Um filho do traficante Luiz Fernando da
Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi preso, nesta quarta-feira (24/05), em João
Pessoa.
De acordo com o delegado Raone Aguiar,
da Polícia Federal na Paraíba, foram cumpridos ainda três mandados de busca e
apreensão e um de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar
esclarecimentos).
As equipes da PF cumpriram as ordens
judiciais em residências e em um escritório.
As investigações da PF de Rondônia
mostraram que, mesmo preso desde 2006 em uma penitenciária federal, Fernandinho
Beira-Mar ampliou seus negócios e comanda setores como venda de botijões de
gás, cigarros e cestas básicas; controle máquinas caça-níqueis e mototáxis; e
até abastecimento de água.
Os lucros mensais do traficante giram em
torno de “1 milhão de reais”.
"Em razão do rendimento destas
atividades ilícitas, a organização criminosa montou um forte esquema de lavagem
de capitais através de empresas de fachada e estabelecimentos comerciais,
sobretudo casas de shows e bares, além, é claro, da aquisição (e reformas) de
imóveis e veículos de alto valor, sempre registrados em nome de terceiros",
divulgou a Polícia Federal.
As investigações que culminaram na
operação começaram há mais de um ano.
Na ocasião, agentes federais da
penitenciária de Porto Velho, capital do estado, encontraram bilhete picotado
em uma marmita de Fernandinho Beira-Mar.
No papel havia ordens a integrantes da
quadrilha que estavam em liberdade.
"O investigado teria criado um
esquema altamente elaborado e sofisticado para a transmissão de seus bilhetes,
não havendo sequer indícios, ao longo de toda a investigação, de participação
ou facilitação por parte dos agentes federais de execução penal lotados no
Presídio Federal de Porto Velho ou demais servidores públicos envolvidos. Ao
longo da investigação foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou
endereçados ao interno", informou a Polícia Federal.
Estes bilhetes eram repassados para os
internos que se encontravam em celas vizinhas à sua através das chamadas
“terezas” (pequenas cordas fabricadas com fios dos tecidos das roupas de cama e
outras peças), cabendo a estes, por sua vez, os entregar às
esposas/companheiras durante as visitas íntimas, atuando na função conhecida
como “pombo correio”.
As pessoas de maior relacionamento e
confiança compunham o chamado “Conselho”, sobretudo familiares, contando,
ainda, com o auxílio e colaboração de advogados, os quais transcendiam a
simples relação de advogado-cliente, passando a ocupar postos específicos e
essenciais na estrutura da organização.
Ao longo da investigação foi possível
identificar a apreensão de 03 (três) cargas de entorpecentes pertencentes ao
grupo, totalizando aproximadamente 15 kg de cocaína, 3.000 comprimidos de
ecstasy, 1.600 kg de maconha, além de armas e munições.
Além da Paraíba do próprio estado de
Rondônia, a Polícia Federal cumpriu mandados no Rio de Janeiro, Mato Grosso do
Sul, Ceará e Distrito Federal.
Ao todo, foram expedidos 147 mandados
pela 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Rondônia, sendo 22 de prisão
preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e
apreensão, além de diversas outras medidas cautelares, incluindo-se o bloqueio
de valores que somados chegam a “9 milhões de reais” depositados em 51 contas
bancárias e suspensão de atividades comerciais de nove empresas.
Os presos em outros estados serão
levados para Rondônia.
(Por portal Correio)
*Homem preso na Paraíba: Luan Medeiros.
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