ARTUR LIRA
JORNAL DA PARAÍBA
Até o dia 12 de fevereiro, os três
adolescentes acusados de participação na 'Barbárie de Queimadas' estarão nas
ruas novamente.
A saída deles já foi confirmada pelo
juiz da Vara de Infância e Juventude de Campina Grande, Max França, e deverá
acontecer entre os dias 8 e 12 do próximo mês, quando completam os três anos
máximos de internação permitidos por lei.
Os três acusados estão no Lar do Garoto,
em Lagoa Seca, Agreste da Paraíba, desde o dia 12 de fevereiro de 2012, quando
foram apreendidos ainda no dia do crime, junto aos demais adultos que já estão
presos e condenados.
O juiz disse que eles podem sair até
quatro dias antes do prazo, mas não pode informar o dia certo por questões de
segurança e porque o processo segue em segredo de justiça.
Apesar do crime bárbaro cometido, o
magistrado explicou que não há como ampliar a internação.
“Temos que cumprir o Estatuto da Criança
e do Adolescente. Eles foram acusados de um crime muito violento, mas já estão
chegando ao fim dos três anos máximos que podem permanecer internados. Depois
que saírem, eles estarão livres para seguirem suas vidas sem dever mais nada à Justiça”, frisou o
magistrado Max França.
Durante os três anos em que passaram no
Lar do Garoto, os acusados assistiram aulas escolares e receberam
acompanhamento psicossocial.
A cada seis meses eles passaram por
avaliações de comportamento e rendimento nas atividades submetidas e tiveram
bons resultados.
Os três adolescentes passarão pela
última avaliação no final de janeiro.
“Eles tiveram um bom comportamento,
sempre foram obedientes e não se envolveram em confusões, tendo uma relação
tranquila dentro dos alojamentos. Eles só não saíram antes, por conta da
gravidade do ato infracional cometido”, disse o juiz.
Izânia Monteiro, irmã de Izabela
Pajuçara, uma das vítimas assassinadas após o estupro, disse que a família não
está preparada para rever os três acusados na rua.
“A gente sempre conversa sobre a saída
deles, pois sempre soubemos que esse dia iria chegar, mas a verdade é que nós
não estamos preparados para ficar cara a cara com aqueles que de maneira
covarde amarraram, amordaçaram, violentaram e depois mataram as pessoas que nós
amamos e agora não estão mais conosco”, lamentou a irmã.
As famílias das vítimas já agendaram uma
missa em homenagem às mulheres violentadas para o próximo dia 12 de fevereiro
quando o crime completa três anos.
Ainda de acordo com os parentes, nos
últimos dias a população de Queimadas tem comentado a saída dos três acusados e
acreditam que eles não deviam voltar mais à cidade.
“Infelizmente não há mais o que fazer,
pois a justiça aqui na terra já aconteceu. É um absurdo saber que eles já vão
sair, mas essas são as leis de nosso país. Agora vamos ter que aprender a
conviver com eles novamente na sociedade. Não sei como será ver eles nas ruas
livres e pedimos força a Deus para enfrentar esse momento. Agora as portas da
Justiça se fecharam e temos que encarar esta realidade”, acrescentou
Izânia.
Os demais envolvidos cumprem pena em
João Pessoa.
(Artur Lira/Jornal da Paraíba)
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