CONGRESSO IGNORA DELAÇÕES DO GRUPO
J&F E ODEBRECHT
Nas delações da Odebrecht e do Grupo
J&F mais de 200 parlamentares foram citados, mas até agora nenhum processo
foi aberto nos Conselhos de Ética da Câmara e do Senado.
Partidos de oposição chegaram a
protocolar duas representações com base na colaboração premiada dos irmãos
Joesley e Wesley Batista.
Os processos, porém, foram arquivados
antes de serem analisados.
Na atual legislatura (2015-2018), dois
parlamentares foram cassados pelos Conselhos de Ética do Congresso.
Após a delação dos acionistas e
executivos da J&F – que controla o frigorífico JBS –, Rede e PSOL
apresentaram representações com pedido de cassação dos mandatos do senador
Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, e do hoje suplente de deputado
Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer no
Palácio do Planalto.
A representação contra Aécio era baseada
no grampo em que o tucano foi flagrado pedindo “2 milhões de reais” a Joesley
sob a justificativa de que usaria o dinheiro para pagar sua defesa na Lava
Jato.
Mas, antes mesmo de ser analisado, o
pedido de cassação foi arquivado pelo presidente do Conselho de Ética do
Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA).
Recurso que pedia a reabertura do
processo também foi rejeitado, por 11 votos a 4.
Já a representação contra Rocha Loures
tinha como base vídeo gravado pela Polícia Federal no qual o peemedebista
aparece saindo de uma pizzaria em São Paulo com uma mala contendo “500 mil
reais”.
Antes de ser instaurado, porém, o
processo perdeu o objeto e foi arquivado, pois Loures deixou o exercício do
mandato com o retorno à Câmara de Osmar Serraglio (PMDB-PR), de quem o
ex-assessor de Temer era suplente.
O acordo de colaboração do Grupo J&F
foi homologado em maio pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal.
A Procuradoria-Geral da República
apresentou denúncias (acusações formais) contra Temer, Aécio e Rocha Loures com
base nas investigações.
Partidos que mais protocolam
representações nos conselhos, Rede e PSOL justificam que não entraram com
outros pedidos para evitar arquivamentos.
“Se a gente entupir o conselho, vai ter um
monte de parecer prévio negando as representações. Porque o conselho é formado
por um conjunto de figuras indicadas pelos partidos, em grande parte, para
barrar qualquer investigação”, afirmou o deputado Ivan Valente
(PSOL-SP).
Valente defendeu uma “entrada seletiva” de representações.
Para ele, é preciso concentrar a atuação
em processos contra parlamentares com mais visibilidade política.
“Os dirigentes partidários devem ser o foco,
pessoas que têm uma função e responsabilidade maiores que parlamentar
secundário. Se não fizer escolha, vai ter 70, 80 processos, sem desenvolvimento.”
O deputado disse que o PSOL deve
discutir novas representações “seletivas”
quando o Congresso retomar as atividades, na próxima semana.
Único representante da Rede no Senado,
Randolfe Rodrigues (AP) também defendeu cautela.
“O critério preliminar que definimos é o grau
de escândalo do caso. Se entrar contra todos, nossa atividade parlamentar
ficaria restrita a isso”, afirmou.
As defesas de Aécio, Rocha Loures e
Temer negam as acusações contidas na delação da J&F e nas denúncias da
Procuradoria-Geral da República.
(Igor Gadelha, O Estado de S.Paulo)
Qual é a moral que esses supostos representantes do "povo",têm para legislar e julgar seus pares? Uma verdadeira desmoralização Nacional.
ResponderExcluirTodos escórias de lixos. ..
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