*Jurados teriam sido visitados por
familiares do réu
Há sete anos uma guerra entre duas
famílias da região de Catolé do Rocha, no Sertão do Estado, causou a morte de
aproximadamente 100 pessoas e repercutiu em todo o país ao ser descoberta pela
Operação Laços de Sangue.
Hoje dezenas de pessoas continuam respondendo na
Justiça por assassinatos cometidos sob encomenda, várias já foram condenadas,
mas a ação dos grupos pode não ter acabado.
Prova disso é que essa semana o
juiz do 2º Tribunal do Júri de Campina Grande, Horácio Ferreira de Melo,
decidiu adiar o julgamento de cinco réus, depois de receber informações de que
jurados estariam sendo ameaçados por familiares de um dos acusados.
O esquema de pistolagem, que vai a
julgamento popular, teria provocado a morte de Francisco Alvibar de Mesquista,
durante as disputas entre as duas famílias.
O crime, de acordo com a denúncia
apresentada pelo Ministério Público, teria o envolvimento de Chateaubriand Suassuna
Barreto, Humberto Suassuna, José Damião de Oliveira, Grimailson Alves de
Mesquita e Maria Lemos da Silva.
Todos iriam ser julgados em Campina
Grande nesta quinta-feira (23/05), mas tiveram o júri adiado para o próximo dia 26
de agosto por determinação judicial.
O processo teve início na comarca de
Catolé do Rocha, mas foi transferido para Campina Grande por questões de segurança.
Mesmo com a transferência, as suspeitas
são de que o “esquema da pistolagem” pode ter tentado pressionar os jurados.
“O
júri seria hoje, mas pelo fato dos jurados terem sofrido ameaças e visitas indesejadas de familiares de um dos réus, decidi suspender e decretei a prisão
preventiva de Humberto Suassuna”, informou o juiz Horácio Ferreira.
JUSTIÇA TEME INTERFERÊNCIAS
Ontem a Câmara Criminal do Tribunal de
Justiça da Paraíba também decidiu transferir, da comarca de Catolé do Rocha
para Campina Grande, o julgamento de outros três réus que respondem processos
relacionados à Operação Laços de Sangue.
O objetivo é assegurar a
imparcialidade do julgamento e evitar pressões sobre os jurados.
O processo trata da morte de Raimunda Keila
Batista de Mesquita, assassinada a tiros em fevereiro de 2011.
Serão julgados
nesse caso Chateaubriand Suassuna Barreto, Grimailson Alves de Oliveira e José
Damião de Oliveira.
Ainda não há uma data marcada para que esse julgamento
aconteça.
(João Paulo Medeiros/Jornal da Paraíba)
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