O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, disse nesta segunda-feira (24/07) que a inflação terá "algum
impacto" da alta de impostos anunciada na semana passada.
Mas, segundo ele, esse efeito não será
preocupante.
Questionado se o governo poderá fazer
novos aumentos de impostos, ele disse que não há discussão no momento, mas
"tudo é possível, se necessário."
O governo anunciou na última
quinta-feira (20) o aumento do PIS e Cofins para o combustível e o contingenciamento
de R$ 5,9 bilhões do orçamento.
As medidas foram tomadas para viabilizar
que o governo cumpra a meta fiscal, de déficit de R$ 139 bilhões.
Sem essas medidas, o rombo fiscal
deveria ser maior.
Segundo o ministro, todas as medidas
podem ser avaliadas, dependendo dos fatos e dos impactos econômicos.
Nesta segunda-feira, o ministério do
Planejamento afirmou que poderá lançar um programa de demissão voluntária (PDV)
para servidores públicos do Executivo.
"Estamos trabalhando em
concretizar novas receitas", afirmou o ministro, em São Paulo.
Entre as novas receitas que entrarão no
caixa do governo, Meirelles citou o pagamento antecipado da outorga do
aeroporto do Galeão e a liberação para a União dos depósitos judiciais da Caixa
Econômica Federal.
Meirelles ainda disse que o momento
favoreceu a decisão de elevar impostos, já que a inflação está abaixo da meta.
"Não faríamos isso o ano passado,
mesmo se fosse necessário. Hoje tem espaço", afirmou.
REFIS
GENEROSO
Meirelles voltou a criticar o Refis,
programa que permite que contribuintes com dívidas na Receita Federal parcelem
seus débitos e regularizem sua situação.
O ministro disse que vai lutar contra a
definição de um programa muito generoso com os devedores, para evitar que a
perda fiscal seja grande.
Em evento no Rio de Janeiro há 10 dias,
Meirelles disse que o Refis beneficia o mau pagador.
"É importante que o projeto não
seja tão generoso que incentive as empresas a não pagar imposto: 'ah não, vamos
deixar de pagar e vamos esperar o próximo' porque passa a ser mais negócio não
pagar. Portanto, premiando o mau pagador", afirmou, na ocasião.
(Por Luisa Melo, G1)
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