A
Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil analisa uma
proposta de projeto de lei para liberar a gravação de conversas
entre detentos de penitenciárias federais e seus advogados.
A
informação foi dada pelo ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann, durante o IX Workshop Sistema Penitenciário Federal,
realizado no Conselho da Justiça Federal, em Brasília.
Em
sua nona edição, o fórum reúne nesta segunda-feira, 3/09, e
terça-feira, 4, em Brasília, especialistas da área prisional para
trocar experiências, debater e apresentar soluções.
Primeiro
evento foi em 2010.
Segundo
os organizadores do evento, o principal objetivo "é
estabelecer canais de comunicação que permitam conhecer melhor a
realidade dos diferentes órgãos que cuidam da execução penal no
âmbito federal."
Segundo
Jungmann, a gravação das conversas entre defensores e criminosos
nos presídios federais é parte de uma proposta entregue pelos
juízes corregedores das quatro penitenciárias federais brasileiras.
Além
da liberação da gravação e arquivamentos das conversas, os juízes
defendem o fim da visita intima para líderes de facções criminosas
e cumprimento integral da pena desses condenados no sistema federal.
"Se
o Congresso Nacional quiser, a proposta está, nesse momento, na SAJ. Nós temos interesse, concordamos integralmente", afirmou Jungmann sobre a possibilidade da proposta ser levada para
votação ainda neste ano.
A proposta encontra resistência entre
advogados e na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
"O
entendimento do presidente (Claudio) Lamachia, da OAB, é que isso
feriria fundamentos constitucionais. Nosso entendimento é que não
aconteceria isso porque acesso a transcrição do que se fala seria
mediante pedido da polícia para um juiz", explicou
Jungmann.
"Não
faz sentido investir em sistema prisional que funciona bem, mas que
permite que informação de dentro vá para fora e de fora para
dentro, o que quer dizer que eles permanecem no comando", afirmou Jungmann ao citar o caso de Nem da Rocinha, que preso no
sistema federal, autorizou o ataque contra um traficante inimigo no
ano passado.
Presente
no evento, o juiz Walter Nunes, corregedor da penitenciária federal
de Mossoró, no Rio Grande do Norte, afirmou que a tarefa dos
presídios federais é isolar os líderes de grupos criminosos e
"calar" suas vozes de comando.
Segundo
o magistrado, isso só será possível se a proposta que, segundo
Jungmann, está sendo analisada pela SAJ seja transformada em lei.
Nunes
afirmou que a atual situação é de "alarme geral"
porque lideranças criminosas detidas nos sistema federal emitiram um
"salve" cobrando o assassinato de agentes
penitenciários.
O
salve, espécie de ordem emitida de dentro dos presídios, foi
emitido após as corregedorias das penitenciárias proibirem visitas
intimas para os criminosos.
"Os
salves estão abertos, situação é de alarme geral e temos juízes
diretamente ameaçados andando com escolta", disse
Nunes.
Atualmente,
o sistema federal tem 422 presos.
Desse
total, cerca de 28% são do Primeiro Comando da Capital (PCC), 20%
são do Comando Vermelho (CV), 7% da Família do Norte (FDN) e outros
4,7% da Okaida (Al Qaeda), de Alagoas
(Fábio
Serapião/ O Estadão)
REGALIAS PARA BANDIDOS SÓ NESSA MERDA DE PAÍS...
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