Por Artur Augusto*
A maioria dos homicídios registrados na cidade de Campina Grande
em 2013 estava ligada ao mundo das drogas e a motivos fúteis, que são os casos
que começam, por exemplo, durante uma bebedeira entre amigos.
De acordo com os dados da Secretaria de Segurança e Defesa Social,
as metas estabelecidas para o ano de 2013, que era a redução de 10% no número
de homicídios, não foram atingidas. Com 184 assassinatos registrados, o ano de
2013 apresentou um aumento de 8% no número de homicídios, enquanto que em 2012
ocorreram 170 assassinatos na cidade.
Conforme dados da Polícia Civil, dos 184 homicídios, também
chamados de CVLI (Crimes Violentos Letais Intencionais), 15 vítimas foram
mulheres e 12 dos casos foram elucidados.
O índice de elucidação geral para o ano de 2013 chegou a 61%,
superando a média nacional que é de 8%.
A delegada titular da Delegacia de Homicídios, Maíra Roberta,
disse que os perfis das vítimas e dos acusados sempre são parecidos.
“É interessante que o perfil dos envolvidos é sempre muito
parecido. São jovens geralmente do sexo masculino com idades entre 18 a 24
anos, com baixa instrução e residentes em bairros periféricos”.
Ainda de acordo com Maíra, sobre as principais motivações dos
crimes em Campina Grande, houve um aumento por motivação fútil.
“O que percebemos é que houve um aumento no número de homicídios
ocasionados por motivos fúteis, mas outros motivos também podem ser percebidos,
como por exemplo, vingança e tráfico de drogas.”.
Também conforme a autoridade policial, durante o ano de 2013,
foram presas 89 pessoas sendo 44 em flagrante, 40 em cumprimento a mandado de
prisão e quatro menores apreendidos.
A delegada ainda destacou que a maior dificuldade encontrada pelos
investigadores é a falta de testemunhas.
“Não é fácil encontrar testemunhas para prestar depoimento e outro
grande problema é a questão de pessoas insistirem em não preservar a cena do
crime. Em alguns casos, chegamos ao local e o corpo havia sido mexido por curiosos.
Além disso, existem aqueles que recolhem capsulas de balas que estavam pelo
local e tudo isso é material importante para o processo de investigação.”
Maíra Roberta ainda agradeceu a colaboração da população, que ao
longo do ano colaborou com o trabalho da polícia civil através do Disque
Denúncia 197, onde a ligação é gratuita e anônima.
O comandante regional da polícia militar, coronel Marcos Sobreira,
disse que o aumento no número de homicídios em Campina Grande num comparativo
com o ano de 2012, está ligado ao tráfico de drogas e motivação fútil.
“Cerca de 70% dos homicídios registrados na cidade estão
vinculados às drogas, mas é preciso destacar que também existem os crimes
passionais e os homicídios ocorridos por motivos banais.”
Conforme o coronel, as polícias estão fazendo a parte delas, mas
as leis e as ações dos órgãos de segurança estão numa via de mão dupla.
“O que percebemos é que a regra no Brasil é liberdade e a prisão é
exceção. As leis estão cada vez mais beneficiando aqueles que a polícia tira
das ruas, isso torna cada vez mais difícil fazer segurança pública.”
Segundo o comandante, a polícia militar seguirá trabalhando e
combatendo a todos os tipos de crimes para garantir a tranquilidade das pessoas.
“Todos os crimes possuem gravidade e serão combatidos e analisados
para que nossos policiais possam ir de encontro a esses crimes e assim possamos
minimizar cada vez mais as ações dos criminosos e garantir a tranquilidade da
população.”
Dos 49 bairros e 5 distritos de Campina Grande, Bodocongó foi o
bairro mais violento, com pelo menos 14 homicídios registrados em 2013, seguido
do bairro Catolé com 10 assassinatos.
NA PARAÍBA
De acordo com informações da Secretaria de Segurança e Defesa
Social, em 2013, entre os meses de Janeiro a Novembro, foram registrados em
toda Paraíba 1400 CVLI - Crimes violentos letais intencionais.
Sendo destes, 1286 homens e 110 mulheres e ainda quatro não
identificados.
Durante todo o ano de 2012, foram mortas 1542 pessoas em toda a
Paraíba.
João Pessoa é a cidade com maior registro de CVLI e em 83 cidades
das 223 do Estado não houve CVLI.
O que representa 37% da Paraíba sem homicídios de janeiro a
novembro.
As estatísticas com dados do ano inteiro de 2013 ainda não foram
divulgadas pela secretaria.
*Artur Augusto é Jornalista graduado pela UEPB (DRT3324), além de
repórter e produtor na Rádio Campina Grande FM
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