O juiz auxiliar da Vara da Infância e Juventude de Campina Grande, Hugo Zaeh, disse que o bebê recém-nascido que foi jogado pela própria mãe dentro de uma coletor de lixo no cemitério de José Pinheiro, está bem e em lugar seguro.
"A criança está bem e os órgãos envolvidos no cuidado dela estão sendo extremamente cautelosos no que se refere a exposição. A criança foi encaminhada para uma instituição de acolhimento e a partir daí são feitos estudos para se verificar o ambiente familiar em que ela será inserida, ou seja: se ficará na família natural*, extensa** ou se será encaminhada para adoção".
A declaração foi dada na Patrulha da Cidade/TV Borborema desta quinta-feira (10/08).
"A criança está bem e os órgãos envolvidos no cuidado dela estão sendo extremamente cautelosos no que se refere a exposição. A criança foi encaminhada para uma instituição de acolhimento e a partir daí são feitos estudos para se verificar o ambiente familiar em que ela será inserida, ou seja: se ficará na família natural*, extensa** ou se será encaminhada para adoção".
A declaração foi dada na Patrulha da Cidade/TV Borborema desta quinta-feira (10/08).
O juiz acrescentou que serão verificadas situações para saber se a criança pode voltar para o convívio com a mãe e de maneira abrangente ele afirmou que "as crianças estando aptas para a adoção quem tem acesso são aqueles casais ou aquelas pessoas que estão devidamente cadastradas (no Cadastro Nacional de Adoção). São essas pessoas à quem a justiça se socorre".
O CASO
Por volta das 06h40 do dia 22 de julho o recém-nascido foi encontrado dentro de uma sacola no cemitério.
O CASO
Por volta das 06h40 do dia 22 de julho o recém-nascido foi encontrado dentro de uma sacola no cemitério.
Uma criança ouviu o choro e ao se aproximar de uma lixeira encontrou o bebê (ainda com a placenta) dentro de uma sacola plástica.
Adultos foram chamados (entre eles uma mulher de 52 anos) e de imediato o Corpo de Bombeiros foi acionado.
Adultos foram chamados (entre eles uma mulher de 52 anos) e de imediato o Corpo de Bombeiros foi acionado.
O bebê foi coberto com uma manta e levado ao ISEA.
Lá ele recebeu o nome de Davi.
Lá ele recebeu o nome de Davi.
Quando foi resgatado o menino apresentava um quadro de hipotermia.
No dia 25 a polícia civil descobriu quem era a mãe do bebê.
Ela, de acordo com o delegado Iasley Almeida se mostrava arrependida e elencou uma série de argumentos.
*Família Natural: assim entendida a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes (art. 25, caput, ECA).
**Família Extensa: aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade (art. 25, parágrafo único, ECA).
No dia 25 a polícia civil descobriu quem era a mãe do bebê.
Ela, de acordo com o delegado Iasley Almeida se mostrava arrependida e elencou uma série de argumentos.
*Família Natural: assim entendida a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes (art. 25, caput, ECA).
**Família Extensa: aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade (art. 25, parágrafo único, ECA).
A INVESTIGAÇÃO DA PC E IDENTIFICAÇÃO DA MÃE
Quando o caso foi esclarecido o delegado Iasley Almeida*, da 10ªDSPC, informou ao www.renatodiniz.com que a mãe tem 26 anos de idade, é solteira,
tem um filho de quatro anos e teve medo de revelar a sua segunda gravidez.
"A mulher precisa de tratamento psicológico devido à situação antes, durante e pós-parto. Ela prestou depoimento, está arrependida e chora bastante", disse o delegado no dia 26 de julho.
"A mulher precisa de tratamento psicológico devido à situação antes, durante e pós-parto. Ela prestou depoimento, está arrependida e chora bastante", disse o delegado no dia 26 de julho.
Relembre a entrevista que Iasley Almeida concedeu ao www.renatodiniz.com
A INVESTIGAÇÃO
“Desde que tomamos conhecimento desse
caso foram designadas equipes da Delegacia da Repressão a Crimes Contra
Infância e Juventude para que pudéssemos elucidar de forma completa e definir a
autoria desse crime.
Nos últimos dias, apesar da complexidade
da investigação e das dificuldades enfrentadas com a coleta de provas, nós
conseguimos ontem (terça-feira, 25) de uma vez por todas elucidar todo o
desenrolar desse fato criminoso”.
OS MOTIVOS DO ABANDONO
“Identificamos a parturiente (a mãe) que
logo após o parto teria deixado o seu filho ao léu, lá no cemitério do José
Pinheiro.
Confirmamos que todo esse processo de
abandono da criança foi justamente por que ela queria esconder a gravidez e
queria esconder o bebê da família alegando que estava temerosa e com medo de
ser colocada para fora de casa em razão de uma segunda gravidez (ela já é mãe e
tem um filho de quatro anos).
Ela ficava com medo da família
reprimi-la por causa dessa segunda gravidez indesejada, pois ela é solteira,
não trabalha e ficou receosa com a reação da família”.
AS CONSEQUÊNCIAS DA GRAVIDEZ ESCONDIDA
“Isso teve consequências muitas sérias
para a saúde mental da acusada, pois nos últimos meses de gestação ela passou a
se isolar, a chorar, a se trancafiar e ficar em silêncio na casa onde morava.
Ela chegou, inclusive, a não ter cuidado
com a própria higiene e com a vida.
Pouco teve diálogo com a família, com um
único objetivo: esconder que estava grávida”.
ELA MORAVA PRÓXIMA AOS PAIS, MAS FICOU
ISOLADA E DEPRIMIDA
“Ela morava num imóvel com um primo,
próximo aos familiares (a mãe e os irmãos moram em outras casas).
Ela começou a entrar num processo de
isolamento.
Passava o dia inteiro em casa e quando
tinha alguém na residência ela se trancava num quarto e colocava vestimentas
para esconder o crescimento da barriga.
Vários familiares em depoimento disseram
que realmente não suspeitaram que inicialmente ela estivesse grávida, pois ela
era uma pessoa ‘cheinha’ e não desconfiaram da gravidez”.
A DESCONFIANÇA E A DESCOBERTA DA FAMÍLIA
“A família só veio desconfiar no final de
semana quando da divulgação, pela imprensa, do abandono de um recém-nascido.
O primo que morava com a acusada
comunicou aos pais dela que da quinta-feira para o sábado (entre 20 22 de
julho) ela estava reclamando, choramingando e com dores fortes.
Ela pediu a ele para comprar um remédio
para dores abdominais, quando na verdade as dores eram impulsionadas pelo
processo de início de parto”.
O PARTO: SOZINHA EM UM QUARTO
“Ela teve o parto sozinha num quarto,
trancada.
Ninguém soube, ninguém a ajudou e ela
teve um parto normal.
O bebê desceu pelo canal vaginal e não
caiu ao chão por que o cordão umbilical não se rompeu, mas diante da situação o
cordão umbilical acabou se rompendo”.
O ABANDONO DO BEBÊ
“Com o rompimento do cordão umbilical
ela envolveu a criança num saco plástico e imediatamente, sem pensar, levou o
recém-nascido para o cemitério do Jose Pinheiro”.
A REAÇÃO DA FAMÍLIA
“A família ficou muito assustada (com
sentimento de cuidado e proteção à criança).
A família disse se ela tivesse falado,
com certeza teria dado todo o apoio e tem interesse de ficar com a criança”.
O ESTADO EMOCIONAL DA ACUSADA
“A acusada estava num estado psicológico
muito perturbado, tem ideias desconexas, demonstra muito arrependimento pelo
que fez e não transpareceu em nenhum momento que planejou essa ação de
abandonar o próprio filho ao relento.
Apesar de ser um fato que inicialmente
provoca uma revolta na população, se demonstrou pela investigação que tudo se
deu em razão de impulsos decorrentes de um estado de perturbação psicológica
que ela vivenciou não só na gravidez, mas no próprio parto que ocorreu num
ambiente isolado e fechado.
Ela sozinha com muito medo, com muito
temor resolveu abandonar o bebê que poderia provocar grandes transtornos na
vida dela em relação à família (aos pais)”.
O CRIME QUE ELA COMETEU
“Nós estamos aguardando os laudos
periciais.
Solicitamos o exame de constatação de
gravidez pregressa, estamos aguardando o laudo de corpo delito no próprio bebê
para verificar se o abandono gerou alguma lesão de natureza grave na criança,
estamos aguardando também a coleta de material biológico para confronto
genético entre a mãe e o bebê para confirmarmos de forma indubitável, com plena
certeza (100%), que o bebê realmente encontrado é dela, mas inicialmente já
damos por configurado o crime de abandono de recém-nascido (crime previsto no
art. 134 do Código Penal Brasileiro com uma pena muito branda – de seis meses a
dois anos).
Não descartamos também a possibilidade
do indiciamento dela pela prática do crime de Infanticídio na modalidade
tentada (Infanticídio é a conduta de tentar matar ou matar o próprio filho
durante ou logo após o parto sobre a influência do estado puerperal – que é
justamente o distúrbio mental provocado em razão do parto)".
QUAL A POSSIBILIDADE DA CRIANÇA FICAR
COM A FAMÍLIA DA MÃE?
“Nós já recebemos na Central de Polícia
membros do Conselho Tutelar para conversarmos sobre a questão da guarda e
cuidados com o bebê; Iniciamos também uma conversa com o juiz Dr. Hugo Zaeh da
Vara da Infância e Juventude para que possamos, com os elementos probatórios
que nós temos, apresentar o argumento e fundamento necessários para que o juiz
venha tomar a decisão mais adequada, mais correta, mais justa para a guarda e
cuidados do pequeno Davi”.
É POSSÍVEL A MÃE TER O FILHO DE VOLTA?
“Essa possibilidade não está descartada.
A situação da depressão pós-parto é um
fato que não acometeu só a ela, acomete muitas mulheres no Brasil, mas a grande
maioria tem o apoio da família que consegue orientar e tem também o
acompanhamento médico devido para que esses efeitos sejam minimizados e apoio
para que isto não ocorra.
Porém ficou bem claro na investigação, e
ela está ciente disso, que esta perturbação provocada não exclui a
responsabilização criminal.
Ela vai ser indiciada, vai ser
responsabilizada criminalmente pelo fato praticado com a ponderação de pena à
respeito de que foi influenciada ou não pela perturbação psicológica decorrente
da gravidez e do parto”.
SE O SENHOR TIVESSE QUE DECIDIR SOBRE O
CASO, O QUE FARIA?
“Lhe confesso que inicialmente esta
situação me provocou grande revolta por saber de um abandono de uma criança (de
um bebê totalmente indefeso, sem qualquer capacidade de defesa ou de expressão
que pudesse pedir por socorro), mas o conjunto probatório nos mostra que a
gente tem que ter muita cautela para não fazer um pré-julgamento ou tomar uma
decisão a respeito de uma investigação que não está completa.
Hoje eu posso dizer com toda
tranquilidade, de forma imparcial, de forma justa que o processo de abandono do
bebê decorreu de reflexos em razão da
saúde mental perturbada da mãe.
Isso foi demonstrado com depoimentos
testemunhais coletados, isso se demonstrou com a própria oitiva da acusada,
isso se mostrou através de apontamentos realizados pelos médicos peritos
criminais do NUMOL que analisaram que: o parto foi cercado de indícios de
estado puerperal".
*O delegado Iasley Almeida é também professor de Direito Penal da Faculdade CESREI.
(Por www.renatodiniz.com)
*O delegado Iasley Almeida é também professor de Direito Penal da Faculdade CESREI.
(Por www.renatodiniz.com)
Um caso complicado, mas com uma solução óbvia. Infelizmente a "mãe" já se mostrou incompetente em todos os aspectos, abriu mão do seu próprio filho, quando o desprezou e o jogou em uma caçamba coletora de resíduos (LIXO). Não exite coerência e nem sensatez neste caso. Diversos casais que não conseguem ter filhos esperam ansiosamente pela oportunidade, dada por Deus, de conseguir adotar uma criança.
ResponderExcluirSou a favor da família, sempre! Mas em alguns casos, a exemplo deste, vejo que não existe um conceito de família, então o melhor a se fazer é olhar para frente e fazer o melhor pelo pequeno Davi.