Câmara
dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (10/07) a isenção
do pagamento da conta de luz para famílias de baixa renda.
Segundo
o Ministério de Minas e Energia, 8,9 milhões de famílias devem
ser beneficiadas.
A
medida foi aprovada durante a votação do projeto que viabiliza a
privatização de seis distribuidoras de energia controladas pela
Eletrobras.
O
texto-base da proposta já havia sido aprovado na semana passada, mas
os deputados ainda precisavam analisar os destaques (possíveis
mudanças ao texto original) para concluir a votação.
Durante
a análise dos destaques, os deputados modificaram as regras da
chamada Tarifa Social.
Pela
proposta, serão beneficiadas com a isenção do pagamento da conta
de luz as famílias: com
renda mensal menor ou igual a meio salário mínimo; e que consumirem até 70 kwh/mês.
O
texto define, ainda, que o pagamento caberá à Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE).
As
famílias beneficiadas com a medida deverão estar incluídas do
Cadastro Único dos programas sociais do governo.
Durante
a sessão, os partidos de oposição defenderam que o consumo fosse
de até 80 kwh/mês, mas a base governista defendeu 50 kwh/mês.
Diante disso, houve um acordo e os parlamentares chegaram ao consumo
de 70 kwh/mês.
Atualmente,
os descontos para famílias de baixa renda são calculados com base
no consumo, que vai de 30 kwh/mês a 220 kwh/mês.
O
desconto varia de 10% a 65%.
Pela
lei atualmente em vigor, somente indígenas e quilombolas cujas
famílias são consideradas de baixa renda têm direito ao desconto
de 100% na conta de luz.
Com
a conclusão da votação do projeto, nesta terça, o texto seguirá
para votação no Senado e, em seguida, para sanção presidencial.
IMPACTO
Durante
a análise da proposta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), alertou os parlamentares sobre a necessidade de ser feito
um estudo sobre o impacto da medida nas contas públicas.
"Eu
preciso que alguém me informe qual o impacto no orçamento do
governo. Se alguém deixará de pagar a conta, outra pessoa vai
pagar", disse Maia.
Em
resposta, o deputado Julio Lopes (PP-RJ), relator do projeto, afirmou
que não haverá acréscimo de despesas e que a emenda já tinha sido
negociada com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"A
própria Aneel concordou que não haveria qualquer acréscimo de
despesa porque o consumo de todos será monitorado. Hoje, os quatro
níveis da tarifa social de energia não são monitorados",
afirmou.
Após
a aprovação do projeto, o ministro de Minas e Energia, Moreira
Franco, publicou uma mensagem no Twitter na qual afirmou que 14
milhões de pessoas devem ser beneficiadas com a privatização das
distribuidoras.
(Por
Alessandra Modzeleski, G1, Brasília)
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