quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

2013: CRESCEU 8% O NÚMERO DE HOMICÍDIOS EM CAMPINA GRANDE; BODOCONGÓ E CATOLÉ FORAM OS BAIRROS MAIS VIOLENTOS

Por Artur Augusto*

A maioria dos homicídios registrados na cidade de Campina Grande em 2013 estava ligada ao mundo das drogas e a motivos fúteis, que são os casos que começam, por exemplo, durante uma bebedeira entre amigos.
De acordo com os dados da Secretaria de Segurança e Defesa Social, as metas estabelecidas para o ano de 2013, que era a redução de 10% no número de homicídios, não foram atingidas. Com 184 assassinatos registrados, o ano de 2013 apresentou um aumento de 8% no número de homicídios, enquanto que em 2012 ocorreram 170 assassinatos na cidade.
Conforme dados da Polícia Civil, dos 184 homicídios, também chamados de CVLI (Crimes Violentos Letais Intencionais), 15 vítimas foram mulheres e 12 dos casos foram elucidados.
O índice de elucidação geral para o ano de 2013 chegou a 61%, superando a média nacional que é de 8%.
(Delegada Maíra Roberta)

A delegada titular da Delegacia de Homicídios, Maíra Roberta, disse que os perfis das vítimas e dos acusados sempre são parecidos.
“É interessante que o perfil dos envolvidos é sempre muito parecido. São jovens geralmente do sexo masculino com idades entre 18 a 24 anos, com baixa instrução e residentes em bairros periféricos”.
Ainda de acordo com Maíra, sobre as principais motivações dos crimes em Campina Grande, houve um aumento por motivação fútil.
“O que percebemos é que houve um aumento no número de homicídios ocasionados por motivos fúteis, mas outros motivos também podem ser percebidos, como por exemplo, vingança e tráfico de drogas.”.
Também conforme a autoridade policial, durante o ano de 2013, foram presas 89 pessoas sendo 44 em flagrante, 40 em cumprimento a mandado de prisão e quatro menores apreendidos.
A delegada ainda destacou que a maior dificuldade encontrada pelos investigadores é a falta de testemunhas.
“Não é fácil encontrar testemunhas para prestar depoimento e outro grande problema é a questão de pessoas insistirem em não preservar a cena do crime. Em alguns casos, chegamos ao local e o corpo havia sido mexido por curiosos. Além disso, existem aqueles que recolhem capsulas de balas que estavam pelo local e tudo isso é material importante para o processo de investigação.”
Maíra Roberta ainda agradeceu a colaboração da população, que ao longo do ano colaborou com o trabalho da polícia civil através do Disque Denúncia 197, onde a ligação é gratuita e anônima.
(Cel. Marcos Sobreira, comandante regional)
O comandante regional da polícia militar, coronel Marcos Sobreira, disse que o aumento no número de homicídios em Campina Grande num comparativo com o ano de 2012, está ligado ao tráfico de drogas e motivação fútil.
“Cerca de 70% dos homicídios registrados na cidade estão vinculados às drogas, mas é preciso destacar que também existem os crimes passionais e os homicídios ocorridos por motivos banais.”
Conforme o coronel, as polícias estão fazendo a parte delas, mas as leis e as ações dos órgãos de segurança estão numa via de mão dupla.
“O que percebemos é que a regra no Brasil é liberdade e a prisão é exceção. As leis estão cada vez mais beneficiando aqueles que a polícia tira das ruas, isso torna cada vez mais difícil fazer segurança pública.”
Segundo o comandante, a polícia militar seguirá trabalhando e combatendo a todos os tipos de crimes para garantir a tranquilidade das pessoas.
“Todos os crimes possuem gravidade e serão combatidos e analisados para que nossos policiais possam ir de encontro a esses crimes e assim possamos minimizar cada vez mais as ações dos criminosos e garantir a tranquilidade da população.”
Dos 49 bairros e 5 distritos de Campina Grande, Bodocongó foi o bairro mais violento, com pelo menos 14 homicídios registrados em 2013, seguido do bairro Catolé com 10 assassinatos.
NA PARAÍBA
De acordo com informações da Secretaria de Segurança e Defesa Social, em 2013, entre os meses de Janeiro a Novembro, foram registrados em toda Paraíba 1400 CVLI - Crimes violentos letais intencionais.
Sendo destes, 1286 homens e 110 mulheres e ainda quatro não identificados.
Durante todo o ano de 2012, foram mortas 1542 pessoas em toda a Paraíba.
João Pessoa é a cidade com maior registro de CVLI e em 83 cidades das 223 do Estado não houve CVLI.
O que representa 37% da Paraíba sem homicídios de janeiro a novembro.
As estatísticas com dados do ano inteiro de 2013 ainda não foram divulgadas pela secretaria.


*Artur Augusto é Jornalista graduado pela UEPB (DRT3324), além de repórter e produtor na Rádio Campina Grande FM

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