Segundo Ministério Público,
vice-presidente do conselho estadual de direitos humanos recebia do crime
organizado para desestabilizar segurança pública em São Paulo
O Vice-presidente do Conselho Estadual
de Direitos Humanos (Condepe), Luiz Carlos dos Santos, preso nesta terça-feira
(22/11) durante operação da Polícia Civil de São Paulo, é acusado de receber “130
mil reais” do crime organizado para plantar denúncias falsas de abusos por
parte de agentes de segurança para desestabilizar a segurança pública do
estado.
As informações são do SPTV.
A Operação Ethos, realizada pela polícia
em parceria com o Ministério Público, acontece simultaneamente em cerca de 20
municípios paulistas para prender 41 pessoas que, segundo investigações, são
ligadas ao PCC, facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios
paulistas..
Até por volta de 12h30, pelo menos 33
suspeitos já haviam sido presos – a maioria advogados.
16 prisões aconteceram na capital.
Luiz Carlos foi preso em sua casa, em
Cotia, na Grande São Paulo.
A investigação desconfiou da
movimentação financeira dele e o acusa de receber “4.500,00 reais” por mês da
organização criminosa.
Os policiais também foram à sede do
Condepe, no Centro de São Paulo, para apreender objetos e o computador usado
pelo vice-presidente do órgão.
O G1 procurou o Conselho para comentar a
acusação, mas a presidente, Maria Nazareth Cupertino, disse que só vai se
posicionar "quando entender de fato o que está acontecendo".
O Condepe convocou uma coletiva para a
tarde desta terça.
O vice-presidente é um porta-voz ativo
do Condepe e chegou a dar entrevista ao SPTV há algumas semanas a respeito do
caso dos cinco jovens que desapareceram na Zona Leste da capital e depois foram
encontrados mortos em Mogi das Cruzes.
Na oportunidade, ele foi um dos
primeiros a acusar agentes de segurança de estarem envolvidos na chacina.
Criado em 1991, o Condepe é um órgão
focado na preservação dos direitos dos cidadãos.
Apesar de estar ligado à Secretaria da
Justiça e Cidadania do governo estadual, onde inclusive funciona a sua sede, o
Conselho é autônomo.
Ou seja, o Poder Executivo indica um
representante para a entidade, mas não tem participação no processo eletivo de
seus conselheiros ou em sua administração.
Além de Luiz Carlos, outros advogados
são suspeitos de movimentar dinheiro do crime organizado em suas contas
bancárias e ainda de ajudar a criar uma espécie de banco de dados com os nomes
e endereços de agentes penitenciários e de seus parentes. Essas pessoas
poderiam ser mortas quando a facção julgasse necessário.
Por nota, a Ordem de Advogados do Brasil
(OAB) afirmou que "tão logo tomou conhecimento das diligências, nas primeiras horas
do dia, determinou o acompanhamento por meio de sua Comissão de Direitos e
Prerrogativas Profissionais, para assegurar o respeito aos direitos dos
profissionais".
A entidade disse também que vai promover
as apurações necessárias assim que tiver ciência das acusações contra os
advogados.
A Secretaria da Justiça reafirmou a
independência do Condepe mas sugeriu que o colegiado elabore proposta de
aprimoramento da lei, Para evitar a eleição de pessoas incompatíveis com o
decoro exigido pelo cargo.
Luiz Carlos dos Santos foi indicado pelo
Conselho Ouvidor de Direitos Humanos e Cidadania, em Cotia, como representante
da sociedade civil.
A OAB disse que determinou o
acompanhamento do caso por meio da comissão de direitos e prerrogativas
profissionais, para assegurar os direitos dos advogados presos.
DEFESA
O advogado do conselheiro do Condepe
Luiz Carlos Santos, Carlos Alberto Miramonte, disse nesta terça-feira que seu
cliente nega todas as acusações.
"Ele nega completamente valores que
falam que está com ele, que recebia isso, que recebia aquilo, que falam que
está com ele. Ele é um sujeito muito simplório. Ele que me falou que talvez
seja uma retaliação ao nome dele. Ele como representante do Condepe, de
direitos humanos, tem muitas ações voltadas a policiais. Ele acredita que seja
talvez isso."
O advogado contou o que ouviu de Luiz
Carlos sobre a prisão desta terça sobre a acusação da polícia.
"Ele fala para mim que surgiu uma
anotação em nome dele em determinado presídio e isso já é uma história já
antiga, de 2014, 2015. Através dessa anotação do nome dele é que fizeram essa
investigação e chegou a prisão dele. Eu falo tudo isso, mas não conheço o
processo porque tramita em Presidente Venceslau. Não conheci o processo. Nem
ele sabia dessa história".
O advogado rejeita a acusação da polícia
de que Luiz Carlos receberia dinheiro de uma facção criminosa.
"Ele nega completamente tudo
isso",
afirmou.
Segundo o advogado, seu cliente diz: "Eu
não tenho absolutamente nada. Nunca recebi nenhum dinheiro. Nunca entrou
dinheiro na minha conta. Minha casa está aberta." Miraonte
comnplementa: "Ele tem um Santana, acho que 1994. "Ele realmente é um rapaz
simplório, não se mostra com dinheiro, com nada. O que ele me passou mais é que
seria isso, uma retaliação ao nome dele em razão das ações que os direitos
humanos vão em cima de policiais."
Miramonte diz que todas as visitas a
presídios como as realizadas por Luiz Carlos são monitoradas, com a presença de
diretores dos presídios, da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). "Sozinho
ele nunca foi a presídio", disse.
Miramonte diz que seu cliente disse
temer tortura. "Ele até me perguntou: ele falou, pô, lá vão me colocar no pau de
arara, sei lá o que para falar alguma coisa. Eu não tenho nada que falar."
Miramonte disse que Luiz Carlos foi
levado nesta terça-feira para Presidente Venceslau e vai ser ouvido na
delegacia seccional da cidade. "Ele vai ficar detido temporariamente.
A prisão vence no sábado. A gente vai esperar a decisão, porque se for
decretada a prisão preventiva dele a gente vai tomar algumas medidas",
afirmou.
O advogado ainda não entrou com nenhuma
medida em favor do cliente.
OUTRO
PROCESSO
Miramonte disse nesta terça-feira (22)
que seu cliente é réu em um processo por extorsão em Cotia, na Grande São
Paulo.
"Ele tem um processo de extorsão
perante a vara criminal de Cotia. É um processo de 2011. A história é uma
extorsão de um policial, que teria estuprado uma menor, e para não ser
veiculado na mídia ele (Luiz Carlos) teria exigido dinheiro. Essa é a versão
que se fala. O processo ainda não foi julgado, Está em fase de instrução ainda.
Não acabou ainda. Desde o início ele já vem negando essa história. Ele nega
completamente esse fato. Vem negando desde o início. Na época, ele foi preso em
flagrante e ficou um dia na prisão. A gente alegou que foi um flagrante
preparado por policiais. No outro dia ele estava na rua. Foi relaxada a prisão
dele na época", disse o advogado.
SUSPEITAS
DO MP
A investigação começou em Presidente
Prudente, onde estão dois presídios de segurança máxima.
Em maio de 2015, uma carta foi
interceptada por um agente penitenciário, durante procedimento de varredura de
rotina.
A partir dela, a Polícia Civil descobriu
uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o
departamento jurídico da facção criminosa.
Ela foi criada inicialmente para
prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da facção, mas
acabou evoluindo e seus integrantes passaram a ter outras funções na
organização.
Atualmente, esta célula simulava visitas
jurídicas aos líderes presos, fazendo elo de comunicação de atividades
criminosas entre os presos e aqueles que estão em liberdade, em “verdadeiras
relações de promiscuidade”, segundo a Polícia Civil.
Ainda de acordo com a polícia, dois
advogados, integrantes da célula, prometeram à liderança da organização que
conseguiriam se tornar conselheiros do Condepe.
Como não conseguiram, realizaram a aproximação
a Luiz Carlos dos Santos e ofereceram dinheiro em troca de “serviços escusos”
do Condepe.
Luiz Carlos foi indicado para integrar o
Condepe pelo Conselho Ouvidor de Direitos Humanos e Cidadania, com sede em
Cotia, como representante da sociedade civil.
(G1 São Paulo)
DIREITOS HUMANOS+COMUNISMO = LIXO
ResponderExcluirEu sempre soube que esses canalhas vagabundos só trabalham pra favorecer bandidos. Nunca os ouvi ou li na imprensa que uma comissão de direitos humanos tenha oferecido apoio a uma família enlutada pela perda de um policial. Como diz Edson, são todos uns lixos.
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