gelo” num país que não consegue manter presos os criminosos capturados pelas polícias.

Na tarde desta quinta-feira (05/09) foi a vez de o delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) de Campina, Henry Fábio, aliviar o “nó na garganta”, diante das câmeras e gravadores posicionados à sua frente, em entrevista coletiva que apresentou mais três assaltantes da cidade.

Henry foi direto ao assunto. “Nós estamos percebendo que os criminosos de Campina Grande, não sei por qual razão, estão entrando e saindo muito rápido dos estabelecimentos prisionais, sejam eles maiores ou menores de idade. A gente sabe que não existe prisão perpétua no Brasil, mas esses criminosos devem pelo menos pagar pelos crimes que cometeram”.

Um pouco mais adiante, o delegado, visivelmente indignado, externou sua indisfarçável frustração: “Tem horas que a gente se sente inútil. Eu perco minha noite de sono, eu perco minha convivência familiar, eu perco minha saúde, pra esses caras estarem entrando hoje na prisão e saindo amanhã?!”, protestou Henry Fábio, sob os olhares atentos dos jornalistas.

Um silêncio pairou na sala de entrevista.

Todo o desabafo da autoridade policial era intercalado com incessantes pedidos de ajuda à sociedade, pois somente a pressão popular será capaz de levar os legisladores a repensarem as leis do Brasil.

(Por paraibaemqap)

(Foto: paraíbaemqap)