A professora Sonaly Duarte de Oliveira, doutora da Escola
Municipal Padre Antonino, em Campina Grande e da Unesc Faculdades, do curso de
Ciências Contábeis, e seu orientador professor doutor Vicente de Paulo Rodrigues
da Silva, do curso de Meteorologia da UFCG, receberam convites para apresentar
o artigo da sua tese de doutorado intitulado
“Virtual water and water
self-sufficiency in agricultural and livestock products in Brazil” (“Auto-suficiência
de água virtual em produtos agropecuários no Brasil”).
O artigo foi publicado in Journal of Environmental Management (EUA).
O convite é para seis países: Malásia, França, Alemanha, China, Estados
Unidos e Inglaterra.
Orientada por Vicente de Paulo Rodrigues
da Silva, Sonaly Duarte de Oliveira defendeu sua tese em Meteorologia em 2015,
na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) com o tema “Fluxo de Água Virtual no Brasil” e
impressionou por sua excepcionalidade.
Ela se mostrou surpresa com os convites
para apresentar sua tese mundo afora e revelou que é muito bom ter seu trabalho
reconhecido além das fronteiras do Brasil.
“Recebi com bastante surpresa os convites.
Para mim é surreal e não imaginei que pudesse ter meu trabalho reconhecido
mundo afora. Só posso agradecer a Deus, meu orientador e aos meus esforços”,
destacou.
Os professores doutores Vicente de Paulo Rodrigues da Silva e Sonaly Duarte de Oliveira também fazem parte do grupo de Pesquisa Pegada Hídrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
ENTENDA
Os professores doutores Vicente de Paulo Rodrigues da Silva e Sonaly Duarte de Oliveira também fazem parte do grupo de Pesquisa Pegada Hídrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
ENTENDA
Você já parou para pensar que grande
parte do que consumimos utiliza água na sua composição, embora não vejamos?
Você já imaginou o volume de água
embutido nesses produtos? Objeto de pesquisa de uma tese de doutorado do
Programa de Pós-Graduação em Meteorologia da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) que teve repercussão internacional, essas questões sobre a
chamada “água virtual” contida nos produtos agrícolas que consumimos também
trazem à tona uma outra questão muito debatida nos dias atuais, diante da
importância dessa temática: a transferência de recursos hídricos de um país
para outro.
Desenvolvido pela estudante Sonaly
Duarte de Oliveira, sob a orientação do professor Vicente de Paulo Rodrigues da
Silva, o trabalho quantifica o volume de água virtual contido emcommodities
dessa natureza, exportado pelo Brasil para os principais países do mundo de
todos os continentes.
Foram analisados 24 produtos agrícolas e
agropecuários, e o relevante da pesquisa, segundo o professor, não é o peso do
produto, mas sim o total de água contida nele, uma vez que cada produto acumula
uma quantidade diferente de água.
“A água virtual não é visível, porém, está
presente em todos os produtos que consumimos, pois eles precisam dela para
serem fabricados. Por exemplo, num quilo de carne estão embutidos cerca de 15
mil litros de água na sua produção; no queijo, 5 mil litros; numa camiseta, 2,5
mil litros; num copo de cerveja 75 litros; num único pão, 40 litros; e assim
por diante”, destaca Vicente, lembrando que a carne e o queijo são as
mercadorias agrícolas exportadas pelo Brasil que mais contém água virtual.
A pesquisa constatou que o País exporta
o equivalente a 54,8 bilhões de metros cúbicos por ano em forma de água virtual
contida apenas em commoditiesagrícolas.
A Europa é o maior importador de água
virtual em mercadorias dessa natureza do Brasil, com exportações brutas de 27,7
bilhões de metros cúbicos por ano, o que corresponde a 41% do valor total da
exportação de água pelo País.
Para se ter uma ideia da dimensão do
volume exportado, o professor lembra que o reservatório de Sobradinho,
localizado na região Nordeste do Brasil, é o 12º maior lago artificial do mundo
e a sua capacidade de armazenamento de água é de 34,1 bilhões de metros
cúbicos, bem inferior às exportações de água virtual do Brasil.
“Os países com baixa disponibilidade hídrica,
como o Iémen, apenas importam água virtual. Já o Brasil, que tem alta
disponibilidade hídrica, é um dos maiores exportadores de água no mundo. Isso
tem um impacto direto para a população e a economia brasileira, uma vez que
trata da transferência de recursos hídricos de um país para outro, mesmo de
forma virtual”, explica.
A tese de doutorado já vem dando frutos:
gerou a publicação do artigo científico intitulado "Água virtual e autossuficiência hídrica em produtos agropecuários no
Brasil”, destaque na revista internacionalJournal of Environmental
Management, no mês de novembro do ano passado.
Em face da repercussão do tema e da
relevância da pesquisa para muitos países com os quais o Brasil mantém relações
comerciais, o professor e sua orientada estão com a agenda lotada até o final
de novembro: foram convidados para proferir palestras nos Estados Unidos,
Alemanha, França, Inglaterra, China e Malásia.
(Blog da Simone Duarte)
Seria legal se a prefeitura municipal de Campina Grande reconhecesse seus professores e os pagassem melhor. Um professor com doutorado da pmcg não ganha nem 3 mil reais mensais.
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