Integrantes do Senado querem explicações
do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o processo licitatório para contratação
de empresa especializada em serviços de fornecimento de “refeições
institucionais” revelado por IstoÉ
nesta sexta-feira.
A licitação prevê a contratação de um
buffet para a realização de almoços e jantares com artigos de alta gastronomia,
como medalhão de lagosta e vinhos com pelo menos quatro premiações
internacionais.
O requerimento com pedidos de
explicações ao Supremo foi impetrado nesta sexta-feira (26/04) pelo senador
Jorge Kajuru (PSB-GO).
O documento será subscrito por outros 21
parlamentares na segunda-feira (29), segundo Kajuru.
Entre os senadores que se comprometeram
a também pedir explicações ao STF sobre a licitação está líder do PSL no
Senado, Major Olímpio, as senadoras Soraya Thronicke (PSL-MS), Selma Arruda
(PSL-MT), Leila Barros (PSB-DF) e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP);
Esperidião Amin (PP-SC), o senador José Antonio Reguffe (sem partido-DF) e o
ex-candidato à presidência da República, Álvaro Dias (Podemos-PR).
O senador Jorge Kajuru classificou o
processo licitatório do Supremo como “surreal”.
“É surreal. Você comprar lagosta, camarão,
vinhos, não tem cabimento. No momento em que o país está se aprovar um gasto
desses, é uma palhaçada”, disse Kajuru à IstoÉ nesta sexta-feira.
Além disso, esses senadores acreditam
que a revelação de IstoÉ dará ainda
mais força para que o Senado institua uma investigação sobre os tribunais
superiores, que já foram negadas duas vezes.
A expectativa é que um novo requerimento
de instalação da CPI Lava Toga seja apresentado ainda em maio.
De acordo com a concorrência do STF,
devem ser gastos até R$ 1,1 milhão na farra gastronômica.
Entre
os itens exigidos pelo Supremo, estão medalhões de lagosta com molho
de manteiga queimada, bobó de camarão, camarão à baiana, bacalhau à Gomes de
Sá, arroz de pato, pato assado com molho de laranja, galinha d’Angola assada,
vitela assada, codornas, carré de cordeiro, medalhões de filé, tournedos de
filé com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre, entre
outros.
Ainda na lista de compras do STF, estão
previstos vinhos de seis uvas de variedades diferentes: Tannat, Assemblage,
Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
Nos casos dos Tannat, Assemblage e
Cabernet Sauvignon, o vinho precisa ser obrigatoriamente de safra igual ou
posterior a 2010.
Outras características singulares
determinadas no edital: todos os vinhos precisam ter pelo menos quatro
premiações internacionais. No caso do Tannat ou Assemblage, o STF exige que
tenham sido envelhecidos em “barril de carvalho francês, americano ou
ambos, de primeiro uso”.
A licitação prevê que as “bebidas
deverão ser perfeitamente harmonizadas com os alimentos”.
Em nota oficial, o Supremo justificou os
gastos alegando que atende a características de outro certame realizado pelo
Ministério das Relações Exteriores, cujas especificidades e demandas são
completamente distintas do Supremo Tribunal Federal.
“O
edital da licitação do serviço de refeições institucionais em elaboração pelo
STF reproduz as especificações e características de contrato semelhante firmado
pelo Ministério das Relações Exteriores (que faz o cerimonial da Presidência da
República) já analisado e validado pelo Tribunal de Contas da União, mas com
redução de escopo: dos 21 itens contratados pelo ministério, 15 são objeto da
licitação do STF”, justificou o Supremo.
Ainda para o STF, “o contrato prevê que o STF pagará apenas pelo que for efetivamente
demandado e consumido, tendo o valor global do contrato como um teto”.
A concorrência já foi alvo de duas
impugnações.
Ambas negadas.
Nos questionamentos, empresários
criticaram a especificidade dos itens alegando que poucas microempresas teriam
condições técnicas de atendê-las.
Não é a primeira vez que uma licitação
gastronômica causa polêmica.
Em 2013, uma licitação para aquisição de
itens para a residência oficial do Senado, na época comandado por Renan
Calheiros (MDB-AL), foi suspensa em virtude de vários luxos solicitados pelo
emedebista.
Na lista de compras, havia itens como
camarões e a projeção de consumo de 1,7 toneladas de proteína (peixe, carnes ou
aves) em um período de seis meses.
O preço inicial da licitação era R$ 98
mil; mas após as denúncias, o Senado refez o certame e os gastos supérfluos
caíram pela metade.
(Por Wilson Lima/IstoÉ)
E OS IMBECIS ASSIM COMO EU, PAGANDO A CONTA !!!!!!
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