(Atualizada)
Equipes da Delegacia de Homicídios em
Campina Grande com apoio de policiais da 12ª DSPC/Esperança, desvendaram um
crime que chocou Campina Grande.
A vítima foi Jessikaline Barbosa da
Silva, 24 anos.
Quatro adultos estão presos e dois
adolescentes foram apreendidos.
A delegada Tatiana Matos presidiu as
investigações que duraram dois meses.
A morte de Jessikaline foi encomendada
de dentro de um dos presídios de Campina Grande.
Os acusados são Jean de Albuquerque
Souza, Adriano Farias de Oliveira, Francisco Zerisvaldo Duarte, Alex Júnior dos
Santos Brito e os dois adolescentes.
Jessikaline prestaria depoimentos a
justiça contra um dos acusados e isso motivou o homicídio.
O crime ocorreu na noite do sábado, 05
de março/2016.
A jovem foi encontrada agonizando dentro
do carro dela na Rua Manoel Martins, ao lado do colégio Ana Amélia, no Bairro
Bodocongó III, com um tiro na nuca.
Ela foi levada para o Hospital de Trauma
e morreu na tarde da segunda-feira, 07 de março.
Testemunhas informaram à polícia que um
homem numa moto desferiu o tiro e em seguida tomou o rumo do Hospital de
Trauma.
A bala, segundo a médica, ficou alojada.
O QUE VOCÊ VAI LER ABAIXO É FIELMENTE A
DECLARAÇÃO DA DELEGADA TATIANA BARROS DURANTE ENTREVISTA A PATRULHA DA
CIDADE/TV BORBOREMA
O PAPEL DE CADA UM
Jean: determinou e autorizou a morte de
Jessikaline;
Adriano “cabeça”: agenciou e conseguiu
as pessoas para cometer o crime;
Francisco Zerisvaldo “coroa”: levantou
as informações (os passos da vítima) e participou efetivamente do crime;
Alex Júnior: foi quem efetuou os
disparos.
Os adolescentes: roubaram uma moto para,
única e exclusivamente, servir ao executor do crime.
O coroa (motorista de transporte
clandestino) escolheu roubar a moto de um amigo para servir ao crime.
Ele fez isso por duas vezes, pois o
homicídio não deu certo num dia, mas no dia seguinte ele apontou outro veículo
para ser roubado.
O MOTIVO
Em 2014 a Jessikaline teve um
relacionamento com Jean e no curso desse relacionamento o Jean estava sendo
investigado pela polícia federal e foi alvo de uma profunda investigação por
tráfico, assim como Jessikaline.
Quando ela foi ouvida na PF ela contou
tudo, abriu o jogo, contou tudo.
Ela contou qual era a participação do
Jean, como também de outras pessoas no tráfico de drogas e na associação para o
tráfico de drogas.
Depois disso o Jean começou a tentar
mudar e fazer com que Jessikaline mudasse o depoimento.
Tentou de várias formas: por meio de
advogado, por meio de amigos, por intimidação.
Para se ter uma ideia, em um ano a
Jessikaline mudou o chip do celular várias vezes, mudou de residência, mas o
Jean conseguia descobrir aonde ela estava.
Ele foi preso, fugiu e em janeiro desse
ano ele foi preso novamente (pela DRF de Campina Grande).
Em março desse ano, no dia 16, haveria
uma audiência e Jessikaline seria ouvida e o Jean continuou insistindo para que
ela mudasse o depoimento e ela disse que não mudaria, pois agora ela era
evangélica e não iria mudar em hipótese alguma o depoimento.
A DECISÃO
Jean, de dentro do presídio do Serrotão,
juntamente com Adriano “cabeça”, conseguiu articular e levantar o atual
endereço dela.
Ela estava, inclusive, recém-casada.
O Jean e o “cabeça” conseguiram levantar
tudo através do “coroa” que é motorista de transporte clandestino.
O “coroa” descobriu tudo: os telefones
de Jessikaline, os passos de Jessikaline, onde ela estava morando, o carro
dela.
Jessikaline também era motorista de
transporte clandestino em Campina Grande.
Tudo foi repassado para Adriano “cabeça”
que determinou: “vamos chamar o Alex e o menor de 16 anos para que eles
executem a mulher”
Eles montaram uma história de cobertura.
A TRAMA
Como Jessikaline era motorista de
transporte clandestino um dos executores argumentou junto a ela que queria
fazer uma corrida para uma vaquejada e a Jessikaline teria que pegar ele e
outras pessoas nas proximidades do colégio Ana Amélia/Bodocongó.
Ela aceitou a corrida.
Esse dia foi 04 de março, mas a
Jessikaline se fez acompanhada do marido.
Quando Alex e o menor viram a mulher
acompanhada do marido desistiram da investida (crime), pois ficaria mais
complicado, ou seja: teriam que matar Jessikaline e o marido.
O assassino, de certa distância, ligou
para Jessikaline e disse que a viagem estava adiada em virtude de um problema
de saúde da mulher de um deles, porém já amarrou a corrida para o sábado (dia
seguinte).
Vale ressaltar que o crime, segundo os
envolvidos, teria que ser executado antes do dia 16 de março, pois neste dia
Jessikaline iria depor contra Jean.
O DIA DO CRIME
No dia do crime (05 de março) Alex volta
a ligar para Jessikaline confirmando que iria para a vaquejada, porém faltava o
veículo do crime.
Foi então que o Zerisvaldo “coroa”
entrou na jogada novamente.
Ele levou os menores para frente da
Alpargatas e apontou qual moto seria roubada, justamente a moto de mototaxista
amigo dele. Um menor pegou a corrida e outro menor foi com Zerisvaldo para as
imediações do CAIC/Malvinas esperar o comparsa para efetivar o roubo da moto.
A corrida foi feita e no CAIC ocorreu o
roubo do veículo que serviria ao homicídio.
A motocicleta foi levada para os fundos
do Conjunto Acácio Figueiredo e estava pronta para os executores.
A arma utilizada neste assalto foi a
mesma que matou Jessikaline.
A EXECUSSÃO DO PLANO
No início da noite um dos adolescentes
(de 16 anos) pegou a moto e levou até a casa de Alex e partiram (os dois) para
as imediações do colégio Ana Amélia onde Jessikaline esperava para fazer a
corrida.
O menor ficou na motocicleta, Alex
entrou no carro e efetuou dois tiros e fugiu com o comparsa.
COMO A POLÍCIA CHEGOU AOS CULPADOS
Foi um trabalho incansável das várias
equipes da Delegacia de Homicídios.
No curso das investigações foi
descoberto que o assassino estava preso em Juazeirinho, no Cariri, por causa de
um crime de roubo. O apoio da 12ªDSPC, através de Henry Fábio e Gilson Teles,
foi de extrema importância.
O Alex foi preso em Juazeirinho com arma
que assaltou o mototaxista e que matou Jessikaline.
A equipe de investigação teve acesso ao
revólver e solicitou confronto balístico.
O IPC foi preciso e determinante: a arma
apreendida era justamente a que matou a jovem.
AS ACUSAÇÕES CONTRA OS ENVOLVIDOS
Eles serão acusados de formação de
associação criminosa, homicídio qualificado, corrupção de menores e roubo.
O DESABAFO DA DELEGADA
A menina estava recebendo ameaças, ela
estava sendo intimidada a mudar seu depoimento numa delegacia de polícia.
É importante que todas as pessoas, quer
sejam vítimas ou familiares ou amigos, que venham a delegacia ou fórum; que
prestem seus depoimentos, ou sejam coagidas, não tenham medo. Não tenham medo.
Por favor: compareçam a autoridade policial e digam que estão passando por determinada
situação.
Se Jessikaline tivesse procurado a
autoridade policial com certeza teria
sido feito algo e ela não teria sido morta.
ADVOGADOS INESCRUPULOSOS
Nós temos conhecimento de advogados que
tiram cópias das oitivas das pessoas e entregam aos familiares de presos e
dizem: “olha, quem te compromete é esta pessoa aqui. Resolve isto”.
As nossas testemunhas precisam ser
respeitadas.
Como ela não iria morrer se denunciasse as ameaças, se ela tinha que trabalhar e o trabalho diretamente com deconhecidos todos os dias?
ResponderExcluirComo ela não iria morrer se denunciasse as ameaças, se ela tinha que trabalhar e o trabalho diretamente com deconhecidos todos os dias?
ResponderExcluirEra pra justiça manter em sigilo o nome de quem faz depoimento, mas não,revela e o depoente fica em risco. Por isso que poucos prestam depoimento, para não pagar com a vida. A NOSSA JUSTIÇA É AFAVOR DO CRIME.
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