Antes mesmo do início do debate sobre a redução da maioridade
penal, o Senado adiou nesta terça-feira (12/11) a votação de seis propostas sobre
o tema na Comissão de Constituição e Justiça.
Ainda não há data para retomar o debate cercado de polêmica e
longe de ser consenso no Congresso.
A depender da vontade do presidente da CCJ, Vital do Rego Filho
(PMDB-PB), a votação será ainda este ano.
"Os senadores pediram vista e acho
necessário um tempo para digerir o relatório lido aqui", disse, depois da reunião extraordinária
da comissão que deu início à votação de seis emendas à Constituição que reduzem
a idade para imputação de punição.
Relator das seis propostas que tramitam
em bloco, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) deu parecer favorável a apenas
uma delas.
Trata-se da proposta que prevê a
redução para 16 anos em casos específicos, como crimes inafiançáveis (tortura,
terrorismo, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e crimes hediondos)
ou reincidência, desde que haja parecer do promotor da infância e autorização
da Justiça.
Há, contudo, sugestões mais radicais, como a que considera
penalmente imputáveis os maiores de 13 anos em caso de crimes hediondos; ou
proposta que, além reduzir a maioridade para 16 anos, torna o voto obrigatório
para a mesma idade.
O governo federal e o PT são radicalmente contrários a qualquer
mudança na lei.
Hoje, um adolescente que comete crime pode ficar internado por, no
máximo, três anos e até os 21 anos.
O crime não fica registrado nos antecedentes do jovem.
"Hoje a neurociência já aceitou que não existe diferença
morfológica significativa entre o jovem de 16 anos e o de 18 anos", argumenta o relator Ricardo Ferraço.
Ele abraçou a proposta menos radical, do senador Aloysio Nunes
(PSDB-SP), que permite reduzir a maioridade para 16 anos em casos especiais,
desde que com pedido do promotor de infância e autorização da Justiça.
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