Uma foto em que Natan Felipe Vieira
aparece ao lado de dois policiais militares, durante o desfile de 07 de
setembro, seria o motivo do assassinato do jovem na tarde de segunda-feira (19/09)
em Joinville, no Norte de Santa Catarina.
As informações são de uma testemunha
ouvida pela Polícia Civil. Um amigo de infância de 16 anos da vítima foi
apreendido como principal suspeito.
(Natan Felipe: vítima) |
O adolescente de 17 anos foi morto a
tiros na saída da escola, por volta das 12h. Conforme a Delegacia de Proteção à
Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami), Natan Felipe Vieira não tinha
atos infracionais antecedentes.
Conforme a delegada Geórgia Marrianny
Gonçalves Bastos, o suspeito teria envolvimento com a criminalidade e não teria
gostado da publicação feita em redes sociais.
"Os dois eram amigos de frequentar
a casa um do outro. Ele postou uma foto no Facebook ao lado de policiais, em um
desfile de 07 de setembro, o que uma testemunha diz ter motivado o crime", conta a delegada.
Na legenda da publicação, Natan escreve
"o jeito é se unir".
O suspeito segue apreendido na Dpcami
nesta terça (20).
"Ele foi preso em flagrante e está
à disposição do judiciário para decidir sobre internação. Ele nega, mas há
testemunha ocular que afirma a autoria do crime", complementa a
delegada.
Pela manhã, a delegada afirmou que
seriam ouvidas mais testemunhas na tarde desta terça.
Entretanto, pelo sepultamento do menino,
os depoimentos foram transferidos para quarta (21).
"Mas é um processo muito difícil,
muitas testemunhas têm medo de sofrer represália. Com isso fica difícil de
conseguir os detalhes do caso", conta a delegada.
PASSEATA
Na manhã desta terça, cerca de 70
pessoas, entre alunos, pais e professores, participaram de uma passeata em
frente à rua do colégio onde Natan estudava pedindo justiça e paz.
O grupo caminhou por cerca de 40 minutos
com cartazes e balões brancos.
CRIME
O crime ocorreu no bairro Petrópolis.
"Ele [vítima] saiu da escola,
estava se dirigindo para casa. Foi próximo a uma ponte. O autor se aproximou,
sacou o revólver e efetuou os disparos", conta o delegado
Fabiano Silveira.
O local do crime foi próximo à escola
onde o adolescente que sofreu o homicídio estudava também no bairro Petrópolis.
"Foi uma execução. [O autor] Se
aproximou com a bicicleta sem qualquer chance de defesa para a vítima", afirmou o delegado.
Em depoimento, a acusado negou ser o
autor do crime, mas admitiu que estava próximo ao local onde tudo aconteceu.
Como foi reconhecido por uma testemunha
ocular, foi encaminhado à Central de Plantão Policial de Joinville para a
apreensão em flagrante.
Somente o laudo pericial poderá precisar
a quantidade de tiros levados pela vítima.
Pelas informações iniciais da polícia,
foram entre quatro e cinco disparos.
ÓTIMA
REPUTAÇÃO
Segundo as informações colhidas pela
Polícia Civil, Natan tinha boa reputação na escola.
"Estudava. Nas horas de folga,
ajudava na renda familiar, auxiliava no mercado do bairro. Um menino de ótima
reputação entre colegas e vizinhos", disse o delegado.
O diretor da Escola Professora Gertrudes
Benta Costa, Mauri Matos, onde a vítima estudava, informou que não haverá aulas
na unidade de ensino nesta terça (20).
"Era um bacana. Tinha amizade com
todos. Inclusive, estava querendo pintar a quadra da escola. Participou do ato
que fizemos no 07 de setembro contra as drogas. Era um ato contra a morte de
outro aluno, David, que foi encontrado morto", diz o diretor.
(G1 SC)
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