O ex-presidente Michel Temer, o
ex-ministro e ex-governador do Rio Moreira Franco e outros 12 investigados pela
força-tarefa da Lava Jato por desvios na Eletronuclear viraram réus nesta
terça-feira (02/04).
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal, aceitou duas denúncias feitas pelo Ministério Público Federal
na última sexta-feira (29/03) – nesta terça, outra denúncia foi feita contra
Temer e a filha dele, Maristela, pelo MPF de São Paulo.
No total, as denúncias aceitas por
Bretas no Rio incluem 14 réus. Seis deles respondem em ambas as denúncias,
incluindo Temer, seu amigo João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, e Othon
Luiz Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear:
Réus
por peculato e lavagem:
Michel
Temer
Coronel
Lima
Othon
Luiz Pinheiro da Silva
Maria
Rita Fratezi
José
Antunes Sobrinho
Carlos
Alberto Costa
Carlos
Alberto Costa Filho
Vanderlei
de Natale
Carlos
Alberto Montenegro Gallo
Carlos
Jorge Zimmermann
Ana
Cristina da Silva Toniolo
Ana
Luiza Barbosa da Silva Bolognanni
Réus
por corrupção e lavagem:
Michel
Temer
Moreira
Franco
Coronel
Lima
Othon
Luiz Pinheiro da Silva
Maria
Rita Fratezi
José
Antunes Sobrinho
Carlos
Alberto Costa
Rodrigo
Castro Alves Neves
Michel Temer chegou a ser preso, em São
Paulo, no último dia 21 de março, pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de
Janeiro, que investiga o caso.
Os agentes também prenderam o
ex-ministro Moreira Franco no Rio e o coronel João Baptista Lima Filho, amigo
de Temer, e mais sete acusados. Temer ficou preso quatro dias em uma sala da
sede da PF, no Centro do Rio.
Na última segunda-feira (25), a Justiça
determinou a soltura do ex-presidente, a pedido dos advogados entraram com
pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
Na mesma decisão, o desembargador Ivan
Athié mandou soltar os outros presos na mesma operação.
DENÚNCIAS
A primeira denúncia, contra Temer, seu
amigo João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, e mais 10, é pelos crimes de
corrupção ativa e passiva, peculato – desvio de dinheiro público para uso
próprio – e lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia, foram desviados
quase R$ 11 milhões das obras da usina nuclear de Angra 3, em um contrato entre
a Eletronuclear e a Engevix.
De acordo com o MPF, entre os
denunciados estão o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da
Eletronuclear, e suas filhas Ana Cristina da Silva Toniolo e Ana Luiza Barbosa
da Silva Bolognani.
Eles são acusados de evasão de divisas e
lavagem de dinheiro.
Os procuradores apontam que os três
mantinham contas no exterior onde ocultavam cerca de R$ 60 milhões (15 milhões
de francos suíços).
A segunda denúncia trata do pagamento de
R$ 1,1 milhão em propina envolvendo Temer, Moreira e mais seis pessoas.
Segundo os procuradores, o dinheiro veio
de um contrato de publicidade entre a empresa Alumi e o aeroporto de Brasília.
A Engevix também participava do
consórcio que administra o aeroporto.
O
QUE DIZEM OS CITADOS
A defesa de Temer afirmou que o
ex-presidente nunca praticou nenhum dos crimes narrados e que as acusações
insistem em versões fantasiosas, como a de que Temer teria ingerência nos
negócios realizados por empresa que nunca lhe pertenceu.
A defesa de Moreira Franco afirmou que o
processo judicial pode servir para que as autoridades investiguem os fatos na
busca da verdade e na compreensão quanto à inocência do ex-ministro.
O advogado de Othon Pinheiro da Silva
disse que terá a oportunidade de apresentar suas razões por escrito.
A empresa que administra o aeroporto de
Brasília declarou que a Engevix não tem participação na concessionária desde
2015 e que, desde então, realiza auditorias e estabeleceu diálogo permanente
com as autoridades competentes.
A Alumi Publicidade declarou que jamais
negociou nem tratou de atos ilícitos - e que colabora com as investigações.
A Engevix não quis se manifestar.
(Por Arthur Guimarães, G1 Rio)
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