Do
G1 Brasília
O Supremo
Tribunal Federal (STF) volta a se reunir nesta quarta-feira (04/03)
para dar continuidade ao julgamento iniciado no último dia 22 que
decidirá se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será preso.
A
sessão está prevista para ter início às 14h00.
No
julgamento, cada um dos 11 ministros da Corte votará pela concessão
ou pela rejeição do habeas corpus preventivo apresentado pela
defesa de Lula com o objetivo de impedir a prisão do ex-presidente,
condenado em janeiro a 12 anos e 1 mês de reclusão pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)
Tanto
para determinar a prisão quanto para conceder o habeas corpus que a
impediria, serão necessários os votos de pelo menos 6 dos 11
ministros do STF.
A
ordem de votação dos ministros será a seguinte:
Edson
Fachin (relator)
Alexandre
de Moraes
Luís
Roberto Barroso
Rosa
Weber
Luiz
Fux
Dias
Toffoli
Ricardo
Lewandowski
Gilmar
Mendes
Marco
Aurélio Mello
Celso
de Mello
Cármen
Lúcia (presidente)
Na
sessão, os ministros decidirão se permitem que Lula recorra da
condenação em liberdade até o chamado “trânsito em julgado”
do processo – ou seja, até o esgotamento de todos os recursos
possíveis em todas as quatro instâncias do Judiciário (incluindo
as duas últimas, o Superior Tribunal de Justiça e o próprio STF).
Em
2016, numa decisão provisória, por 6 votos a 5, o STF permitiu a
chamada “execução provisória” da pena, pela qual o réu já
pode ser preso se condenado na segunda instância da Justiça –
caso do TRF-4.
Ministros
contrários à prisão em segunda instância defendem uma nova
deliberação do STF sobre o assunto, de caráter definitivo, mas
ainda não há data marcada para isso.
A
nova análise depende de decisão da presidente do STF, Cármen
Lúcia, que já afirmou não ter intenção de colocar o tema na
pauta.
RELEMBRE
O CASO
Em
janeiro, o ex-presidente Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês em
regime inicialmente fechado pelo TRF-4, responsável por analisar os
processos da Operação Lava Jato em segunda instância.
No
entendimento do TRF-4, a OAS deu um apartamento triplex em Guarujá
(SP) ao ex-presidente em retribuição a contratos firmados pela
construtora com a Petrobras.
Lula
se diz inocente, e a defesa alega que não há provas contra ele.
No
último dia 26, o TRF-4 negou um recurso ao próprio tribunal contra
a condenação, chamado embargos de declaração, mas Lula não foi
preso por força de um salvo-conduto concedido pelo STF antes, no dia
22, quando começou o julgamento do habeas corpus na Corte.
A
defesa já manifestou intenção de apresentar um segundo recurso ao
TRF-4.
Segundo
a assessoria do tribunal, só após a rejeição dessa nova apelação
pela Oitava Turma do TRF-4, mesmo colegiado que julgou o processo,
será considerada esgotada a jurisdição de segunda instância.
Se
isso acontecer e se o STF permitir a execução da pena, o TRF-4
envia um ofício ao juiz Sérgio Moro comunicando a decisão e caberá
a ele mandar a Polícia Federal prender Lula.
STF
Na
ação junto ao STF, a defesa do ex-presidente pede que Lula só seja
preso quando o processo transitar em julgado, ou seja, quando não
couber recurso a mais nenhuma instância da Justiça.
Os
advogados de Lula argumentam que, segundo a Constituição, "ninguém
será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória".
A
Procuradoria Geral da República (PGR) é a favor da prisão após a
condenação em segunda instância.
Argumenta
que adiar a execução da pena favorece a impunidade, pelo risco de
prescrição do processo e extinção da punibilidade com a demora
até a decisão final sobre os inúmeros recursos possíveis.
COMO
COMEÇOU O JULGAMENTO
O
STF começou a julgar o pedido de Lula para se livrar da prisão no
dia 22, mas na ocasião, os ministros se concentraram em analisar uma
“questão preliminar” – se a ação era ou não cabível de ser
examinada pela Corte, em razão da forma como o processo tramitou no
Judiciário.
Após
mais de quatro horas de discussões, por 7 votos a 4, os ministros
decidiram admitir o julgamento do habeas corpus.
Votaram
pelo “conhecimento” (admissão) da ação os ministros Alexandre
de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar
Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello.
Contra
o julgamento do habeas corpus votaram Edson Fachin, Luís Roberto
Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Em
seguida, também por 7 votos a 4, a maioria também decidiu adiar a
decisão final sobre o pedido para evitar a prisão.
Votaram
a favor da suspensão do julgamento Marco Aurélio, Rosa Weber, Luiz
Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de
Mello. Contra o adiamento votaram Edson Fachin, Alexandre de Moraes,
Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia.
Numa
terceira votação, por 6 votos a 5, outra maioria se formou para
conceder a Lula uma liminar (decisão provisória) que impediria sua
prisão até o fim do julgamento do habeas corpus, nesta quarta (4).
Isso
evitou a prisão de Lula na semana passada, quando o TRF-4 rejeitou o
único recurso que a defesa poderia ajuizar na segunda instância.
Votaram
em favor da liminar (contra eventual prisão de Lula) os ministros
Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco
Aurélio Mello e Celso de Mello. Votaram contra a liminar (em favor
de permitir eventual prisão de Lula), os ministros Edson Fachin,
Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
(Por Renan Ramalho, G1, Brasília)
(Por Renan Ramalho, G1, Brasília)
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