O piloto do avião interceptado no início
da tarde deste domingo (25), pela Força Aérea Brasileira (FAB), no município de
Jussara (GO), disse que decolou da Fazenda Itamarati Norte, no município de
Campo Novo do Parecis (MT), segundo nota da Aeronáutica divulgada hoje (26/06).
A fazenda é de propriedade do grupo
Amaggi, da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
De acordo com a Aeronáutica, o local
exato da decolagem será investigado.
"O Centro de Comunicação Social da
Aeronáutica esclarece que as informações sobre o local de decolagem da
aeronave, matrícula PT-IIJ, interceptada no domingo (25/06), foram fornecidas
pelo próprio piloto durante a aplicação das medidas de policiamento do espaço aéreo.
A confirmação do local exato da decolagem fará parte da investigação conduzida
pela autoridade policial", diz comunicado da FAB.
Em nota, o grupo Amaggi disse que o
"local exato da decolagem da aeronave interceptada ainda será objeto da
devida investigação, uma vez que a procedência divulgada até então foi apenas
declarada pelo piloto durante abordagem do policiamento aéreo".
A empresa nega qualquer ligação com a
aeronave e não emitiu autorização para pouso ou decolagem em uma das duas
pistas.
A Fazenda Itamarati tem 11 pistas,
conforme o grupo, autorizadas para pousos eventuais, usadas para operação de
aviões agrícolas, e que não demandam vigilância permanente.
De acordo com o grupo, a região de Campo
Novo do Parecis "tem sido vulnerável à ação de grupos do
tráfico internacional de drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do
Estado de Mato Grosso com a Bolívia".
Em abril deste ano, a empresa informou
ter cooperado com a Polícia Federal quando uma aeronave clandestina tentou
pousar com cerca de 400 quilos de drogas em uma das pistas auxiliares.
O bimotor foi interceptado por um avião
A-29 Super Tucano da FAB, como parte da Operação Ostium para coibir ilícitos
transfronteiriços, na qual atuam em conjunto Polícia Federal e órgãos de
segurança pública.
De acordo com nota divulgada neste
domingo pela Aeronáutica, o avião tinha como destino a cidade de Santo Antonio
Leverger (MT).
Ninguém foi preso até o momento.
A Polícia Militar de Goiás informou que
o avião interceptado levava 653,1 quilos
de cocaína.
A informação inicial era de cerca de 500
quilos de cocaína. Segundo a corporação, foi a maior apreensão da droga no
estado. O volume foi avaliado em R$ 13 milhões e, após o refino, poderia
quintuplicar a quantidade inicial.
A PM também não informou quem é o dono
do avião e a origem da droga.
O piloto da FAB comandou a mudança de
rota e o pouso obrigatório no aeródromo de Aragarças (GO).
Inicialmente, a aeronave interceptada
seguiu as instruções da defesa aérea, mas ao invés de pousar no aeródromo
indicado, arremeteu.
O piloto da FAB novamente ordenou a
mudança de rota e solicitou o pouso, porém o avião não respondeu, sendo
classificado como hostil.
O A-29 da FAB executou um tiro de aviso
para forçar o piloto a cumprir as determinações e voltou a comandar o pouso
obrigatório.
O bimotor novamente não respondeu e
pousou na zona rural do município de Jussara, interior de Goiás.
Um helicóptero da Polícia Militar de
Goiás foi acionado e fez buscas no local.
O avião interceptado será removido para
o quartel da Polícia Militar de Goiás em Jussara. Ninguém foi preso.
A droga apreendida irá para a Polícia
Federal em Goiânia, que vai conduzir as investigações.
Desde o início do ano, a polícia goiana
apreendeu 13,5 toneladas de entorpecentes.
(Agência Brasil)
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