O delegado Rodrigo Morais que comanda as
investigações sobre o atentado sofrido pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL)
afirmou, em entrevista à TV Globo, que todas as informações e dados colhidos
até o momento sustentam que o agressor Adélio Bispo de Oliveira não teve ajuda
para executar o crime.
O candidato do PSL à Presidência da
República levou uma facada no início do mês, quando fazia campanha em Juiz de
Fora (MG).
"Em relação à execução do crime
propriamente dito, na data do atentado, o indiciado que agora se encontra
preso, nós estamos convictos que ele não contou com a colaboração de ninguém",
disse o delegado Rodrigo Morais à TV Globo.
"Nós analisamos diversas imagens,
outros dados, elementos colhidos que refutam a participação de terceiros na
execução do atentado em si ali, seja tentando em meio à multidão dar acesso a
ele, facilitar o acesso a ele ao candidato. Seja antes mesmo do evento ali, em
Juiz de Fora, tentando convencê-lo ou incentivando a praticar o crime",
afirmou.
Segundo a Polícia Federal (PF), três
dias antes do ataque, Adélio viu um cartaz anunciando que Bolsonaro faria
campanha em Juiz de Fora e começou a acompanhar com atenção o noticiário sobre
o candidato.
INVESTIGAÇÃO
Um dos focos da investigação da PF foi a
vida financeira de Adélio Bispo.
Até o momento, a Polícia Federal
concluiu que o dinheiro encontrado em duas contas de Adélio – num total de “12
mil reais” – é na maior parte de rescisões trabalhistas, como a de um emprego
que ele teve em Santa Catarina.
A investigação também apurou que o
cartão de crédito internacional encontrado em poder de Adélio nunca foi usado.
O cartão foi emitido por um banco onde
Adélio mantinha uma conta-salário.
Para se sustentar, Adélio também fazia
serviços esporádicos como pedreiro e garçom e recebia cerca de “70 reais” por
dia.
A PF concluiu que o dinheiro encontrado
com Adélio é de origem lícita e que ele tinha condições de pagar “400 reais”
pela pensão em que estava em Juiz de Fora.
Investigadores encontraram com
Adélio um recibo de pagamento da pensão.
A Polícia Federal também confirmou que a
faca usada no crime pertencia mesmo a Adélio e que ele adquiriu experiência em
manusear facas trabalhando no preparo de comida japonesa e num açougue, em
Curitiba.
(Por TV Globo — Brasília)
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