Três prefeitos de municípios do Sertão
paraibano foram afastados cautelarmente dos cargos, sendo que dois deles também
foram presos temporariamente após uma operação realizada pela Polícia Federal
na manhã desta sexta-feira (09/09).
De acordo com o órgão, a operação
“Veiculação” tem por objetivo apurar irregularidades em licitações e contratos
públicos realizados pelas prefeituras municipais de Patos, Emas e São José de
Espinharas.
As
fraudes investigadas envolvem mais de R$ 11 milhões em recursos.
Segundo o Ministério Público Federal
(MPF), foram expedidos mandados de prisão preventiva e temporários em desfavor
de cinco pessoas.
Do total de mandados de prisão cumpridos
na operação, dois são contra prefeitos, Renê Caroca de São José de Espinharas e
Segundo Madruga de Emas, dois são contra pessoas ligadas a uma empresa sediada
no Recife, e um é contra a chefe de gabinete de uma prefeitura do Sertão.
Os dois prefeitos alvos da operação
foram afastados, assim como a prefeita de Patos, Francisca Motta.
Os mandados da operação estão sendo
cumpridos nas prefeituras das cidades do Sertão da Paraíba, em uma empresa
localizada em Recife, capital pernambucana, e nas residências de seis pessoas
investigadas em Recife, João Pessoa, Cabedelo e Patos.
Na capital pernambucana também estão
sendo quatro de busca e apreensão.
Todos os mandados foram expedidos pelo
Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).
Ainda de acordo com o MPF, as pessoas
investigadas devem responder pelos crimes de fraude em licitação, desvio de
recursos públicos, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
As câmaras municipais vão ser oficiadas
da decisão, para dar posse aos substitutos legais.
Um mandado de prisão preventiva contra
chefe de gabinete também está sendo cumprido. Participaram da operação 60
policiais federais, 11 auditores do Ministério da Transparência, Fiscalização e
Controle (MTFC), um procurador regional da República e um procurador da
República.
O G1
entrou em contato com a procuradoria-geral do município de Patos.
O procurador Walber Mota confirmou que
houve uma ação da Polícia Federal para cumprir um mandado de busca e apreensão,
resultando no recolhimento de documentos.
Sobre um possível cumprimento de mandado
de prisão na prefeitura ou envolvendo qualquer pessoa ligada à gestão
municipal, o procurador explicou que não sido notificado ou informado a
respeito.
O G1
também tentou entrar em contato com as prefeituras de Emas e São José de
Espinharas, mas as ligações não foram atendidas.
Investigação
As irregularidades investigadas pela
‘Veiculação’ são relacionadas ao direcionamento de procedimentos licitatórios e
superfaturamento de contratos em razão de serviços de locação de veículos realizados
pelas prefeituras.
As fraudes envolvem mais de R$ 11
milhões em recursos aplicados em ações dos Programas de Transporte Escolar
(PNATE), Fundeb, Pró-Jovem Trabalhador e Bloco de Média e Alta Complexidade
(Saúde).
O trabalho de investigação da operação
começou pelo MPF em 2015, a partir de informações da Controladoria Geral da
União (CGU) que, em 2012, realizou fiscalizações e detectou a contratação
irregular de serviços de locação de veículos no município de Patos.
O órgão, então, indicou uma possível
fraude licitatória e o não cumprimento do objeto pactuado, com consequente
desvio de verba pública.
Nos pedidos feitos para subsidiar o
TRF-5, o MPF também utilizou informações da operação “Desumanidade”, deflagrada
em dezembro de 2015.
(G1 PB)
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