Policia Federal concluiu nesta
segunda-feira (11/09) o inquérito que apura se integrantes do PMDB da Câmara
formaram uma organização criminosa para desviar recursos de órgãos públicos.
O relatório com as conclusões do
inquérito foi enviado para o Supremo Tribunal Federal porque entre os apontados
como responsáveis estão políticos com foro privilegiado no STF.
De acordo com o relatório da PF, os
investigadores encontraram indícios de formação de organização criminosa que
envolvem o presidente Michel Temer, os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique
Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ministros Moreira Franco e Eliseu
Padilha, todos do PMDB.
O Supremo Tribunal Federal enviará o
inquérito para a Procuradoria Geral da República, que, se concordar com os
argumentos da PF, apresentará denúncia contra os envolvidos ao STF.
Na última sexta-feira, a PGR apresentou
denúncia ao Supremo contra integrantes do PMDB no Senado.
Em relação à inclusão de Temer no
relatório da PF, a Constituição diz que o presidente da República só pode
responder por atos cometidos no exercício do mandato.
Os investigadores argumentam que a
suposta organização criminosa continuava em operação quando Temer assumiu a
Presidência da República.
Mas qualquer eventual denúncia
apresentada pela PGR contra o presidente terá de ser autorizada pela Câmara.
Segundo a PF, "o grupo mantinha estrutura
organizacional com o objetivo de obter direta e indiretamente vantagens
indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta".
A PF atribui ao grupo a prática de
corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e evasão
de divisas, entre outros crimes.
VERSÕES
DOS CITADOS
A assessoria de Michel Temer enviou a
seguinte nota: "O Presidente Michel Temer não participou e
nem participa de nenhuma quadrilha, como foi publicado pela imprensa, deste 11
de setembro. O Presidente tampouco fez parte de qualquer “estrutura com o
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da
administração pública”. O Presidente Temer lamenta que insinuações descabidas,
com intuito de tentar denegrir a honra e a imagem pública, sejam vazadas à
imprensa antes da devida apreciação pela justiça."
A assessoria de Eliseu Padilha divulgou
a seguinte nota: "O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha,
informa que só irá se pronunciar quando e se houver acusação formal contra ele
que mereça resposta."
O advogado de Eduardo Cunha, Délio Lins
e Silva, afirmou: "A defesa nega as acusações e prestará os
devidos esclarecimentos oportunamente, quando convocado pelas autoridades."
A assessoria de Moreira Franco divulgou
a seguinte nota: "Jamais participei de qualquer grupo para a
prática do ilícito. Repudio a suspeita. Responderei de forma conclusiva quando
tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que
ainda não conheço. Isto não é democrático."
O advogado de Henrique Alves, Marcelo
Leal, enviou a seguinte nota: "Henrique Eduardo Alves faz parte do PMDB há
mais de 40 anos e não de uma organização criminosa. A tentativa de criminalizar
a atividade política enfraquece a democracia e a sua inocência será provada ao
longo do processo."
NOTA
DA POLÍCIA FEDERAL
Leia a íntegra da nota da Polícia
Federal sobre o assunto:
Brasília/DF
– A Polícia Federal concluiu na data de hoje (11/09), o inquérito 4327 do
Supremo Tribunal Federal, instaurado para apurar crimes supostamente praticados
pelo chamado grupo do “PMDB DA CÂMARA”, onde ficou comprovado indícios da
prática do crime de organização criminosa (previsto no Artigo 1°, § 1° e Artigo
2° da lei n° 12.850/2013).
Integrantes
da cúpula do partido, supostamente, mantinham estrutura organizacional com o
objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da
administração pública direta e indireta.
O
grupo agia através de infrações penais, tais como: corrupção ativa, passiva,
lavagem de dinheiro, fraude em licitação, evasão de divisas, entre outros
crimes cujas penas máximas são superiores a 4 anos.
Considerando
decisão que integra os autos, será encaminhada cópia integral dos autos do
inquérito 4327/STF para fins de instrução do inquérito 4483/STF.
(Do G1/Por Ana Paula Andreolla, TV Globo, Brasília)
Faltou o canalha do Jucá.
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