A Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (31/05), proposta para criação das
polícias penais federal, estaduais e distrital, atribuindo aos agentes
penitenciários os direitos inerentes à carreira policial.
A Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 14/2016 segue para análise do Plenário.
Do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB),
a PEC acrescenta essas polícias ao rol dos órgãos do sistema de segurança
pública, e determina como competência dessas novas instâncias a segurança dos
estabelecimentos penais e a escolta de presos.
A intenção do autor, além de igualar os
direitos de agentes penitenciários e policiais, é liberar as polícias civis e
militares das atividades de guarda e escolta de presos.
O relator na CCJ, senador Hélio José
(PMDB-DF), apresentou substitutivo em que promove alterações no texto original,
como a troca da expressão “polícia
penitenciária” para “polícia penal”.
Na avaliação do senador, a expressão anterior limitaria seu âmbito a uma das
espécies de unidade prisional, as penitenciárias, e seria incompatível com a
fiscalização do cumprimento da pena nos casos de liberdade condicional ou penas
alternativas.
“A criação de órgãos com atribuição de
vigilância penitenciária justifica-se pela especificidade dessa atividade, que
nada tem a ver com o policiamento ostensivo, a cargo das polícias militares, ou
com a apuração da autoria e materialidade de infrações penais, a cargo das
polícias civis”, justificou Hélio José.
O substitutivo também vincula cada
polícia penal ao respectivo órgão administrador do sistema penal da unidade
federativa a que pertencerem e estabelece que as polícias penais serão formadas
pelos atuais agentes penitenciários e por novos servidores admitidos por concurso
público.
Na defesa da aprovação da PEC, o senador
Eduardo Braga (PMDB-AM) frisou a necessidade de o Estado se responsabilizar
pela segurança no interior de presídios e cadeias públicas, já que a tentativa
de terceirização dessa atividade se mostrou falha.
“Chegou a hora de o poder público ser responsável
pela gestão dentro das cadeias”, disse.
Lídice da Mata (PSB-BA) lembrou que os
agentes penitenciários vivem um limbo, ficando à mercê da boa vontade dos
governos, já que quando se trata de discutir aumento salarial e vantagens, não
são considerados de segurança pública, mas se tentam fazer uma paralisação, por
exemplo, são enquadrados como policiais, sendo impedidos de se manifestar.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) também
se manifestou sobre a proposta.
“Vamos ver se, dando essa segurança, os
graduando em uma hierarquia maior, possamos ter maior controle das nossas
cadeias e penitenciárias”, disse Caiado.
(Por Agência Senado)
O
QUE ARGUMENTOU CÁSSIO
“O objetivo da PEC 14 é criar as polícias
penitenciárias como órgãos de segurança pública nos âmbitos federal, estadual e
distrital, conferindo aos agentes penitenciários os direitos inerentes à
carreira policial e liberando os policiais civis e militares das atividades de
guarda e escolta de presos.
É preciso que esses trabalhadores, esses
homens e essas mulheres que fazem também parte do sistema de segurança pública,
possam, no futuro, ser atendidos com esse adicional de periculosidade. Não é
correto, não é razoável que os agentes penitenciários não estejam no mesmo
capítulo da Constituição Federal em que se encontram os policiais militares e
os policiais civis. Na minha visão, na visão de quem foi Constituinte, é um
erro histórico cometido àquela altura, que agora o Congresso Nacional pode
reparar”,
afirmou Cássio.
REIVINDICAÇÃO ANTIGA
O presidente do Sindicato dos Servidores
e Agentes Penitenciários do Estado da Paraíba, Manuel Leite, disse que “o
agente penitenciário já faz um trabalho de natureza policial, como por exemplo,
a apreensão de drogas, escoltas de presos, operações especiais, fazemos o
trabalho de fiscalização da pena e atuamos na ressocialização dos presos. Nós
precisamos desse reconhecimento não apenas para pertencermos a uma categoria de
polícia penitenciária, mas para assegurar a isonomia de direitos e vantagens
que hoje é concedida aos profissionais da segurança pública estadual e federal.”
Para Leite, a PEC de Cássio atende a um
anseio antigo da categoria: “Eu quero agradecer em nome de todos os
agentes penitenciários da Paraíba, e também da Federação Brasileira de Agentes
e Servidores Penitenciários, ao senador Cássio Cunha Lima pela iniciativa da
proposta”.
(Por Assessoria Senador Cássio)
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