A greve dos caminhoneiros está em seu
quarto dia, com consequências concretas para o cotidiano das pessoas em todo o
país.
Mas, afinal, o que eles estão pedindo?
Uma dica: não é a renúncia do presidente
Michel Temer.
Segundo o documento oficial do
chamamento de greve, postado no site da Associação Brasileira de Caminhoneiros
(Abcam), o principal propósito da paralisação é tornar o óleo diesel
(combustível de veículos pesados) isento de impostos.
Isso significa o fim das alíquotas do
PIS (Programa de Intervenção Social) e do Cofins (Contribuição para o Orçamento
da Seguridade Social).
Diante da pressão dos trabalhadores, a
Câmara dos Deputados aprovou, ontem, uma medida que vai gradualmente zerar a
cobrança desses impostos sobre o óleo diesel até o final do ano.
Mesmo assim, os caminhoneiros avisaram
que a greve só termina após a publicação da decisão no Diário Oficial.
Durante a votação, os deputados disseram
que a isenção da alíquota levaria a uma queda de cerca de 3 bilhões de reais na
arrecadação.
Mais tarde, a Receita teve que corrigir
o cálculo, e anunciou que o prejuízo para o governo seria de 14 bilhões de
reais.
O governo também usou sua influência na
Petrobras para reduzir o preço do combustível e prometer um congelamento por 15
dias.
O preço do combustível caiu 10% hoje, no terceiro corte seguido, e deve
ficar em 2,1016 reais por litro pelas próximas duas semanas.
Depois disso, a empresa volta a seguir a
cotação de mercado.
Outro ponto da pauta é a isenção da Cide
(Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para o diesel que será
comercializado, dentro do território nacional, para transportadores autônomos.
O meio rodoviário de transporte é
responsável por 65% da circulação de toda a carga que é transportada no Brasil,
segundo levantamento apresentado por pesquisadores da FGV e Ipea durante evento
do setor ferroviário no início do mês.
PROPOSTAS
Os caminhoneiros também apresentam duas
propostas para o governo Temer.
Uma delas é a criação de um sistema de
subsídio para aquisição de óleo diesel por parte dos transportadores autônomos.
Outra é a fundação de um “Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo
destinado ao custeio de um programa para aquisição de óleo diesel, sendo a sua principal
fonte de recursos composta por qualquer contribuição que o governo federal
achar conveniente”.
BOATOS
A comoção com a greve fez multiplicar o
número de boatos divulgados pelas redes sociais.
Uma corrente no WhatsApp, por exemplo,
fala que os caminhoneiros estão pedindo isenção de pedágio, melhores condições
das estradas, renúncia dos presidentes da República, Câmara, e Senado e
eleições antecipadas.
Nada
disso é verdade.
O site de checagem boatos.org também
identificou outra notícia falsa
sobre o tema: a de que o presidente Michel Temer teria ironizado os
caminhoneiros e dito para que eles voltassem ao trabalho.
(Exame.com/Luiza Calegari)
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