|
(Artur Eugênio: vítima da ganância) |
A Polícia Civil confirmou, que foram
encontradas as digitais do bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior no
recipiente usado para tocar fogo no carro do médico Artur Eugênio de Azevedo
Pereira, encontrado morto em 13 de maio, em Jaboatão dos Guararapes.
O delegado Guilherme Caraciolo,
responsável pelo caso, reforçou que não tem dúvidas de que o médico Cláudio
Amaro Gomes, pai do bacharel, é o mandante do assassinato.
|
(Cládio Amaro e Cláudio Amaro Júnior: tramaram o assassinato) |
O crime teria sido cometido por conta de
rivalidade profissional.
Após a prisão de pai e filho na
terça-feira (03/06), a Polícia Civil de Pernambuco ainda busca os outros dois
suspeitos, que seriam os executores do crime.
Segundo o delegado Guilherme Caraciolo,
já existem provas suficientes para a denúncia dos presos.
A assessoria do Real Hospital Português
confirmou que Artur Eugênio e Cláudio Amaro faziam parte da equipe de cirurgia
torácica da unidade.
Os dois suspeitos já se encontram
detidos no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.
Os dois devem responder por sequestro,
homicídio duplamente qualificado, roubo e associação criminosa.
Artur Eugênio foi arrastado por dois
homens na entrada do prédio onde morava, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na
noite do dia 12 de maio.
O corpo dele foi encontrado com marcas
de tiros na manhã seguinte, às margens da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes,
na Região Metropolitana.
Cláudio Gomes foi preso em casa, no
bairro de Boa Viagem, e o filho dele, em um restaurante na Encruzilhada, Zona
Norte da capital.
A dupla teve a prisão provisória de 30
dias decretada pela Justiça.
Um revólver calibre 38 sem registro foi
apreendido com Cláudio Júnior e passará por perícia no Instituto de
Criminalística (IC), para saber se a arma foi utilizada na execução do
cirurgião.
O universitário não apresentava porte de
arma.
O bacharel em direito já respondeu a um
processo por porte ilegal de arma, em 1997, na Justiça do Rio de Janeiro.
A investigação aponta que desavenças
profissionais entre Artur Eugênio e o médico teriam motivado o crime.
Cláudio Amaro Gomes é gerente de
assistência à saúde do Hospital das Clínicas (HC), ligado à Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), de onde também é professor de cirurgia torácica.
ENTENDA
O CASO
|
(Artur foi enterrado em Campina Grande) |
Artur Eugênio foi visto pela última vez
na noite do dia 12 de maio, ao deixar o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP),
em Santo Amaro, área central do Recife, onde trabalhava.
De acordo com a
assessoria de imprensa do HCP, imagens das câmeras de segurança do prédio
registraram a saída dele do local por volta das 19h30.
Depois desse horário,
Artur ligou para a mulher e disse que ia visitar um paciente no Hospital
Português.
Após a ligação, ele não fez mais contato com amigos ou familiares.
O
cadáver foi encontrado com quatro marcas de bala: três nas costas e uma na
cabeça.
Conforme a polícia, o carro da vítima
foi queimado e abandonado no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife, nas
proximidades do Centro de Treinamento do Náutico.
Artur era paraibano e atuava no Hospital
de Câncer de Pernambuco, Hospital das Clínicas, Imip e Português.
Ele tinha família em Campina Grande e
era formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O médico era benquisto e descrito como
uma pessoa calma.
O corpo dele foi enterrado no dia 15 de maio, em Campina
Grande.
SUSPEITO
TEM CURRÍCULO EXTENSO
|
(Cláudio Gomes e Lula em 2010) |
O médico detido nesta terça integra o
corpo de direção do Hospital das Clínicas (HC).
Em 2010, ele atendeu o então presidente
Lula, que teve um mal-estar durante visita ao estado, e acabou sendo levado ao
Hospital Português, na área central do Recife.
Cláudio Amaro Gomes ficou
responsável pela internação e receitou medicamentos anti-hipertensivos.
Ao
deixar a unidade de saúde, o ex-presidente cumprimentou o médico.
O currículo de Cláudio Amaro Gomes,
disponibilizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), mostra que ele é professor-adjunto da disciplina de
cirurgia torácica do Departamento de Cirurgia do Centro de Ciências da Saúde da
UFPE e chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do HC.
Graduado em medicina pela Faculdade de
Ciências Médicas de Pernambuco, em 1984, ele possui mestrado e doutorado em
cirurgia pela UFPE.
Ainda integra importantes colegiados e
associações de classe.
(g1pe)
Fotos: Bruno Fontes TV Globo e TV Globo