O Ministério Público e a Polícia Civil
do Rio Grande do Norte deflagraram na manhã desta terça-feira (6/09), na Grande
Natal, uma operação denominada ‘Medellín’.
O objetivo, segundo o MP, é desarticular
uma quadrilha de tráfico de drogas, também responsável por crimes de lavagem de
dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores.
Foram expedidos 14 mandados de prisão,
12 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor e depois é
liberada) e 26 de busca e apreensão.
Entre os detidos estão dois advogados e
três pessoas que já estão presas por outros crimes.
Participam da operação 21 delegados, 110
agentes e escrivães e mais quatro promotores de Justiça.
O patrimônio toral estimado dos
envolvidos é de aproximadamente R$ 20 milhões.
Ainda de acordo com o MP, as
investigações identificaram três núcleos da organização criminosa.
O primeiro deles é comandado por Gilson
Miranda da Silva – apontado como traficante distribuidor de droga no estado.
Ele é foragido da Justiça desde a
operação 'Anjos Caídos', realizada em julho de 2015 pela Delegacia
Especializada em Narcóticos, que na ocasião não conseguiu dar cumprimento ao
mandado de prisão contra ele.
O MP também afirma que Gilson possui
ligação direta com grandes traficantes do país, a exemplo de José Silvan de
Melo, mais conhecido como ‘Abençoado’.
Em abril de 2015, ele foi preso no Mato
Grosso com R$ 3,2 milhões.
Gilson também é o principal suspeito de
ter mando matar Bruno Rocha de Paiva, cujo corpo foi encontrado carbonizado na
cidade de Arez.
A instauração deste Inquérito Policial
foi apontado pelo policial civil Tibério Vinícius Mendes de França (que está
preso em Pernambuco) como suposto objeto de negociação financeira envolvendo o
também policial Iriano Serafim Feitosa e a mulher dele, a advogada Ana Paula
Nelson, com vistas a que não houvesse continuidade da investigação do
homicídio.
Iriano Feitosa foi morto no dia 3 de
fevereiro deste ano.
Tibério é o principal suspeito do crime.
O segundo núcleo, ainda de acordo com o
MP, tem como chefe João Maria Santos de Oliveira, o João Mago, considerado um
dos líderes e fundadores de uma facção criminosa que atua a partir de dentro
dos presídios do estado.
João foi preso em julho deste ano no
bairro de Nova Parnamirim.
Em dezembro do ano passado, ele havia saído da
Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP) com o auxílio de um alvará de
soltura falso.
Segundo o governador Robinson Faria, que
anunciou a prisão dele em uma rede social, João Mago faz parte do comando dos
ataques criminosos que aconteceram durante o período de 29 de julho até meados
de agosto em mais de 100 cidades do estado por causa da instalação de
bloqueadores na PEP.
Já o terceiro núcleo, o MP diz que é
comandado por Islânia de Abreu Lima, também apontada como traficante.
Ela é companheira de Diego Silva Alves
do Nascimento, mais conhecido como ‘Diego Branco – que chegou a ser um dos
criminosos mais procurados do Rio Grande do Norte.
Atualmente, ele está preso na
Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.
Islânia também foi presa após ter sido
constatado o seu envolvimento com os atos de vandalismos praticados durante a
onda de ataques no estado.
O MP afirma também que “os
chefes de cada núcleo adquiriram vultuoso patrimônio decorrente do tráfico de
drogas, transferindo a administração desses bens a terceiras pessoas que
àqueles se associaram criminalmente, dissimulando a propriedade dos bens
adquirido com o tráfico”, e que “a investigação também comprovou a
participação dos advogados Ana Paula Nelson e Allan Clayton Pereira de Almeida
e do falecido Iriano Serafim Feitosao na associação criminosa em questão”.
As investigações vêm sendo realizadas em
conjunto pela Polícia Civil, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) e 80ª Promotoria de Justiça, com o apoio da Secretaria de
Segurança Pública do Estado.
(G1 RN)
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