Dois crimes (homicídios) passionais chocaram
as cidades de Queimadas e Esperança recentemente.
Os protagonistas são casais
desconhecidos, mas pelas circunstâncias de que como tudo ocorreu, tornaram-se o
foco do noticiário policial.
Em Queimadas o marido matou a mulher com
vários golpes de faca e disse que faria tudo novamente, pois estava sendo
traído.
Ela alegou que já não aguentava mais
conviver com o companheiro que sempre lhe ameaçava de morte, porém estava
arrependida.
Ele foi assassinado com golpes de faca e tiros.
Nos dois casos os acusados foram presos preventivamente pela polícia civil em cumprimento a mandados judiciais.
OS
MOTIVOS DOS CRIMES, SEGUNDO OS ACUSADOS*
Josimar Pereira da Silva, o “cego”, foi
preso no último dia 23 e assumiu que matou esposa, Sandra Serafim de Oliveira,
no dia 03 de novembro com golpes de faca.
Agentes da polícia civil e o delegado
Ramirez São Pedro realizaram a prisão.
“Ele confessou o crime, não mostra
arrependimento. Ele alegou que estava sendo traído pela Sandra e por isso ‘teria
o direito de assassiná-la’; Também não demonstrou arrependimento de ter
esfaqueado a enteada, pois segundo ele, a jovem o teria agredido com uma
garrafa de vidro na cabeça no momento em que matava a mãe dela”, disse o delegado
Ramirez.
O policial acrescentou que “na
verdade foi um motivo fútil. Familiares e parentes dela negam essa alegação de Josimar.
Ele é um ébrio, vivia embriagado e nesses momentos de constante embriaguez agredia
fisicamente a Sandra na frente dos filhos e os obrigava a ingerir bebia alcoólica”.
“Desde o dia do crime Josimar se homiziou
na mata, na região de Queimadas. Ele conhecia a região: nasceu e cresceu por lá. Ele ficava visualizando a chegada de pessoas e veículos estranhos. Durante o
período em que ficou escondido, ele praticou pequenos furtos e exigiu alimentos
dos moradores. Ele não resistiu à prisão. Nestes dias ele disse que dormiu na
mata. Para evitar ser picado por animais peçonhentos amarrava sacos plásticos
nos pés; Se alimentava de arroz cru humedecido, fubá, açúcar e água”.
Sandra deixou oito filhos menores e uma
neta.
Josimar é pai de apenas um deles.
Policiais do Núcleo de Homicídios,
comandados pelo delegado Jorge Luís, prenderam quarta-feira (25) Adriana
Lourenço da Silva e Edvaldo Cavalcante da Silva, o “gazinho”.
Adriana é acusada de mandar matar
Adeilton Afonso de Oliveira, que era marido dela na noite de 13 de novembro e
“gazinho” se encarregou de executar o pedreiro com golpes de faca e tiros de
revólver.
O valor do crime foi acertado em
“10.000,00 reais”.
A versão de Adriana é de que ela descobriu
que era traída pelo marido e queria a separação, pois não aceitava essa
situação.
Ela disse ao delegado Jorge Luís que “sempre
pedia a separação, mas ele me dizia que se eu o deixasse, ele me matava”.
Caiu por terra uma versão de latrocínio
(matar para roubar).
Até uma TV desapareceu da casa (que
estava toda revirada na noite do crime).
Sobre o caso, quem falou com a
reportagem foi o delegado Henry Fábio.
“Desde o momento em que foi feito o
local de crime (PC e IPC), constataram-se algumas incongruências entre o
depoimento de Adriana, em desacordo com o depoimento de outras testemunhas. Foi
feita uma investigação bastante minuciosa conduzida pelo Núcleo de Homicídios.
Com base nestas investigações e provas, Adriana confessou o crime ao delegado
Jorge Luís. Ela afirmou que tramou e arquitetou o crime e indicou ‘gazinho’
como o homem que executou Adeilton. Inclusive ela afirmou que iria compensar ‘gazinho’
com a quantia de ’10.000,00 reais’ em dinheiro”.
(Adeiltron: vítima de faca e tiro) |
Em depoimento, Adriana alegou, segundo o
delegado que “o motivo seria uma briga familiar; a tentativa da esposa de querer se
separar; a negativa do marido em aceitar essa separação; e, segundo ela, as
constantes ameaças de morte que Adeilton fazia caso ela levasse a frente essa
ideia de separação”.
O delegado contou ainda que no
depoimento a mulher diz que “se vendo acuada e amedrontada, planejou
este crime”.
COMO A POLÍCIA DESMONTOU A TESE DE
LATROCÍNIO (MATAR PARA ROUBAR)
“A morte com faca e ao mesmo tempo com
tiro, fica meio desconcertante no panorama do latrocínio. Então pareceu, desde
o primeiro momento para os investigadores, que aqueles golpes de faca foram
desferidos como forma de um sentimento mais pessoal, do que um latrocínio”, informou o
policial.
Henry Fábio concluiu dizendo que “ela se mostrou arrependida e mostrou compelida
a planejar tal homicídio em virtude das ameaças que vinha sofrendo”.
*As entrevistas dos delegados Ramirez São Pedro e Henry Fábio foram veiculadas na TV Borborema/SBT
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