domingo, 22 de fevereiro de 2015

O MORTO VIVO: MARCENEIRO É TIDO COMO MORTO DESDE DE 1985

Recentemente a TV Borborema, em Campina Grande exibiu uma reportagem contando a história de um marceneiro, morador do Bairro Monte Castelo, tido como morto a partir da metade da década de 1980.
Desde então a vida desse homem virou de cabeça para baixo.
A reportagem foi de Sabrina Lima e a produção de Sílvio Melo.
Segurando o atestado de óbito, Bento Henrique Alves disse à repórter que “a única coisa que eu quero é ficar vivo e o resto a gente vai levando”.
“Parece história de novela, né seu bento?”, perguntou Sabrina.
Seu bento respondeu: “Parece sim, mas infelizmente pra mim está sendo cruel. Imagine, por exemplo, você chegar para se aposentar e ser declarado como morto. Ninguém ficaria satisfeito. Ninguém”, desabafou o marceneiro.
“Seu Bento” investigou a história e segundo ele tudo aconteceu quando a ex-esposa foi ao INSS e declarou que ele estava morto. O marceneiro procurou a mulher e, de acordo com ele, ela queria se casar pela segunda vez.
“Ela disse que eu passei 38 anos sem aparecer e depois que eu apareci foi para trazer problema para ela. Eu disse: quer dizer que você me mata e eu trago problema para você? Eu quero ver como é que você vai se defender agora com esse processo”, perguntou para a ex-mulher.
De acordo com a Previdência Social existem duas formas de declarar uma pessoa morta.
A primeira seria um parente ir até o INSS com uma certidão de óbito e dar baixa no registro; a segunda é a através do cartório, que repassa a informação ao órgão.
No caso de “Seu Bento” o INSS assegura que houve uma fraude!
“Fizemos consulta no sistema informatizado e podemos perceber que não houve registro realizado dentro do INSS e também que esse registro não foi proveniente de informações dos cartórios. Talvez estejamos diante de algo fraudulento. Só o poder judiciário poderá realizar esta conclusão e resolver esta situação”, afirmou Jobson Sales, Chefe de Benefício do INSS em Campina Grande.

O curioso é que mesmo dado como morto em 1985 a carteira de trabalho de seu bento foi assinada até 1990, representando uma falha do sistema que não cruzou os dados.
O marceneiro também possui CPF ativo e conseguiu até atualizar o título de eleitor no sistema biométrico!
É como se ele estivesse morto e ninguém percebesse!
“Existem projetos em que os bancos de dados do poder público (notadamente o federal) vão ser todos unificados em algum tempo. Todos esses outros procedimentos que seu bento realizou como a biometria, carteira de trabalho assinada com contratos de trabalhos posteriores à pretensa morte que teria se dado em 1985, vão facilitar, por exemplo, a prova que ele está vivo”, disse Jobson Sales.
Sobre o caso a justiça se pronunciou da seguinte forma:
"Foi Determinada a citação das pessoas que foram indicadas pelo advogado do prejudicado (seu Bento), como também as pessoas responsáveis por esta certidão de óbito. 
Depois do prazo para a defesa, que é concedido pela lei, o judiciário vai ter condições de se pronunciar e em constatando o equívoco oficialmente, se poderá restabelecer a situação com uma eventual nulidade da certidão de óbito".
(Sabrina Lima/TV Borborema)

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