Ao menos 55 palestinos morreram,
incluindo seis crianças, e mais de 2.700 ficaram feridos nos protestos na
fronteira da Faixa de Gaza contra a transferência da embaixada dos Estados
Unidos de Tel Aviv para Jerusalém nesta segunda (14/05).
Os números foram informados pelo
Ministério da Saúde palestino em Gaza.
A informação foi confirmada pelo porta-voz
do Ministério de Saúde, Ashraf Al-Qudra.
Com as vítimas desta segunda, chega a
108 o número de palestinos mortos desde 30 de março, quando começou a
"Marcha do Retorno", um movimento de protesto dos moradores de Gaza,
que se reúnem junto à fronteira israelense para reivindicar o direito dos
palestinos a voltarem para as terras, das quais foram expulsos, ou das quais
fugiram quando Israel foi criada em 1948.
Nesta segunda, os manifestantes
protestam, sobretudo, contra a transferência da embaixada americana em Israel
de Tel Aviv para Jerusalém.
A transferência contraria o consenso da
comunidade internacional, liderada pela ONU, de não reconhecer a cidade
disputada como capital de Israel.
A região oriental de Jerusalém, apontada
como território palestino desde a partilha que criou Israel, em 1948, é ocupada
pelo estado judeu desde 1967, após a Guerra dos Seis Dias.
Os milhares de manifestantes se reuniram
em diferentes pontos, e pequenos grupos tentaram se aproximar da fronteira
fortemente vigiada pelo Exército israelense.
Entre os mortos estão vários
adolescentes com idade entre 14 e 16 anos.
O primeiro a morrer nesta segunda foi
Anas Qudieh, de 21 anos, atingido por um disparo de arma de fogo no leste de
Khan Yunis, no sul do território palestino.
A lista de mortos já identificados tem
jovens na faixa de 20 a 30 anos.
Em atualização constante do número de
manifestantes atingidos, a autoridade de saúde palestina já fala em 2.771
feridos, incluindo 225 crianças.
Segundo os palestinos, 54 pessoas estão
em estado crítico.
O serviço de emergência Crescente
Vermelho (equivalente local da Cruz Vermelha) confirmou que a maioria dos
feridos foi atendida por disparos de arma de fogo, por estilhaços de bala
inalação
de gás, pancadas e contusões.
O
confronto
Forças israelenses, que tinham advertido
a população com panfletos para que não se aproximassem da fronteira, jogaram
gás lacrimogêneo contra os manifestantes para evitar que se aproximassem da
cerca, de acordo com a agência EFE, citando testemunhas.
Os palestinos responderam atirando
pedras com estilingue e outros instrumentos.
Também disseram que um grupo de
manifestantes palestinos conseguiu cortar a cerca de segurança, se infiltrou
por vários metros em território israelense e voltou à Faixa.
O Exército israelense disse desconhecer
essa ação.
Um porta-voz do Hamas afirmou em
comunicado que "os palestinos não
aceitarão viver sob o bloqueio imposto na Faixa e estão determinados a escrever
seu documento de autodeterminação".
Em nota, o Exército israelense acusou os
islamitas de "dirigirem uma operação
terrorista sob a cobertura da multidão em dez localidades de Gaza".
"De acordo com as próprias declarações do Hamas e as informações que
possuímos, o Hamas tenta realizar uma série de ataques terroristas, entre eles
a infiltração em massa em Israel de vários pontos, que visa prejudicar os
cidadãos de Israel e as forças de segurança", acrescentaram as forças
israelenses na nota.
As forças israelenses também relataram que, neste momento,
há "cerca de 10 mil manifestantes
violentos em várias localidades ao longo da fronteira, e outros milhares estão
se reunindo em tendas situadas a 500 metros da cerca de segurança".
O Exército acrescentou que seus efetivos
estão respondendo com métodos de dispersão de massas e com fogo real, e que
estão "operando de acordo com seus procedimentos
padrão".
(Do UOL, em São Paulo)
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