A Procuradoria-Geral da República (PGR)
denunciou nesta quarta-feira (02/05) o deputado federal Veneziano Vital do Rego
Segundo Neto (PSB/PB) e outras três pessoas por desvio de recursos públicos.
Em 2006, o então prefeito de Campina
Grande (PB) teria se apropriado de R$ 75 mil destinados à compra de
equipamentos e material de consumo para a instalação de um banco de alimentos
no município.
O esquema incluiu a dispensa indevida de
licitação, a apresentação de notas fiscais falsas e o saque do valor do
convênio na boca do caixa do Banco do Brasil.
Depois de assinar o cheque destinado ao
pagamento da suposta empresa contratada, o grupo recebeu de volta o montante
repassado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Além do parlamentar, foram denunciados José
Luiz Júnior (vice-prefeito de Campina Grande à época do crime), Rennan Trajano
Farias (diretor financeiro da prefeitura) e Valdemir de Medeiros Cavalcanti
(ex-diretor municipal de finanças).
As investigações criminais foram
iniciadas a partir da conclusão de uma auditoria da Controladoria-Geral da
União (CGU), que apontou uma série de irregularidades na execução do convênio.
Entre os problemas constatados estava a
simulação de um pregão eletrônico - frustrado por falta de interessados - e
posterior dispensa irregular de processo licitatório.
A empresa contratada foi a Importec –
Importação e Distribuição LTDA – que, além de não possuir capacidade técnica
para fornecer os materiais que deveriam ser comprados, apresentou valores acima
dos praticados pelo mercado.
Ouvidos no inquérito, os sócios da
empresa afirmaram que jamais participaram de procedimento licitatório vinculado
à prefeitura de Campina Grande e que sequer conheciam alguém do Executivo
local.
“Afirmaram ainda que a empresa nunca
trabalhou com produtos de cozinha industrial, mas sim com o comércio varejista
em geral, miudezas, presentes, brinquedos, decoração, plantas domésticas”,
detalha um dos trechos documento. Também em depoimento, os envolvidos
confirmaram as irregularidades tanto na contratação quanto no processo para o
saque do dinheiro público.
De acordo com a procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, um exame grafotécnico revelou que as assinaturas que
constam do contrato não foram feitas pelos respectivos sócios da empresa.
Também foi comprovada fraude no momento em que o cheque foi descontado.
Embora o documento estivesse em nome da
empresa, os dados (nome e RG) apresentados para o saque não estão vinculados à
empresa. Para completar, o Banco do Brasil confirmou que o dinheiro não foi
depositado na conta da Importec.
“Foram realizadas diligências para aferir
quem foi o responsável pela assinatura do cheque; e o Banco do Brasil S/A
informou que tal cheque havia sido assinado pelo deputado federal Veneziano
Vital do Rego Segundo Neto”, aponta um trecho da denúncia.
Pedidos - Para a PGR, o parlamentar e os
demais envolvidos cometeram o crime previsto no artigo 1º do Decreto 201/67 que
prevê pena de dois a 12 anos de reclusão.
Além da condenação penal, a ação
requer a perda da função pública, a reparação do dano com a atualização do
montante desviado e o pagamento de indenização por dano moral coletivo, em
valor equivalente ao dobro do desvio.
Nesse caso, o pedido se deve ao fato de a
atuação do grupo ter gerado abalo "à confiança e à credibilidade das
instituições públicas".
Raquel Dodge lembra que a ação atingiu a
imagem da União e da prefeitura Municipal de Campina Grande, que foi utilizada
para o desvio e a apropriação de dinheiro público destinado a uma finalidade
humanitária.
(Por MPF)
VENEZIANO
APOSTA QUE ACUSAÇÃO DA PGR SERÁ JULGADA IMPROCEDENTE
O deputado federal Veneziano Vital do
Rêgo (PSB) emitiu uma nota por meio de sua assessoria jurídica, na tarde desta
quarta-feira (02), negando as acusações da procuradora-Geral da República,
Raquel Dodge, que denunciou o parlamentar por desvio de recursos públicos,
quando o parlamentar estava à frente da Prefeitura de Campina Grande.
De acordo com a defesa, Veneziano
informa que o “contraditório judicial permitirá o esclarecimento cabal de todos
os fatos e a improcedência das acusações”.
Além disso, a nota enfatiza que o
socialista tem a convicção dos atos enquanto foi prefeito da Rainha da
Borborema.
Veneziano foi denunciado pela
Procuradoria-Geral da República, sob a suspeita de que em 2006, o então
prefeito de Campina Grande, ter se apropriado de R$ 75 mil destinados à compra
de equipamentos e material de consumo para a instalação de um banco de
alimentos no município. Segundo o MPF, o esquema incluiu a dispensa indevida de
licitação, a apresentação de notas fiscais falsas e o saque do valor do convênio
na boca do caixa do Banco do Brasil.
Depois de assinar o cheque destinado ao
pagamento da suposta empresa contratada, o grupo recebeu de volta o montante
repassado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Confira a nota do parlamentar:
Em relação à divulgação sobre denúncia
formulada pela Procuradoria – Geral da República, o deputado Veneziano Vital do
Rêgo tem a dizer:
a) No âmbito do Supremo Tribunal Federal
foram efetuados 29 (vinte e nove) procedimentos, 28 (vinte e oito) desses –
dentre os quais duas ações penais – restaram arquivados;
b) O oferecimento de denúncia não
significa, de forma alguma, condenação;
c) O contraditório judicial permitirá o
esclarecimento cabal de todos os fatos e a improcedência das acusações
d) Veneziano tem plena e firme convicção
na integridade de seus atos, tal como comprovado nas ações anteriores.
Luciano Pires
Advogado
(Por MaisPB)
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