O Guns N' Roses fez, na noite desta
sexta-feira (11/11), o primeiro de dois shows em São Paulo da turnê que reúne o
vocalista Axl Rose com o guitarrista Slash e o baixista Duff McKagan após 23
anos.
Teve “November rain” e uma chuva de
novembro que caiu durante a maior parte do show no Allianz Parque.
No fim da noite animada, o telão mostrou
foto de Leonard Cohen, em homenagem ao cantor morto na quinta (10).
O show estava marcado para 21h00, mas
começou às 21h29 - praticamente na hora certa, dado o histórico de atrasos de
Axl.
O cantor de 54 anos está fora de forma,
com menos fôlego que na juventude, mas a voz se mostrou melhor do que nos
últimos shows no Brasil.
A banda, claro, nem se fala.
Foram duas horas e meia de uma
celebração furiosa da paz entre uma das duplas mais importantes da história do
rock.
Foram colocados 45 mil ingressos à
venda.
Até pouco antes do show, todos os
setores estavam esgotados, exceto as cadeiras inferiores.
O estádio parecia lotado, mas até a
publicação desta matéria a assessoria de imprensa não confirmou o número total
de presentes.
A multidão fotografou e filmou o cantor
o tempo inteiro, mas Axl não permitiu a entrada de fotógrafos profissionais
para cobrir o show.
Esta é a sétima passagem da banda pelo
Brasil (veio em 1991, 1993, 2001, 2010, 2011 e 2014 - esta última em longa
turnê de nove cidades).
Mas foram só nos dois primeiros, e agora
em 2016, que os brasileiros viram Axl, Slash e Duff juntos.
No começo, dá medinho de um fiasco.
Axl chega com a voz fraca e rouca em
“It´s so easy” e “Mr. Brownstone”, além da dispensável “Chinese democracy”.
A coisa só engrena em “Welcome to the
jungle”, com a guitarra de Slash em destaque.
A sequência de tirar o fôlego com
“Double talkin’ jive” comprova que, sim, é um show completamente diferente e
com nível mais alto do que o Guns sem Slash.
Durante a noite, o trio de ataque se
movimenta bastante, diria um comentarista esportivo sobre Axl, Slash e Duff.
Mas guitarrista e vocalista não
interagem muito.
Quando Axl encosta em Slash por alguns
segundos em “Civil war”, o público delira.
Slash saiu da banda em 1996 e uma
reunião era improvável.
Axl, que levou sozinho o Guns, disse que
ele era “um câncer” e que um dos dois iria morrer antes de tocarem juntos.
A turnê é batizada ironicamente de “Not
in this lifetime” (Não nessa vida).
Felizmente ao longo do show, Axl vai
esquentando a voz, mesmo sob chuva.
“You could be mine” e “Civil war” tem
vocais que quase se igualam aos bons tempos do início dos anos 90.
Ironicamente, “November rain” foi uma
das únicas músicas da noite em que a chuva deu uma trégua.
Nos últimos shows, a banda costuma
alternar entre “Patience” e “Don't cry”.
Em Buenos Aires, por exemplo, rolou só a
primeira; em São Paulo, só a segunda.
Não faz sentido deixar uma das melhores
baladas de fora, sendo que entram três de “Chinese democracy” (2008), único
disco da fase sem Slash, e ainda covers como de Pink Floyd (“Wish you were
here”) e The Who (“The seeker”).
“Axlzinho paz e amor” até apresenta o
resto dos músicos, que fazem seu trabalho sem comprometer - Richard Fortus (guitarra base), Frank Ferrer
(baterista) e Melissa Reese (teclados de apoio).
Dos outros membros originais, o
guitarrista Izzy Stradlin não topou a reunião e o baterista Steven Adler chegou
a tocar nos shows recentes na Argentina, mas está com uma lesão nas costas.
Além do segundo show em São Paulo neste
sábado (12), o Guns também toca no Rio de Janeiro, no Engenhão (15); Curitiba,
na Pedreira Paulo Leminski (17); e Brasília, no Estádio Nacional (20).
Na terça-feira (8), eles tocaram em
Porto Alegre.
Ainda há ingressos para todas as
cidades.
(Rodrigo Ortega Do G1, em São Paulo)
Fotos: Rodrigo Ortega
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