O governo federal deve editar nos
próximos dias uma medida provisória para criar um programa de demissão
voluntária (PDV) para os servidores públicos do Poder Executivo, informou o
Ministério do Planejamento nesta segunda-feira (24/07).
As regras ainda não estão fechadas, mas
a proposta inicial é de que os servidores que aderirem tenham direito a um
salário e meio para cada ano trabalhado.
O objetivo do governo é diminuir os
gastos com a folha de pagamentos, num momento de fragilidade nas contas
públicas.
Os gastos da União com o pagamento de
servidores aumentaram nos últimos três anos em relação ao Produto Interno Bruto
(PIB).
Em 2014, por exemplo, o governo gastou R$ 222,37 bilhões (3,8% do PIB) com
pagamento do funcionalismo.
O valor passou para R$ 238,49 bilhões em 2015
(o equivalente a 4% do PIB) e para R$
257,87 bilhões em 2016, o equivalente a 4,1% do Produto Interno Bruto
(PIB).
Segundo o Ministério do Planejamento, o
aumento proporcional decorre, principalmente, da recessão na economia, que
gerou queda do PIB nos últimos anos e aumentou o peso dos gastos com pessoal.
Desde o início da crise, o governo vem
reduzindo a autorização de concursos.
Entretanto, as restrições orçamentárias
não impediram o presidente Michel Temer de sancionar a lei que reajusta o
salário de oito categorias do serviço público.
Ao todo, 68.149 pessoas serão beneficiadas pelo aumento, entre servidores da
ativa, aposentados e pensionistas.
O texto original previa um impacto em
2017 de R$ 3,7 bilhões e de R$ 10,91 bilhões até 2019.
COMBUSTÍVEIS
MAIS CAROS
Na semana passada, a equipe econômica
anunciou o aumento da tributação sobre os combustíveis.
A medida visa elevar a arrecadação
federal para que o governo consiga cumprir a meta fiscal de 2017, que é de
déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida
pública) de até R$ 139 bilhões.
Além disso, também foi anunciado um
bloqueio adicional de R$ 5,9 bilhões em
gastos no orçamento deste ano - o que elevou o contingenciamento total para um
valor próximo de R$ 45 bilhões.
A arrecadação neste ano tem ficado
abaixo da esperada pelo governo.
No ano passado, quando estimou as
receitas com impostos e tributos em 2017, o governo previa que a economia
brasileira estaria crescendo em um ritmo mais acelerado, o que não ocorreu.
Ao promover um programa de demissão
voluntária, o governo mira uma das maiores despesas do orçamento: os gastos com
servidores.
Estes são considerados gastos
obrigatórios.
Recentemente, em entrevista ao G1, o
ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou que este é um dos focos do
governo.
A ideia é abrir espaço para demais
despesas, que estão limitadas pelo teto de gastos neste e nos próximos anos.
Nas duas últimas semanas, por falta de
verbas, a Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes - um projeto já
liberou R$ 102,3 milhões para a
impressão do documento o que aconteceu nesta segunda-feira (24).
Já a Polícia Rodoviária Federal reduziu
o policiamento nas estradas.
(Por Alexandro Martello, G1, Brasília)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.