Polícia Federal enviou nesta
segunda-feira (26/06) ao Supremo Tribunal Federal novo relatório da
investigação sobre o presidente Michel Temer.
Após chegar ao STF, o documento foi
remetido à Procuradoria Geral da República.
O relatório não foi disponibilizado pelo
STF até a última atualização desta reportagem e contém conclusões dos
investigadores sobre suspeitas levantadas contra o presidente a partir da
delação da JBS.
Um relatório parcial da PF, sobre
corrupção passiva, já havia sido enviado na semana passada, mas a polícia ainda
precisava concluir as investigações sobre os crimes de obstrução de Justiça e
organização criminosa.
Na parte entregue ao Supremo, a PF
afirma que a investigação se baseou nos pagamentos de propina ao ex-assessor de
Temer Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e, por consequência, ao presidente, "em
razão de interferência ou de suposta interferência no andamento de processo
administrativo em trâmite no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)".
Segundo a delação da J&F, o dono da
empresa, Joesley Batista, procurou Rocha Loures para solicitar que o governo
intercedesse a favor do grupo em um pleito no Cade.
Mesmo com a entrega do relatório sobre
corrupção passiva, faltava aos investigadores concluir a perícia técnica da
gravação feita pelo empresário Joesley Batista de uma conversa com Temer.
O laudo apontou que não houve edição no
material.
A defesa do presidente argumenta que
sim.
ENTENDA
O CASO
Segundo o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, Temer agiu para barrar as investigações da Operação Lava Jato.
Ainda de acordo com o Ministério Público
Federal, o presidente deu "anuência" ao repasse de dinheiro, pela
JBS, a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que o deputado cassado não feche acordo de
delação premiada.
Desde que as delações da JBS se tornaram
públicas, o presidente tem rebatido todas as acusações e dito que não atuou
para beneficiar a JBS e nem teme delação premiada. Além disso, Temer processou
Joesley Batista, dono da JBS, por calúnia, injúria e difamação.
INTERROGATÓRIO
No mês passado, o ministro Luiz Edson
Fachin, relator da Lava Jato no STF, autorizou a Polícia Federal a interrogar
Temer sobre os episódios narrados pelos delatores da JBS.
Segundo Fachin, porém, o presidente não
era obrigado a responder aos questionamentos.
A PF enviou, ao todo, 82 perguntas ao
presidente, mas ele decidiu não responder e pediu o arquivamento do inquérito.
Segundo a defesa de Temer, as perguntas
tinham como objetivo "comprometer"
o presidente e demonstravam "falta
de isenção e de imparcialidade por parte dos investigadores".
(Por Renan Ramalho, G1, Brasília)
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