Um jovem preso aos 13 anos corre o risco
de ser executado na Arábia Saudita agora que completou 18 anos, segundo a CNN.
Murtaja Qureiris é acusado de liderar protestos e participar de “um grupo terrorista extremista” quando
era apenas uma criança.
De acordo com a emissora
norte-americana, que divulgou a história com exclusividade, Qureiris se tornou
alvo das autoridades com 10 anos de idade, quando foi filmado discursando para
outras crianças, dizendo que “o povo exige direitos humanos”.
o mesmo ano, foi acusado de acompanhar
seu irmão, Ali (que morreu em 2011), quando este supostamente atirou coquetéis
molotov em uma delegacia.
Qureiris foi preso quando tinha 13 anos
e viajava com sua família para o Bahrein.
Na época, foi considerado por ativistas
e advogados o mais jovem prisioneiro político da Arábia Saudita.
Ele passou quase quatro anos preso
pré-julgamento, sendo que há um ano e três meses está detido em uma solitária.
Segundo a CNN, não se sabe exatamente
qual a maioridade penal na Arábia Saudita, mas em 2006 o país disse ao Comitê
dos Direitos Humanos que a idade seria 12 anos, dois a mais do que Qureiris
tinha quando cometeu o suposto crime.
Além disso, o reino havia dito à ONU que
não condena à pena de morte pessoas que cometeram crimes antes de atingirem a
maioridade penal.
Por isso, de acordo com a emissora
norte-americana, ele responde agora por outras acusações, como violência
cometida durante protestos posteriores, incluindo preparar coquetéis molotov e
atirar contra policiais durante o funeral de seu irmão.
O jovem nega, e diz que as supostas
confissões foram obtidas através de coerção e tortura.
As autoridades sauditas não responderam
aos pedidos da CNN para se pronunciar sobre o caso.
A recomendação para que ele seja
condenado à morte foi apresentada pela promotoria meses antes de ele completar
18 anos.
Outro de seus irmãos também está preso,
assim como seu pai, detido no ano passado.
A CNN afirma ainda que, embora nenhuma
morte seja atribuída a Qureiris, a promotoria está tentando impor a ele a forma
mais severa de aplicação da pena de morte, que
pode incluir crucificação ou desmembramento após a execução.
O argumento dos promotores é de que essa
punição seria garantida pela Sharia por ele ter plantado “sementes de
insurreição”.
A Arábia Saudita é um dos países com o
maior número de execuções de prisioneiros no mundo.
Em abril, o reino anunciou que 37 homens
foram executados, acusados de crimes relacionados a terrorismo.
Um deles foi crucificado.
(Do G1)
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