(Cb. Ubirajara) |
Um adolescente de 15 anos foi o autor do
tiro que matou o cabo da Polícia Militar da Paraíba Ubirajara Moreira Dias, na
madrugada do sábado (06/06) durante o assalto a um posto de combustíveis na
cidade de Patos, no Sertão.
A nova versão do caso foi apresentada
nessa segunda-feira (08) pelo delegado Manoel Martins, durante entrevista ao
programa Cidade Alerta/TV Correio.
Oito foram detidos, mas três já estão em
liberdade porque não tiveram participação na ação criminosa, segundo a Polícia
Civil.
No dia do crime, o 3º Batalhão da
Polícia Militar divulgou que o tiro teria sido efetuado pelo ex-presidiário
Joílson da Silva Galdino, 19 anos, que tentou fugir armado com um revólver
calibre 32, em uma moto com um amigo, e durante troca de tiros com os policiais
acabou morrendo, na Serra de Teixeira.
“Analisamos, minuciosamente, as imagens
do circuito de câmera do posto de combustíveis e concluímos que o autor do
disparo foi um dos adolescentes de 15 anos, que foi detido pela PM. O que
morreu o Joílson da Silva estava envolvido no assalto, mas não no disparo. O
menor tem diversas passagens pela polícia por roubo e assalto”, concluiu o
delegado.
Dados da Polícia Militar confirmam que o
garoto de 15 anos já foi apreendido por porte ilegal de arma, por duas vezes,
no intervalo de seis meses.
No mesmo dia do latrocínio, oito pessoas
foram detidas pela Polícia Militar na cidade de São José do Bonfim, na região
de Patos, bebendo comemorando o assalto e a morte do policial.
A residência foi cercada e o grupo
detido.
Houve trocas de tiros e dois morreram. “Dos
oito detidos, três foram liberados porque não tiveram participação no crime.
Cinco foram indiciados, entre eles, dois adolescentes”, revelou o
delegado Manoel Martins.
Os suspeitos de participação do assalto
foram apresentados aos policiais militares em serviço e à população do
município durante um ‘desfile’ na tarde do sábado.
Durante o trajeto pelas ruas da cidade a
população aplaudiu a ação da PM e pediu justiça.
Em nota, o Ministério Público da Paraíba
(MPPB) - através do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) –
instaurou procedimento preparatório para apurar, junto com as Promotorias de
Justiça Criminais e de Defesa da Criança e do Adolescente de Patos, as
circunstâncias que levaram à prisão de três pessoas, à apreensão de dois
adolescentes e à morte de dois homens, após o assassinato do cabo Ubirajara.
Os promotores de Justiça vão requerer os
relatórios das ocorrências policiais sobre o latrocínio que vitimou o PM, sobre
a prisão dos suspeitos e a morte dos dois envolvidos no crime, além de cópias
dos autos de prisão em flagrante para apurar o que aconteceu e identificar os
policiais envolvidos nos fatos.
O Ministério Público estadual tem 90
dias para concluir as diligências.
A assessoria da Polícia Militar nega que
tenha sido feito um 'desfile' com os presos.
As imagens gravadas por populares e
divulgadas pelas redes sociais mostram o trajeto do local onde eles foram
encontrados até a delegacia, ressaltando que os que estavam na parte de cima
das viaturas eram maiores de idade e os menores estavam na parte de dentro, sem
algemas.
Além de mostrar transparência na ação e
condução dos suspeitos para evitar possíveis denúncias de que eles teriam
sofrido algum tipo de agressão neste trajeto, como já ocorreu em outros estados
do Brasil (a exemplo do episódio do ônibus 174, no ano de 2000, no Rio de
Janeiro), os próprios policiais da região evitaram o linchamento dos acusados
quando chegaram à delegacia, já que a população estava bastante exaltada com a
morte do policial e queria a todo custo agredir os suspeitos.
Por fim, a assessoria da instituição
lembra que cabe apenas ao poder judiciário esse papel de fazer justiça,
desaconselhando qualquer cidadão a querer fazer com as próprias mãos ou
profissional a achar que assim pode ser feito.
(Hyldo Pereira/portalcorreio)
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