O papa Francisco se considera tão
pecador como os condenados a penas de prisão, revela em um livro de
entrevistas, com um pronunciado tom pessoal, que chegará às livrarias na
terça-feira (12).
O papa é um homem que precisa da
misericórdia de Deus, insiste Jorge Bergoglio em "O nome de Deus é Misericórdia", que será publicado na
terça-feira (12/01) por 21 editoras em 86 países.
Na longa reflexão sobre o perdão
concedido por Deus ao ser humano, tema central do Jubileu da Misericórdia
iniciado em 8 de dezembro, o pontífice argentino afirma que "a
Igreja condena o pecado porque deve dizer a verdade. Diz: 'Isto é um pecado'.
Mas ao mesmo tempo abraça o pecador que se reconhece como tal".
Francisco espera que o Jubileu permita
redescobrir a igreja como uma estrutura ágil de intervenção rápida, na qual se
pratica uma medicina de urgência.
Nas respostas às perguntas do
vaticanista italiano Andrea Tornielli, o papa incide mais uma vez em sua
relação especial com os presos, que já visitou diversas vezes nas
penitenciárias.
Ele afirma que se sente unido aos
condenados porque é consciente de que também é um pecador.
Jorge Bergoglio revela que a cada vez
que entra em uma prisão se questiona por quê eles e não eu.
Neste sentido, destaca que a vergonha é
um dom.
Quando se sente de verdade a
misericórdia de Deus, você fica com vergonha, ao perceber que, apesar de nossa
história de miséria e pecado, Ele continua nos sendo fiel, afirma o pontífice.
Uma ideia é ressaltada: a vergonha
permite que a pessoa reconheça que o que faz é um erro, com o que evita cair na
tentação do corrupto que se cansa de pedir perdão e acaba acreditando que não
deve pedir mais, explica.
(France Presse)
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