A presidente da Associação dos Policiais
Civis de Carreira da Paraíba – ASPOL – Suana Melo, declarou na quarta-feira (06/12) que a
aprovação do Projeto de Lei 1664/2017, que trata de promoções, acumulações de
delegacias e plantões extraordinários, reforça a ideia de uma Polícia Civil
segregada e com benefícios voltados para uma minoria.
“O texto aprovado durante sessão do dia 5 na
Assembleia Legislativa contém vários pontos que beneficiam apenas um pequeno
grupo da Polícia Civil. Além de um remanejamento que aumentou de 60 para 120 o
número de vagas da classe especial apenas para delegados, a lei aprovada ainda
traz outros pontos que comprometem a transparência e a justiça de atos
administrativos, aumentando a sensação de que existem tratamentos diferentes
para as categorias que compõem o Grupo Polícia Civil”, reforçou.
Ela explicou que durante três semanas, a
ASPOL, o Sindicato dos Peritos Oficiais - SINDPERITOS, da Associação dos
Servidores da Polícia Científica - ASPOCEP e a Associação dos Técnicos em
Perícia e Necrotomistas – ATENEPOL, que representam 87% da Polícia Civil,
acompanharam as discussões e informaram aos deputados sobre os reais objetivos
do projeto de lei, mas apenas uma das cinco emendas apresentadas pelas
entidades representativas foi aprovada.
“Essa emenda, que chamamos de EMENDA DA
TRANSPARÊNCIA, tem como objetivo de dar publicidade às escalas de plantão,
apesar de isso já ser um princípio da administração pública, atualmente não há
constância nem padrões para essas publicações em todo o Estado”, disse.
Já Valdeci Feliciano, vice-presidente da
ASPOL, frisou que “Outra emenda propôs igualdade na distribuição de vagas para promoção,
pois somente as vagas para delegado especial foram dobradas e para outras
categorias o mesmo não aconteceu e ainda excluíram cinco vagas de técnicos em
perícia. As benesses são fáceis de perceber quando comparamos a Lei 8.672/2008,
que está vigente, e o projeto de lei apresentado agora. E isso aconteceu desde
a Medida Provisória 222/2014, que caducou por conter aspectos controversos e,
por isso, não pode servir de base para qualquer comparação, vez que não foi
convertida em lei”.
Outra emenda foi relativa a regulamentar
o período de folga dos servidores e evitar convocações compulsórias para
plantões extraordinários e de última hora, estipulando prazo mínimo de 24h para
essas convocações, mas também foi
rejeitada pela maioria dos deputados.
Duas emendas que também foram
apresentadas, mas não aprovadas pela maioria dos deputados, diziam respeito à
acumulação dos Núcleos de Perícia pelos servidores do Instituto de Polícia
Científica (IPC) e estipulação de prazo para que os servidores recebessem
indenização por acumular outras delegacias, evitando-se o que já ocorre, que é
a demora na publicação das acumulações.
“Existem policiais que estão há um ano
trabalhando em mais de uma cidade sem receber indenização por essas
acumulações, que praticamente só tem ocorrido para os delegados. Esperamos que
a Delegacia Geral cumpra com o que foi acordado com a Secretaria de
Administração, Livânia Farias, com publicações mensais, respeitando todos os
cargos que compõem a Polícia Civil, sem privilégios”, pontuou
Feliciano.
“Tudo isso ocorreu por falta de diálogo na
construção desse Projeto de Lei, porém só gerou a união das entidades
classistas que lutam por igualdade e representam juntas 87% da Polícia Civil. É
importante que a categoria saiba que esse projeto partiu de um grupo de
delegados, que está na gestão e também é dirigente de entidade classista. Tal
grupo está criando historicamente a segregação na Polícia Civil da Paraíba”,
disse a presidente Suana Melo.
ASPOL
convoca associados
– Nos próximos dias, a diretoria da
ASPOL/PB se reunirá com associados para avaliar o processo de construção e
aprovação do PL 1.664/2017.
Reuniões já estão agendadas para:
terça-feira (12), em Campina Grande; quarta-feira (13), em Patos, e no dia 14
ocorrerá Assembleia Geral da categoria, em João Pessoa.
(Por Assessoria)
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