Uma das figuras mais impopulares dos últimos tempos na presidência do Brasil acaba de dizer que não renuncia.
Por volta das 16h00 desta quinta-feira (18/05), em Brasília, Temer fez pronunciamento em cadeia nacional (diga-se de passagem: a palavra cadeia nunca caiu tão bem nestes tempos) e decidiu ficar no cargo.
Por volta das 16h00 desta quinta-feira (18/05), em Brasília, Temer fez pronunciamento em cadeia nacional (diga-se de passagem: a palavra cadeia nunca caiu tão bem nestes tempos) e decidiu ficar no cargo.
(www.reantodiniz.com)
Ele fez um pronunciamento motivado pela
delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS.
As delações já foram homologadas pelo
Supremo Tribunal Federal.
Reportagem publicada no site do jornal
"O Globo" nesta quarta (17) informou que Joesley entregou ao
Ministério Público gravação de conversa na qual ele e Temer conversaram sobre a
compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na
Operação Lava Jato.
(G1)
ENTENDA
DE LAURO JARDIM, O GLOBO
Os donos da JBS (maior produtora de proteína animal do planeta) fizeram uma delação como jamais foi feita na Lava-Jato: Nela, o presidente Michel Temer foi gravado em um diálogo embaraçoso. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS).
Os donos da JBS (maior produtora de proteína animal do planeta) fizeram uma delação como jamais foi feita na Lava-Jato: Nela, o presidente Michel Temer foi gravado em um diálogo embaraçoso. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS).
Posteriormente, Rocha Loures foi filmado
recebendo uma mala com "500 mil reais" enviados por Joesley.
Temer também ouviu do empresário que
estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão
para ficarem calados.
Diante da informação, Temer incentivou:
"Tem que manter isso, viu?".
Aécio Neves foi gravado pedindo “2
milhões de reais” a Joesley.
O dinheiro foi entregue a um primo do
presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal.
A PF rastreou o caminho dos reais.
Descobriu que eles foram depositados
numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).
Joesley relatou também que Guido Mantega
era o seu contato com o PT.
Era com o ex-ministro da Fazenda de Lula
e Dilma Rousseff que o dinheiro de propina era negociado para ser distribuído
aos petistas e aliados.
Mantega também operava os interesses da
JBS no BNDES.
Joesley revelou também que pagou “5
milhões de reais” para Eduardo Cunha após sua prisão, valor referente a um
saldo de propina que o peemedebista tinha com ele.
Disse ainda que devia “20 milhões de
reais” pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de
frango.
Pela primeira vez na Lava-Jato foram
feitas "ações controladas", num total de sete.
Ou seja, um meio de obtenção de prova em
flagrante, mas em que a ação da polícia é adiada para o momento mais oportuno
para a investigação.
Significa que os diálogos e as entregas
de malas (ou mochilas) com dinheiro foram filmadas pela PF.
As cédulas tinham seus números de série
informados aos procuradores.
Como se fosse pouco, as malas ou
mochilas estavam com chips para que se pudesse rastrear o caminho dos reais.
Nessas ações controladas foram
distribuídos cerca de “3 milhões de reais” em propinas carimbadas durante todo
o mês de abril.
Se a delação da Odebrecht foi negociada
durante dez meses e a da OAS se arrasta por mais de um ano, a da JBS foi feita
em tempo recorde.
No final de março, se iniciaram as
conversas.
Os depoimentos começaram em abril e na
primeira semana de maio já haviam terminado.
As tratativas foram feitas pelo diretor
jurídico da JBS, Francisco Assis e Silva.
Num caso único, aliás, Assis e Silva
acabou virando também delator.
Nunca antes na história das colaborações
um negociador virara delator.
A velocidade supersônica para que a PGR
tenha topado a delação tem uma explicação cristalina.
O que a turma da JBS (Joesley sobretudo)
tinha nas mãos era algo nunca visto pelos procuradores: conversas
comprometedoras gravadas pelo próprio Joesley com Temer e Aécio — além de todo
um histórico de propinas distribuídas a políticos nos últimos dez anos.
Em duas oportunidades em março, o dono
da JBS conversou com o presidente e com o senador tucano levando um gravador
escondido — arma que já se revelara certeira sob o bolso do paletó de Sérgio
Machado, delator que inaugurou a leva de áudios comprometedores.
Ressalte-se que essas conversas,
delicadas em qualquer época, ocorreram no período mais agudo da Lava-Jato.
Nem que fosse por medo, é de se
perguntar: como alguém ainda tinha coragem de tratar desses assuntos de forma
tão descarada?
Para que as conversas não vazassem, a
PGR adotou um procedimento incomum.
Joesley, por exemplo, entrava na garagem
da sede da procuradoria dirigindo o próprio carro e subia para a sala de
depoimentos sem ser identificado.
Assim como os outros delatores.
Ao mesmo tempo em que delatava no
Brasil, a JBS contratou o escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe para
tentar um acordo de leniência com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ).
Fechá-lo é fundamental para o futuro do
grupo dos irmãos Batista.
A JBS tem 56 fábricas nos EUA, onde
lidera o mercado de suínos, frangos e o de bovinos.
Precisa também fazer um IPO (abertura de
capital) da JBS Foods na Bolsa de Nova York.
Pelo que foi homologado por Fachin, os
sete delatores não serão presos e nem usarão tornozeleiras eletrônicas.
Será paga uma multa de “225 milhões de
reais” para livrá-los das operações Greenfield e Lava-Jato que investigam a JBS
há dois anos.
Essa conta pode aumentar quando (e se) a
leniência com o DoJ for assinada.(Colaborou Guilherme Amado)
(TODOS OS DIREITOS: O GLOBO)
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