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(Capitão Kelton Pontes: morte encomendada) |
O comandante da 4ª Companhia da Polícia
Militar de Bayeux, capitão Kelton Pontes, revelou neste sábado (15/11), que um
suspeito de praticar diversos crimes na cidade teria encomendado o seu
assassinato e de um sargento da mesma companhia.
De acordo com o policial, em escutas
telefônicas, autorizadas pela polícia, o criminoso negociou com um comparsa do
Rio Grande do Norte a compra de uma submetralhadora.
“Nas gravações também fica comprovada a
contratação de dois homens do estado vizinho para executar o crime”, contou capitão
Kelton.
Segundo ele, o bandido estaria
“revoltado” com a prisão do pai, efetuada pelo comandante e pelo sargento na
semana passada.
“Na segunda-feira passada houve um
homicídio em Bayeux, na frente de um bar, no bairro de Jardim São Severino, ao
meio dia. Nós ficamos sabemos quem seria o autor do homicídio e na terça-feira
tivemos uma informação de onde ele estava, mas ele conseguiu evadir. Pouco
tempo depois chegou ao local, para tomar satisfações, o pai desse indivíduo, um
soldado reformado do Corpo de Bombeiros. O pai estava de posse irregular de uma
arma e foi dado voz de prisão. Esse criminoso já vem sendo monitorado e ficou revoltado
com a prisão do pai. Em escutas telefônicas ficamos sabendo que ele estava
querendo adquirir um fuzil do Rio Grande do Norte. Soubemos dessa intenção e
depois que ele estava conseguindo uma submetralhadora e duas pessoas para matar
a mim e o sargento Barlavento”, contou.
O policial afirmou que não tem medo de
morrer, mas que fica decepcionado com a inversão de valores da sociedade. “Sinceramente
eu não tenho medo, o que a gente fica é com raiva e decepcionado com a inversão
de valores que tem no nosso país. A gente passa a ser mais um número para eles
[criminosos]. Um homicídio a mais não faz diferença para eles, mas se a gente
tirar a vida de um elemento desse a sociedade se vira contra a polícia. De
pronto esse agente é afastado das funções e condenado pela sociedade”,
desabafou.
Além de ter que conviver com a ameaça de
morte, o capitão desabafou que o trabalho da polícia “está muito difícil”, pois
dos cinco homicídios ocorridos nos últimos 15 dias em Bayeux, quatro foram
“ordenados de dentro de presídios da Paraíba”.
Ele revelou também que a polícia tem a
informação de outras ordens de assassinatos feitas por presidiários. “Temos
a informação que pode ocorrer outros dois homicídios com ordem de presídio, um
no Maguinhos e um no Mário Andreazza. Uma das vítimas já foi avisada e decidiu
continuar no local. Como vou garantir a vida dele 24 horas podia, sete dias por
semana?”, questionou.
O capitão Kelton Pontes afirmou que a
Secretaria de Segurança do Estado e comando geral da Polícia Militar estão
colaborando com as investigações para prender o suspeito que teria encomendado
sua morte e do sargento.
“O secretário tem prestado proteção, mas
nem ele, nem ninguém podem garantir nossa vida”.
(portalcorreio)