O policial civil Tibério Vinicius Mendes
de França, acusado de ter matado a tiros o colega de profissão Iriano Serafim
Feitosa, fato ocorrido em fevereiro do ano passado na Zona Sul de Natal, foi
inocentado.
Já na madrugada desta terça (12/09), o
júri popular aceitou a tese da defesa que alegou que o policial, apesar de ter
admitido o feito, o fez sob forte emoção.
Diante da absolvição, a prisão
preventiva de Tibério foi revogada e ele deve ser solto ainda nesta terça.
O julgamento, que começou na manhã da
segunda (11), foi presidido pela juíza Eliana Alves Marinho, e aconteceu no
Tribunal do Júri do Fórum Miguel Seabra Fagundes, no bairro de Lagoa Nova, na
Zona Sul da capital potiguar.
Durante os debates, o Ministério Público
pediu a condenação do réu pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe e
impossibilidade de defesa da vítima) no caso de Iriano, e também por tentativa
de homicídio (igualmente qualificado por motivo fútil e impossibilidade de
defesa) contra a mulher de Iriano, a advogada Ana Paula da Silva Nelson, que
também foi baleada. Ela, que estava no carro junto com o marido, foi socorrida
e escapou do atentado ferida na perna esquerda e no tórax.
(Ana Paulo e Iriano Serafim) |
A defesa, por sua vez, sustentou a tese
de homicídio privilegiado e homicídio tentado privilegiado, que ocorrem quando
é praticado sob o domínio de uma compreensível emoção violenta, compaixão,
desespero ou motivo de relevante valor social ou moral, que diminuam
sensivelmente a culpa do homicida.
Durante seu depoimento no júri popular,
Tibério de França afirmou que cometeu o assassinato porque sofria perseguição
na Polícia Civil, por denunciar esquemas de um núcleo criminoso dentro da
instituição, no qual Iriano faria parte.
O
CRIME
Iriano foi morto a tiros no dia 3 de
fevereiro de 2016 no conjunto Cidade Satélite, na Zona Sul de Natal.
Ele e a mulher dele passavam de carro
pela Av. Xavantes quando foram atacados.
“Esse policial (Tibério França) se aproveitou
de um descuido do meu marido. Ele se aproximou sozinho em uma moto e, sem
parar, efetuou vários disparos”, relatou a esposa, a advogada Ana Paula
Nelson.
O casal foi socorrido, mas Iriano morreu
logo após dar entrada no Pronto-Socorro Clóvis Sarinho.
Tibério foi preso no dia 22 de março do
mesmo ano, mas conseguiu fugir da prisão em junho.
Ele acabou sendo recapturado no mês
seguinte no município de Cabrobó, no sertão de Pernambuco.
ANA
PAULA
A advogada Ana Paula Nelson também está
presa.
Não pelo caso da morte do marido, mas
por ser suspeita de envolvimento com uma facção criminosa investigada pela
‘Operação Medellín’, que foi deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia
Civil em setembro do ano passado.
Segundo as investigações, a advogada
fazia parte de uma quadrilha de traficantes.
Além do comércio de drogas, o bando
também cometia crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores.
Segundo o advogado Arsênio Pimentel, que
faz a defesa de Ana Paula, até o presente momento ela continua detida “aguardando
fixação de competência para julgamento que, a princípio, está para ser
analisado pelo juízo da 4ª Vara Criminal Natal”.
(Por Anderson Barbosa, G1 RN)
Foto do julgamento:Heloísa Guimarães/Inter TV Cabugi
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.