Por Thiago Dias
Globo Esporte
"É um grande jogador, poderá ser
muito útil para a seleção". "Ele pode ser o diferencial que o Catar
precisa para conseguir a vaga em 2018".
"Os números mostram que não tem
ninguém jogando no país como ele hoje".
"É um filho da mãe; do bem,
claro".
Os elogios são todos para o mesmo
jogador, considerado como maior estrela do futebol do Catar hoje.
Xavi, ídolo do Barcelona e atual camisa
6 do Al Sadd? Não.
As atenções nos gramados cataris estão
voltadas para o brasileiro Rodrigo Tabata, que ganhou a cidadania local e pode
estrear oficialmente pela seleção do Catar nas eliminatórias asiáticas para o
Mundial da Rússia.
As frases citadas foram ditas por nomes
importantes do esporte catari ao GloboEsporte.com em Doha.
A primeira é do secretário-geral do
Comitê Olímpico do país, Dr. Thani Al Kuwari.
A segunda, de Jorge Fossati, técnico de
Tabata no Al Rayyan, vencedor da Liga dos Campeões da Ásia em 2011 com o Al
Sadd e ex-treinador da seleção local.
Kahled Jassim, apresentador do principal
programa de futebol do país no canal Alkass, disse a terceira.
E a quarta vem do nome mais influente na
federação (QFA) atualmente: o sérvio Bora Milutinovic, que tem cinco Copas do
Mundo no currículo por países diferentes (México, 1986, Costa Rica, 1990,
Estados Unidos, 1994, Nigéria, 1998, e China, 2002), vive em Doha e trabalha
como conselheiro da QFA.
Enquanto as atenções da imprensa
internacional estavam voltadas para a chegada de Xavi ao Al Sadd em 2015,
Tabata roubou as manchetes nos jornais do país.
Capitão do líder Al Rayyan, o ex-jogador
de Goiás e Santos é o artilheiro da Liga do Catar com 17 gols e tem ainda 11
assistências.
O time treinado por Fossati possui o
melhor aproveitamento em campeonatos nacionais do mundo (94,4%) e precisa de
apenas quatro pontos nas próximas oito rodadas para garantir o título
antecipado (o Al Sadd, de Xavi, é o quarto, com 32).
“Acredito que vivo minha melhor
temporada sim. Com o passar do tempo, mais experiente. Após a chegada do Fossati, ele me colocou mais perto
do gol. Por isso tenho feito tantos” analisou o camisa 10.
Para poder se naturalizar e jogar pela
seleção, um jogador tem que ter defendido um clube do Catar por pelo menos
cinco anos. Tabata chegou ao país em 2010, após passagem pelo Besiktas, da
Turquia, e foi convocado em 2015 para um período de treinos com o técnico
uruguaio José Carreño na Áustria.
A estreia não-oficial com a camisa do
Catar aconteceu no dia 17 de agosto com empate de 2 a 2 com o Lask Linz.
Agora, Tabata está liberado para
disputar partidas oficiais e espera ser chamado para as eliminatórias da Copa
de 2018.
“Foram 10 dias de treino em Viena.
Cheguei num dia, dois dias depois teve o primeiro amistoso, e eu entrei 10
minutos contra uma equipe da segunda divisão da Áustria. Na segunda partida,
entrei faltando 30 minutos. Estávamos perdendo de 1 a 0, meti a bola para o gol
do empate. Entrei bem nos dois jogos e agora já posso participar dos jogos
oficiais”.
Aos 35 anos, a idade pode ser
considerada um fator contrário à convocação de Tabata.
O maior defensor do brasileiro no país é
Fossati, que lembra que o Catar não tem tantos jogadores à disposição para
abrir mão do craque do campeonato local.
“A primeira coisa que alegavam aqui era
a idade dele. Eu coloquei o exemplo que o Pirlo jogou a Copa de 2014 com 34
anos na seleção italiana. Eu acho que, sem dúvida, ele pode ser o diferencial
que o Catar precisa hoje para conseguir a vaga em 2018. Se me perguntar sobre
Tabata em 2018, eu não sei. Mas é agora que você tem que lutar para se
classificar. O Catar precisa dele para hoje”.
A seleção catari está na liderança do
Grupo C da segunda fase das eliminatórias asiáticas com 18 pontos (100% de
aproveitamento em seis rodadas).
A próxima partida é contra Hong Kong, em
24 de março, em casa. Cinco dias depois, o time de Carreño visita a China, pela
última partida da fase.
Os dois primeiros de cada chave avançam
para a terceira fase, que dividirá as 12 seleções em dois grupos de seis.
O campeão e o vice de cada um se
classifica para a Copa de 2018. Os dois terceiros farão um mata-mata para
decidir quem disputará a repescagem da Fifa.
“Ninguém me falou nada abertamente de
que serei convocado, mas pela fase, pelo momento, tudo indica que eu posso ser
convocado. Tem ainda o clamor da mídia, dos torcedores que estão querendo que
eu vá para a seleção”, disse Tabata.
A naturalização, a boa fase no Al Rayyan
e a chance de disputar uma Copa do Mundo mudaram os planos do meia-atacante: a
volta para o futebol brasileiro vai ser adiada.
“Tinha a ideia de voltar e encerrar carreira no Brasil, no Goiás, onde tenho uma relação muito boa lá. Mas com essa possibilidade, você volta a ser um juvenil, volta a sonhar como criança. Eu sei que em 2018 vou estar com 38 anos, mas é evidente que pode ser que eu esteja em forma para jogar alguns minutos. Tenho esse sonho, e não planejo mais quando vou parar”.
“Tinha a ideia de voltar e encerrar carreira no Brasil, no Goiás, onde tenho uma relação muito boa lá. Mas com essa possibilidade, você volta a ser um juvenil, volta a sonhar como criança. Eu sei que em 2018 vou estar com 38 anos, mas é evidente que pode ser que eu esteja em forma para jogar alguns minutos. Tenho esse sonho, e não planejo mais quando vou parar”.
(Thiago Dias/globoesporte.globo.com)
Fotos: Thiago Dias
*Rodrigo Tabata também teve passagens pelo Treze e Campinense Clube.
RODRIGO TABATA,Ó ETERNO ÍDOLO DOS PRÉALINOS.COMO ELE JOGOU NAQUELE FATIDICO JOGO CONTRA Ó SANTO ANDRE NÓ AMIGAÕ,NAQUELA SÉRIE C.KKKKKKKK
ResponderExcluirEle é um jogador diferenciado mesmo, pena que abriu as pernas e forçou sua expulsão naquele jogo do Santo André. Pra mim ele apagou tudo de bom que tinha feito naquele ano.
ResponderExcluirEle é um jogador diferenciado mesmo, pena que abriu as pernas e forçou sua expulsão naquele jogo do Santo André. Pra mim ele apagou tudo de bom que tinha feito naquele ano.
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