A queda de braço entre a Prefeitura de
Campina Grande e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba
(IPHAEP) em relação ao antigo Cine Capitólio está chegando a fim.
O juiz da 3ªVara da Fazenda Pública de
Campina Grande, Ruy Jander Teixeira,
negou um pedido feito pelo instituto, por meio de uma Ação Civil
Pública, que buscava impedir que o município realizasse quaisquer ações de
revitalização no Cine Capitólio, em
desacordo com as normas e critérios propostos pelo órgão.
Com a decisão, o magistrado autoriza, na
prática, as reformas no prédio, tombado no ano 2000 e que ameaça desabar.
Na sentença, Ruy Jander afirma que
estaria havendo excesso de rigor por parte do órgão estadual.
“Portanto, a pretensão exordial de que a
edilidade ré (Prefeitura de Campina Grande) apresente um projeto de
revitalização que atenda a totalidade das desarrazoadas exigências técnicas
impostas pelo IPHAEP – PB, esbarra nos princípios constitucionais da
legalidade, quando exige do ente público municipal a apresentação de projeto
que observe minunciosamente regulamentações técnicas/burocráticas que
extrapolaram o poder de regulamentação”, sentencia o juiz.
ABANDONO
Ruy Jander enfatiza que o imóvel está
abandonado há anos e em ruínas, representando um risco para a própria
sociedade.
“Existindo tão somente, paredes escoradas por madeira, ante o iminente
risco de desabamento, enquanto que o passeio público ao redor do prédio se
encontra interditado, prejudicando drasticamente o trânsito de pessoas e
veículos nas proximidades, além de ocasionar imenso perigo à integridade física
das pessoas que ali trafegam ocasionalmente, e aos imóveis que o avizinham”,
ressalta.
Por fim, o magistrado destaca que o
prédio do “Cine – Theatro Capitólio em nada se assemelha com aquele suntuoso
imóvel edificado no centro da cidade Campina Grande, que originalmente possuía traços
da arquitetura art-decó, inclusive não existe nos autos nenhum documento que
demonstre que no interior do imóvel exista qualquer estrutura, seja de natureza
de engenharia, arquitetura, ou artística que possa ser restaurado ao status quo
da época da sua inauguração”, pontua o juiz em sua decisão.
REVITALIZAÇÃO
O projeto de revitalização do Cine
Capitólio foi apresentado desde 2014 pela prefeitura de Campina Grande e previa
a revitalização e o estabelecimento de uma parceria com a iniciativa privada,
que ficaria responsável pela utilização comercial do espaço, após a
restauração.
No entanto, o projeto foi por várias
vezes embargado pelo Iphaep.
Uma queda de braço foi travada entre o poder
público municipal e o órgão estadual.
O Ministério Público tentou solucionar o
impasse, mas as duas teses acabaram sendo judicializadas.
O Iphaep alegou que o projeto
apresentado pela prefeitura não atendia às normas de proteção do patrimônio
artístico e histórico.
O prédio do Cine Capitólio é tombado desde o ano 2000.
(Por Josusmar Barbosa/Paraíba Todo Dia)
BRIGA DE GENTE BESTA, BOM É COMO ESTÁ?
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