(Aírton Júnior: morto no dia 12 de agosto) |
Os tiros que mataram o garçom Airton
Leitão de Oliveira Júnior, de 20 anos, no dia 12 de agosto/2015, não saíram do
revólver calibre “38” pertencente ao ex-presidiário Welton Dutra Lira, que se
encontra preso em caráter temporário, como suspeito do crime.
A afirmação foi da delegada Tatiana Barros,
na tarde desta sexta-feira (09/10), após um contato mantido pelo renatodiniz.com,
tomando como base o confronto balístico realizado pelo IPC.
“Os tiros que mataram jovem garçom em Campina
não foram da arma de ex-presidiário; Os tiros podem ter sido dados acidentalmente
por Hélio Pereira Cavalcante Filho, amigo da vítima”, disse a
delegada.
Ela continuou informando que “com
a reprodução simulada (reconstituição), feita por Hélio Pereira e Welton Dutra,
evidenciou-se a possibilidade de o disparo na cabeça de Aírton ter saído da
arma de Hélio, enquanto que o disparo no tórax (pela dinâmica apresentada pelos
dois) teria saído da arma de Welton”.
A reconstituição foi fundamental para
esclarecer detalhes que até então estavam intrigando a polícia.
DISSE TATIANA: “foram submetidos à perícia de
confronto balístico a arma de Welton, os projéteis apreendidos no local do fato
e os projéteis retirados do corpo da vítima. A perícia balística concluiu que
de fato, a arma utilizada por Welton foi a arma apreendida, pois havia
projéteis retirados no local que foram expelidos pelo cano daquela arma. Ou
seja, não houve troca de arma por parte de Welton. Por fim, as peritas do setor balístico do IPC
concluíram que O MATERIAL RETIRADO DO CORPO DE AÍRTON NÃO FOI EXPELIDO PELA
ARMA DE WELTON”.
(Arma de Welton: revólver calibre "38" não foi a arma do crime) |
A delegada enfocou que “a
perícia do IPC foi determinante e essencial ao concluir que os disparos que
atingiram Aírton não saíram da arma de Welton. Enfatizo o
trabalho fundamental das peritas Kesia e Zênia”.
Tatiana Barros ACRESCENTOU QUE “conclui-se
que, na dinâmica apresentada pelos envolvidos (na reconstituição), na qual
ambos se colocam armados no fato e em confronto direto, os disparos que
atingiram Aírton saíram da arma de Hélio. Ressalte-se que a arma de Hélio não
foi apreendida, pois ele afirma que a deixou na calçada após o fato”.
O
renatodiniz.com perguntou a delegada se Welton Dutra vai permanecer preso (já
que tem Prisão Temporária que expira na próxima quarta-feira, dia 14).
A delegada respondeu que “não
representarei pela preventiva, mas ele responderá por tentativa de homicídio,
já que ele só não consumou o fato por circunstâncias alheias a sua vontade”.
O renatodiniz.com perguntou se ela
pedirá a soltura dele.
“Já fiz um ofício hoje (nesta sexta)
dizendo que a polícia judiciária (Polícia Civil) não tinha interesse na
conversão da Prisão Temporária em Preventiva”.
Sobre Hélio Pereira a delegada informou
que em respeito ao Laudo Técnico que falta, prefere expor o relatório depois, “mas,
houve um homicídio com erro de execução, porém prefiro só expor essa ideia com
a conclusão do laudo. Vou aguardar o laudo da reprodução para resolver o caso
de maneira totalmente substanciada”.
ENTENDA
O CASO
O
CRIME
Na noite da quarta-feira, 12 de agosto,
morreu no Hospital de Trauma o garçom Aírton Leitão de Oliveira Júnior.
No início da tarde o rapaz foi baleado
com um tiro no tórax e outro na cabeça.
O crime aconteceu no Conjunto
Mariz/Malvinas, em Campina Grande.
O ex-presidiário “Welton” foi apontado
como suspeito.
Houve uma briga entre a vítima e Welton.
Uma terceira pessoa (amiga de Aírton) se envolveu.
Ocorreram disparos, pois Welton e Hélio estavam armados.
Aírton trabalhava em um restaurante
(DNA) no Bairro Alto Branco e era pai de duas crianças.
Na tarde da sexta-feira, 14 de agosto,
Welton Dutra Lira, recebeu "voz de prisão" quando compareceu a
Delegacia de Homicídios para prestar depoimento.
Ele negou o crime e acusou “Hélio ou
Helinho” de ser o autor dos disparos que tiraram a vida de Aírton.
Welton apresentava ferimentos
superficiais provenientes de tiros.
No dia 13 de agosto o Promotor e o Juiz
do 1°Tribunal do Júri se manifestaram favoráveis e expediram o Mandado de
Prisão Temporária e de Busca Domiciliar, já que Welton havia se evadido.
Na casa dele foi encontrado um revólver
calibre “38”.
“Foram ouvidas diversas pessoas e foi
realizado um verdadeiro trabalho de convencimento para que Welton se
entregasse, pois tínhamos conhecimento de ele que havia sido atingido por
disparo de arma de fogo, mas não tinha procurado socorro médico”.
De acordo com a delegada Tatiana “quando
Welton chegou a Central de Polícia apresentava uma lesão de tiro de raspão no
lábio e no braço direito, além de uma lesão transfixante no dedo médio da mão
direita”.
Ele negou o homicídio,
“Na versão dele, ele não atirou em
Aírton. Quem atirou foi um homem
identificado como Helinho, que seria amigo da vítima. Welton disse que Hélio
atirou contra ele, mas acabou atingindo Aírton. E isso aconteceu enquanto ele
agarrava Hélio tentando tomar a arma”.
A APRESENTAÇÃO
E DEPOIMENTO DE HÉLIO
Na segunda-feira, 17 de agosto, Hélio
Pereira Cavalcante Filho, amigo da vítima prestou depoimento à delegada
Tatiana.
Ele foi ouvido e liberado.
No depoimento dele ficou delineado que houve
uma luta corporal do Welton com o Aírton Júnior. O Welton estava com uma arma
de fogo que na luta corporal efetuou disparos que atingiu Aírton Júnior.
“o Hélio realmente estava portando arma
de fogo e chegou trocar tiros com o Welton”.
Sobre o depoimento, a policial foi
enfática: “o Hélio veio à delegacia com uma HISTÓRIA NÃO CRÍVEL de que após a
confusão deixou a arma de fogo na esquina da rua da casa dele”.
Diante das contradições existentes entre
o depoimento de Welton Dutra e Hélio Pereira, a delegada solicitou a
reconstituição do crime.
A
RECONSTITUIUÇÃO
Na tarde de 04 de setembro um trecho da
Rua José Castro Barreto Filho, no Conjunto Mariz foi isolado para a realização
da reconstituição da morte Aírton.
A delegada disse que a “reprodução
simulada” realizada pela equipe do IPC foi muito detalhista e muito bem
executada.
“Dr. Maxuell e Dr. Rodolfo, foram
extremamente diligentes. Foi uma equipe muito preparada”.
Os peritos ouviram as versões de Hélio e
de Welton, separadamente.
“Em seguida Hélio participou da
reconstituição e depois foi a vez de Welton. Em nenhum momento os dois tiveram
acesso a reconstituição do outro”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.