O governo vai lançar o Disque Racismo,
um serviço telefônico para recebimento de denúncias contra preconceito racial,
anunciou a ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (SEPPIR), Luíza Barros.
Pelo número 138, casos de discriminação poderão ser comunicados e os atendentes
encaminharão para as autoridades responsáveis por apurar o crime.
"Todas
as denúncias de racismo poderão ser rapidamente instituídas e encaminhadas para
a atuação das autoridades competentes", afirmou a ministra sobre o novo
serviço, que entra em operação nos próximos meses.
A ministra estava acompanhada do
ex-árbitro de futebol Márcio Chagas da Silva, vítima de racismo em março
passado, quando apitava um jogo do Campeonato Gaúcho, em Porto Alegre.
Ele
foi chamado de "macaco safado" e encontrou o carro avariado, com
bananas sobre o capô.
Chagas Silva se aposentou no mês
seguinte.
"Quem xinga não consegue
dimensionar o quanto fere o ser humano", afirmou o árbitro.
De acordo com a ministra, as
demonstrações de racismo durante a Copa têm ocorrido mais pela Internet.
"As
manifestações racistas aqui dentro do campo são em número menor do que a gente
poderia esperar e são até resultado da nossa campanha Copa sem Racismo, lançada
em maio",
disse.
Nos últimos meses, a SEPPIR manteve contato com entidades ligadas ao
futebol, aos árbitros e às torcidas organizadas para conscientizar sobre o
racismo, difundindo a informação de que tal prática é considerada crime
imprescritível e inafiançável no país, com pena prevista de um a cinco anos de
prisão e multa.
(Por Clarissa Thomé, estadao.com.br)