O ex-presidente Michel Temer (MDB), de
78 anors, se entregou à Polícia Federal (PF) em São Paulo na tarde desta quinta-feira
(09/05) para cumprir prisão após revogação do habeas corpus que o mantinha
livre.
Ele deixou sua casa, na Zona Oeste da
capital, e seguiu escoltado até a Superintendência da PF.
Temer é acusado de chefiar uma
organização criminosa que teria recebido R$ 1,091 milhão em propina nas obras
da usina nuclear de Angra 3, operada pela Eletronuclear.
O ex-presidente foi denunciado pelo
Ministério Público pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e
organização criminosa.
O Ministério Público Federal do Rio de
Janeiro afirma que a soma dos valores de propinas recebidas, prometidas ou
desviadas pelo suposto grupo chefiado pelo ex-presidente ultrapassa R$ 1,8
bilhão.
Também se entregou à PF na tarde desta
quinta João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do ex-presidente e sócio
da empresa Argeplan.
No início da noite, Temer e Coronel Lima
foram fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal na região
central de São Paulo.
O desembargador Abel Fernandes Gomes, do
Tribunal Regional Federal da 2ª região (TRF-2), determinou que Temer e Coronel
Lima devam ficar presos em São Paulo.
Temer ficará preso na sede da
Superintendência da Polícia Federal na Lapa, Zona Oeste da capital paulista.
Coronel Lima ficará no presídio militar
Romão Gomes, na Vila Albertina, Zona Norte.
Na quarta-feira (8), Temer disse que
iria se apresentar "voluntariamente", ao contrário do que ocorreu em
21 de março, quando foi abordado na rua e preso por policiais federais em um
desdobramento da operação Lava Jato no Rio.
A defesa do ex-presidente pediu nesta
quinta-feira (9) liberdade ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No documento, o advogado Eduardo
Carnelós afirma que não há motivos para manter Temer preso porque os fatos
apurados ocorreram há muito tempo.
"Não há espaço, data venia, para a
manutenção do paciente no cárcere a título cautelar, passado tanto tempo entre
os fatos apurados e o presente momento", disse.
"Salta aos olhos a circunstância
de que fatos ter-se-iam dado na Argeplan, empresa que não é gerida por Michel
Temer, da qual o Paciente não é sócio, diretor, nem funcionário. Se assim é,
como tomar tais circunstâncias contra Michel Temer, sem operar odiosa
responsabilização por fato de terceiro?", diz a defesa no pedido
de habeas corpus.
O comboio com o ex-presidente saiu de
sua casa às 14h40 e chegou menos de 20 minutos depois à sede da PF, na Lapa,
também na Zona Oeste de São Paulo.
Sua defesa quer que ele fique detido na
Superintendência na capital paulista, e não na do Rio, onde permaneceu preso em
março.
A Justiça irá definir para onde Temer
irá.
A PF alega não ter condições de
abrigá-lo: por ser ex-presidente, Temer tem direito a uma sala de estado maior,
o que não há no prédio da Lapa.
Por volta das 18h25, ele deixou a sede
da PF para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
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