O
árbitro da polêmica final do Campeonato Paulista de 2018 trocou São
Paulo pela Paraíba neste ano.
Nove meses depois de trabalhar na
decisão entre Palmeiras e Corinthians, Marcelo Aparecido de Souza
estourou a idade limite de 45 anos para participar do quadro da
Federação Paulista de Futebol (FPF) e é a principal aquisição do
quadro de juízes do Campeonato Paraibano.
A
final do Paulista de 2018 ficou marcada pela reclamação do
Palmeiras sobre interferência externa.
O clube sustenta que o
árbitro anotou um pênalti de Ralf em Dudu e voltou atrás na
decisão oito minutos depois ao ser avisado por alguém que estava
fora do campo.
Na
Paraíba, o árbitro vai se apresentar com o status de principal
novidade do projeto de reformulação local.
O Estado nordestino
encara desde 2018 um escândalo deflagrado pela Operação Cartola,
promovida pelo Ministério Público contra a corrupção e
manipulação de resultados no campeonato local.
Com dirigentes
afastados e nove árbitros banidos, a Federação Paraibana precisou
"importar" juízes de outras federações para recompor o
quadro.
Segundo
o diretor de arbitragem da Federação Paraibana, Arthur Alves
Júnior, o árbitro paulista será o principal nome do Estado.
"Queremos ter árbitros experientes, como o Marcelo. Ele vai
ajudar os outros companheiros. A presença dele é importante. O
campeonato será complicado", disse.
A
maioria dos juízes locais é jovens e foi promovida dos trabalhos na
segunda divisão paraibana.
"Infelizmente alguns dos nossos
árbitros não foram bem nas provas teóricas que aplicamos. Isso me
deixou triste. Precisamos aprimorar nosso quadro e contar com quem
está acostumado a trabalhar em decisões importantes", afirmou
o diretor de arbitragem.
Assim
como Souza, outros três nomes, ainda não definidos, vão migrar
para a Paraíba para reforçar o quadro local.
As transferências
têm, inclusive, o aval da CBF.
Nas competições organizadas pela
entidade, como o Brasileiro, e na maioria dos Estaduais o árbitro
pode apitar até os 50 anos.
O
responsável pelo apito na final do Paulista de 2018 diz ter superado
a polêmica com as reclamações do Palmeiras e se considerar como um
tutor no novo Estado.
"Quando você está em São Paulo, divide
a responsabilidade com outros nomes experientes da Federação
Paulista. Agora, sou um espelho para os mais novos. Vou levar para a
Paraíba a minha experiência nos grandes jogos", disse ao
Estado o árbitro, que continuará a participar do quadro da CBF.
Souza
vai continuar morando em São Paulo e só viajará à Paraíba na
véspera das partidas.
A estreia foi no fim de semana, no amistoso
entre Botafogo e Serrano.
Na ocasião, também participou de
palestras com os novos colegas e fez testes físicos.
PARA
LEMBRAR
Ao
longo de cinco meses, o Palmeiras tentou anular a final do Campeonato
Paulista.
O clube argumentou que o árbitro Marcelo Aparecido de
Souza havia sofrido interferência externa para voltar atrás após
marcar um pênalti do corintiano Ralf em Dudu.
O
clube levantou provas com vídeos, contratou uma empresa americana de
inteligência e produziu um dossiê para tentar defender a tese.
A
primeira investida do Palmeiras foi no âmbito estadual, no Tribunal
de Justiça Desportiva (TJD).
Depois do revés, o departamento
jurídico alviverde recorreu ao Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD), no Rio.
Como
o órgão entendeu que não era possível comprovar a interferência
externa, o Palmeiras encerrou o assunto.
A diretoria afirmou na
ocasião que estava satisfeita por ter provocado o debate sobre
melhorias na arbitragem.
(Ciro
Campos, O Estado de S.Paulo)
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