As três mulheres que assassinaram Midiã Emanuele Nunes de
Andrade, de 10 anos, em outubro e 2010, em uma casa no bairro são José, em Campina Grande, foram condenadas a 68 anos de prisão.
O julgamento aconteceu nesta
quinta-feira (04/12) no Fórum Affonso Campos.
Maria Cristina Vieira dos Santos
Martírios (“Bruna Valeska”), foi condenada a 24 anos; Maria da Guia Venâncio, pegou 22 e sete meses; e Alzicleide Diniz da
Silva, a uma pena de 22 e sete meses.
O resultado saiu por volta das 21h18.
Mídiã foi espancada até a morte, ainda
foi queimada viva com álcool e teve o corpo jogado em um terreno baldio no
Bairro Liberdade.
em 2013, numa investigação das equipes
da delegacias da Infância, em Campina Grande, o crime foi elucidado.
Um homem também participou da barbárie.
Trata-se de Wedson Gomes de Andrade.
Ele teve o processo desmembrado, pois a
defesa sugeriu que o acusado tinha problemas mentais.
Realizados os exames, o resultado deu
negativo (ele não tem nada de louco) e vai a júri em abril de 2015.
O juiz Falkadre de Souza Queiróz
presidiu u júri .
O ministério público foi representado
pelo promotor Osvaldo Barbosa.
Nas defesas atuaram os defensores
públicos Tadeu Licarião Nogueira, Álvaro Gaudêncio Neto e Milton Aurélio.
ENTENDA O CASO
Midiã Emanuele de Andrade e a irmã dela
foram adotadas por Maria Cristina Vieira dos Santos Martírios, cinco anos
atrás.
A mãe biológica das meninas não tinha
condições de criar as filhas.
“Bruna Valeska” mantinha uma relação
homossexual com Alzicleide Diniz.
Ainda na residência do casal, moravam
Maria da Guia e Wedson Gomes.
Quase que diariamente as meninas eram
espancadas e mantidas encarceradas.
Midiã, de tanto sofrer, começou a ficar
rebelde.
Essa atitude foi o suficiente para
“Bruna Valeska” encontrar a “solução final”, ou seja: tramou sumiço da criança.
“Bruna Valeska” mandou “Guia” comprar
álcool.
A menina foi espancada, jogada no chão e
teve o corpo queimado quando ainda estava viva.
Ela morreu carbonizada no banheiro.
Depois de 24h da morte, o corpo foi
colocado em uma caixa de papelão e jogado em um matagal próximo a linha férrea
na Liberdade.
“Quando
eles deixaram o corpo na linha do trem, atearam fogo novamente no cadáver para
apagar as impressões digitais”, disse a delegada Alba Tânia.
O cadáver foi encontrado no dia
seguinte, mas como não havia boletim de ocorrência, registrando o
desaparecimento da menina, qualquer investigação mais profunda na época, foi em
vão.
Ninguém reclamou o desaparecimento.
A partir do final de 2012 começaram a
surgir pistas.
O crime foi presenciado pela irmã da
vítima que foi pressionada a não comentar o assassinato.
“A
menina viu Midiã sendo morta pelas mulheres. Como ela ficou com medo de morrer
e sofrendo ameaças ficou calada por dois anos. No entanto a garota conseguiu
fugir de casa, procurou um orfanato e pediu ajuda”.
A direção do orfanato comunicou o caso à
Polícia Civil.
Numa investigação criteriosa, silenciosa
e extremamente responsável o crime foi desvendado.
Foi colhido material genético da vítima
e confrontado com o da mãe biológica.
Ficou comprovado que o corpo encontrado
era da menina que “Bruna Valeska” tinha a guarda.
Os envolvidos foram presos em Campina
Grande e Alagoa Nova no dia 17 de fevereiro do ano passado, mediante mandados
da justiça.
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