Por Sílvio Melo*
O tal do "protesto" contra
Dilma, com a imagem dela estampada em carros no lugar por onde se abastece o
veículo é, além de ridículo, um reflexo de como pensa o nosso povo.
O Brasil tolera e incentiva o estupro a
ponto de podermos afirmar que o crime faz parte da nossa cultura.
Além de incentivado e naturalizado (esse
"protesto" é um exemplo disso) aqui no Brasil acontece a
CULPABILIZAÇÃO DA VÍTIMA (isso fica claro naquele discurso de Bolsonaro dizendo
que "não estupraria" a deputada federal e ex-ministra de Direitos
Humanos Maria do Rosário porque ela "não merece" e depois, numa
explicação, dizendo que não merecia porque ela era feia).
É por isso que esse é um dos crimes mais
sub-notificados do país.
É comum as vítimas ouvirem de policiais
e da própria família que estavam bêbadas, com pouca roupa, que andavam sozinhas
à noite, etc..
A vítima, portanto, sente medo e
vergonha de denunciar.
A sexualização da mulher como objeto é
outro fator que estimula o alto número de casos.
Desde crianças aprendemos, na TV, em
músicas, na publicidade etc., que o corpo da mulher é um objeto que pode ser
consumido como qualquer outro.
O menino cresce acreditando nisso e, o
pior, a menina também.
Não estou defendendo ela como
presidente, estou defendendo ela como mulher.
Seja você de direita ou de esquerda,
reflita sobre o assunto.
Aprenda a pensar fora da
"caixa".
*Sílvio Melo é jornalista e produtor da
TV Borborema/SBT
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