O Ministério Público Federal (MPF)
pediu, na tarde desta segunda-feira (1º/04), que o ex-presidente Michel Temer,
o ex-ministro Moreira Franco e mais seis acusados na Operação Descontaminação
sejam presos novamente.
A operação Descontaminação foi feita a
partir de uma investigação sobre desvios envolvendo a obra da usina nuclear de
Angra 3 e a Eletronuclear.
Na semana passada, o MP já tinha
apresentado duas novas denúncias sobre o caso - os envolvidos respondem por crimes
como corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.
Caso a Justiça não concorde com a nova
prisão, o MPF pede que o ex-presidente seja colocado em prisão domiciliar com
monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Além disso, os investigadores querem que
Temer seja proibido de manter contato com os acusados.
Alvos do novo pedido de prisão:
Michel
Temer
Moreira
Franco
João
Baptista Lima Filho (Coronel Lima)
Maria
Rita Fratezi
Carlos
Alberto Costa
Carlos
Alberto Costa Filho
Vanderlei
de Natale
Carlos
Alberto Montenegro Gallo
A soltura dos sete foi determinada há
uma semana, na segunda-feira passada (25/03).
A decisão foi do desembargador Antonio
Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), em liminar
(decisão de caráter temporário).
Em um trecho do recurso desta segunda,
os procuradores regionais da República afirmam que a concessão do habeas corpus
por Athié representou “inegável violação do princípio da
colegialidade, que se mantivera até o presente momento como padrão de
julgamento em todos os recursos relacionados à operação Lava Jato no Rio de
Janeiro”.
Segundo o MPF, não havia abertura
jurídica para que o relator concedesse "açodadamente a ordem de habeas
corpus em detrimento da prévia manifestação do Ministério Público Federal e do
necessário debate entre os desembargadores da primeira turma especializada".
Athié chegou a marcar o julgamento do
habeas corpus dos sete na Primeira Turma Especializada do TRF-2, mas decidiu
monocraticamente (ou seja, sem submeter ao órgão colegiado). Caso Athié não
reconsidere sua decisão, o pedido protocolado nesta segunda deve ser julgado
pela Turma.
Segundo o Tribunal Regional Federal da
2ª Região (TRF-2), o julgamento da Turma poderia ocorrer no dia 10.
TEMER
É LÍDER DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, DIZ JUIZ
Os procuradores alegam que há
fundamentação concreta pela prisão e discordam da alegação do desembargador de
que não "contemporaneidade dos fatos", ou seja, que os crimes
continuaram ocorrendo.
A prisão de Temer havia sido ordenada
pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela
Lava Jato no RJ.
Ele ordenou a prisão do ex-presidente e
de mais nove pessoas.
A investigação do Ministério Público
Federal está relacionada às obras da usina nuclear de Angra 3, operada pela
Eletronuclear.
Bretas argumentou que Temer é "líder
da organização criminosa" que atua há 40 anos.
A soma dos valores de propinas do
suposto grupo chefiado pelo ex-presidente ultrapassa R$ 1,8 bilhão, segundo o
MPF.
(Por Bárbara Carvalho e Marcelo Gomes,
GloboNews)
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